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Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Impulsionado pela adoção de novas tecnologias, o segmento de controle biológico de pragas cresce 15% ao ano no país. Empresas usam até drones para espalhar minivespas e ácaros sobre as lavouras

Abelha: inseto ajuda setor de agronegócios (Foto: Reprodução)

Por Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Nuvens de insetos sobrevoando plantações costumam significar tempos difíceis para produtores agrícolas. A não ser quando esses mesmos insetos são liberados por aviões para exterminar pragas em lavouras. Conhecida como controle biológico aplicado, a técnica tem crescido exponencialmente no Brasil. “A demanda por alimentos com menos resíduos químicos é a principal razão para a popularização do segmento”, afirma a engenheira agrônoma Amália Borsari.

Atualmente, existem cerca de 50 empresas que oferecem esse tipo de serviço no país. Entre elas, está a BUG. Fundada em 2005, a startup paulista possui uma carteira composta por mais de 300 clientes — a maioria deles agricultores de cana-de-­açúcar. “Comecei a estudar o segmento enquanto fazia um mestrado em entomologia. Percebi que o mercado apresentava grande potencial comercial e ainda era pouco explorado por aqui”, afirma o sócio Diogo Carvalho, 47 anos. A startup deve fechar 2017 com um faturamento de R$ 18 milhões.


Baseadas no uso de insetos e ácaros que se alimentam de ovos e larvas de pragas, soluções de empresas como a BUG vêm sendo adotadas em conjunto com agrotóxicos. O objetivo é reduzir o uso de produtos químicos e os seus impactos sobre o solo e os lençóis freáticos, além de melhorar o grau de salubridade para agricultores e consumidores.

Conheça as técnicas para reduzir o uso de defensivos e aumentar a produção com a pós-graduação a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.

Em tempos de incerteza econômica, a diminuição de custos (agentes biológicos exigem menos aplicações do que defensivos tradicionais) é outra característica que tem ajudado a impulsionar o crescimento do setor.

Segundo Mateus Mondin, gestor da incubadora ESALQTec, especializada em tecnologias para o agronegócio, a popularização dos drones deve dar ainda mais fôlego para empresas da área. “Estamos alterando uma cultura de uso de veneno construída ao longo de cinco décadas. O aprimoramento e o acesso a novas tecnologias tende a derrubar custos e ajudar o mercado de agentes biológicos a crescer ainda mais rapidamente”, afirma Mondin.

Três empresas de controle biológico

Promip
Fundada em 2006 pelos engenheiros agrônomos Marcelo Poletti e Roberto Konno, a empresa paulista aposta em microvespas e ácaros para combater pragas em plantações de tomate, milho e hortaliças. Em 2014, recebeu um investimento de R$ 4 milhões do FIP (Fundo de Inovação Paulista ).

Stoller
A empresa americana opera no mercado brasileiro desde a década de 1970. No ano passado, a Stoller adquiriu a Rizoflora Biotecnologia, startup mineira especializada no controle natural de nematoides (parasitas de formato cilíndrico que atacam as raízes de plantas).

Gênica
Spin-off da FertiAgro, produtora goiana de fertilizantes especiais. A empresa é sediada em Rondonópolis e comercializa sete tipos de produtos.Compostos por fungos e bactérias, seus agentes combatem pragas que atacam lavouras de grãos (soja, milho e algodão).

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Acordo de R$ 18 milhões permite acelerar pesquisa de algodão resistente ao bicudo

Acordo de R$ 18 milhões permite acelerar pesquisa de algodão resistente ao bicudo

Recursos permitirão trabalho da Embrapa e do IMamt durante cinco ano para combater a proliferação do inseto | Imagem: Sebastião Araujo/ Embrapa/Reprodução do Ministério da Agricultura , Pecuária e Abastecimento

A estimativa na Embrapa é de que a pesquisa, já em andamento, esteja concluída em dez anos, quando novas sementes ficarão disponíveis para o produtor

Publicado originalmente no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Um acordo de cooperação para o desenvolvimento de algodão transgênico resistente ao bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga desse cultivo foi assinado nesta quarta-feira (6), na sede da Embrapa, em Brasília. A pesquisa envolverá duas unidades da Embrapa (Algodão e Recursos Genéticos e Biotecnologia), além do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), com financiamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), por meio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

A praga afeta todas as regiões produtoras do país e representa custo de US$ 250 por hectare, além de perdas de produtividade e impactos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Em uma primeira fase do projeto, serão investidos pela Abrapa aproximadamente R$ 18 milhões durante cinco anos.

“A assinatura do acordo resultará em grandes benefícios ao setor algodoeiro e, por consequência, ao país. O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é um apoiador desse tipo de parceria”, disse Coaraci Castilho, chefe de gabinete do Mapa, que representou Maggi no evento.
O chefe-geral da Embrapa Algodão, Sebastião Barbosa, explicou que essa unidade já trabalha no desenvolvimento de plantas resistentes ao bicudo, mas que a injeção de recursos externos acelera as atividades do projeto.

“Trabalhamos na modificação de plantas do algodoeiro, introduzindo genes da bactéria Bacillus thuringiensis, que produz toxinas letais para alguns insetos. O trabalho vem sendo realizado em laboratórios e casas de vegetação, havendo ainda muitas etapas a serem percorridas até que uma planta resistente seja cultivada comercialmente. Nossa expectativa é de que em 10 anos teremos a semente desse algodão resistente ao bicudo disponível ao produtor”, prevê.

Denominado Plataforma do Algodão, o projeto tem componentes de curto, médio e longo prazos, possibilitando desenvolver tecnologias diversificadas para combate ao bicudo. Nessas etapas se incluem a prospecção de genes e de promotores moleculares, a transformação genética de plantas de algodão e estudos da eficiência de plantas transgênicas no controle do bicudo em laboratório, casa de vegetação e campo.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Algodão, Liv Severino, disse que nos trabalhos prévios estão sendo obtidas plantas que impedem a sobrevivência do bicudo. “É apenas o primeiro passo, mas nos deixa otimistas de que conseguiremos desenvolver plantas que propiciem controle eficaz da praga. A Plataforma do Algodão será um trabalho continuado que desenvolverá novas opções, além da tecnologia Bt (bactéria do solo Bacillus thuringiensis) que está sendo considerada nessa primeira fase”, declara.

Segundo o coordenador da Plataforma do Algodão na Embrapa, Jaime Cavalcanti, as ações serão executadas em Campina Grande (PB) e em Goiânia, onde as plantas transformadas por todos os parceiros serão avaliadas quanto à transformação genética. “Inicialmente serão conduzidos bioensaios em casa de vegetação com as plantas que já haviam sido transformadas pela equipe da Embrapa Algodão e, posteriormente, com as novas desenvolvidas ao longo do projeto. As plantas selecionados serão avaliados por meio de diversas técnicas moleculares para confirmar a presença e a expressão de transgenes e suas toxicidades”.

Disseminação

Mais de três décadas após a sua chegada ao Brasil, o bicudo do algodoeiro permanece como o maior problema fitossanitário do cultivo e encontra-se disseminado por todas as regiões produtoras de algodão. “A grande disponibilidade de alimento e abrigo causada principalmente pela destruição ineficiente de restos de plantas da safra anterior permite ao bicudo alta capacidade de sobrevivência e de reprodução”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão, entomologista José Ednilson Miranda.

Castilho, lembrou, em seu discurso que a cultura do algodão tem crescido muito no Brasil. “Atualmente exportamos para 35 países. Na safra 2016/2017 conseguimos exportar 639 mil toneladas de pluma e, embora tenha sido 32% menor que na safra anterior, conseguimos manter a balança comercial positiva em 896 milhões de dólares”, afirmou.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento