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Tecnologia NIR seleciona frutas, caracteriza caju e analisa compostos medicinais em plantas

Tecnologia NIR seleciona frutas, caracteriza caju e analisa compostos medicinais em plantas

Foto: Veronica Freire

A Espectroscopia no Infravermelho Próximo, ou NIR (Near-Infrared Spectroscopy, na sigla em inglês), é uma das mais versáteis e promissoras ferramentas do setor agrícola. Seu emprego tem auxiliado a caracterizar material genético de caju, analisar compostos de plantas medicinais e até agilizar a seleção de frutas, aprimorando o controle de qualidade. Todas essas aplicações feitas com velocidade muito maior do que os métodos convencionais.

Uma pessoa bem treinada consegue selecionar uma fruta por segundo, em um centro de embalagem e distribuição de frutas. Utilizando a NIR, é possível ampliar a produtividade de seleção para mais de 50 frutas por segundo.

As frutas seguem em uma esteira e passam pelo aparelho, que capta comprimento de onda e a intensidade da absorção de luz infravermelha. Os resultados são estimados por meio dos espectros captados. De acordo com modelos matemáticos e parâmetros previamente estabelecidos que associam as respostas obtidas a atributos de qualidade, as frutas são rapidamente selecionadas e separadas para diferentes destinações. O método permite a determinação simultânea de vários atributos de qualidade, tais como doçura, acidez, vitaminas, firmeza e, até, compostos funcionais

“Estudos realizados com aplicação de NIR em frutas mostram que se consegue selecionar 70, 80 até 100 frutas por segundo”, diz o pesquisador Ebenezer Silva, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), responsável por estudos que utilizam a técnica para melhorar o controle de qualidade em diversas aplicações agroindustriais.

Silva explica que a técnica tem sido usada na chamada “Indústria 4.0”, ou quarta revolução industrial, para realizar o controle de qualidade em tempo real. As aplicações estão cada vez mais próximas dos consumidores. Existem estudos para embarcar a tecnologia em smartphones. Assim, usando equipamentos NIR do tamanho de um chip, associado ao Big Data armazenado na nuvem, o consumidor poderá selecionar, com uma foto, as melhores frutas em uma gôndola de supermercado. Será possível saber, por exemplo, quão doce e suculento está um melão.

O NIR é capaz de realizar análises de forma rápida, sem destruir as amostras, eliminando a necessidade de realização de testes laboratoriais sofisticados e caros. O pesquisador esclarece, ainda, que é importante investir no desenvolvimento de modelos de calibração, já que esses protocolos podem custar caro. “A tecnologia é cara se vai buscar modelos de fora, porque os modelos são patenteáveis”, salienta.

Método facilita organização de material genético de cajueiro

A técnica NIR está em uso desde 2015 para acelerar a organização do Banco Ativo de Germoplasma do Cajueiro (BAG Caju) da Embrapa, que reúne os exemplares de plantas utilizados no Programa de Melhoramento Genético do Cajueiro. A expectativa é reduzir drasticamente os custos e o tempo de caracterização do banco, bem como facilitar futuras pesquisas com novos usos da planta.

“Seria uma forma de turbinar a caracterização do banco, de investigar aspectos de interesse de cada acesso, mesmo quando só temos uma árvore”, diz a pesquisadora Ana Cecília Ribeiro de Castro, coordenadora do BAG Caju.

O trabalho começou com a construção de um banco de espectros dos pseudofrutos e castanhas. Depois, os pesquisadores correlacionaram o banco de espectros com os dados obtidos em laboratório para determinadas características de interesse. No futuro, a caracterização de acessos do BAG Caju poderá dispensar a necessidade de realização de demorados e dispendiosos testes de bancada nos laboratórios.

“Podemos caracterizar o banco só com a captura dos espectros. Isso leva um tempo, mas é infinitamente mais rápido e ordenado do que analisar fruto a fruto no Laboratório de Pós-colheita”, explica a pesquisadora Ana Cecília Castro. “Quanto mais dados eu tenho, mais fácil será a utilização do acervo para outros fins. Seja a aplicação direta na química, seja para o melhoramento genético. Por isso, a caracterização é uma atividade contínua, que se aprimora com ferramentas analíticas como NIR”, detalha a pesquisadora.

Análise de planta medicinal sem usar reagentes

Outro estudo com NIR realizado na Embrapa resultou em um método para identificar diferentes quimiotipos de macela-da-terra (Egletes viscosa), planta da família do girassol que possui propriedades farmacológicas. O aparelho capta os espectros de luz infravermelha de um pequeno punhado de inflorescências e identifica características da amostra. O procedimento dura poucos minutos e não usa reagentes.

Silva acredita que o modelo desenvolvido para macela-da-terra pode, no futuro, passar por ajustes para utilização na indústria. “É útil para controlar algumas características ou compostos de interesse em alta velocidade e com alta precisão”, afirma.

No caso da macela-da-terra, a composição química do óleo essencial, que é uma característica intrínseca para cada quimiotipo, pôde ser determinada indiretamente por meio de modelos matemáticos aplicados aos espectros de infravermelho de suas inflorescências. No método convencional, seria necessário extrair o óleo, um processo que demora de três a quatro horas, e em seguida analisá-lo em um equipamento de bancada (cromatógrafo gasoso com espectrômetro de massas), processo que poderia demorar mais de uma hora.

Por enquanto, o modelo desenvolvido para macela-da-terra está em uso no laboratório para seleção de material utilizado em um projeto que estuda o potencial da planta para tratamento de problemas gastrintestinais. Mas o protocolo também poderá ser aplicado, futuramente, na indústria para o controle de qualidade da matéria-prima.

O projeto, em curso no Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais em Fortaleza (CE), deve avaliar a atividade gastroprotetora dos dois quimiotipos (exemplares que apresentam características químicas diferentes). Pretende, ainda, desenvolver métodos de autenticação botânica dos diferentes tipos da planta para avaliar qual o mais eficiente. “Uma vez que eles realmente apresentem diferença significativa em atividade biológica, será necessário um método que permita a seleção e o controle de qualidade”, explica o pesquisador Kirley Canuto.

O pesquisador acredita que esse tipo de teste rápido é útil para o controle de qualidade na indústria de processamento de plantas aromáticas e medicinais. “Uma mesma planta pode ter diversos quimiotipos, que muitas vezes não são identificáveis a olho nu”, explica o pesquisador. “Por esse motivo, são necessários métodos para garantir que aquele produto contém o quimiotipo que apresente o conjunto de substâncias ativas”, explica.

Foto: Veronica Freire

Foto: Veronica Freire

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Embrapa.

 

 

 

 

 

 

 

Análises de riscos de pragas quarentenárias

Análises de riscos de pragas quarentenárias

As transformações no modo de de produção agrícola estão exigindo mais competitividade, o que implica em redução dos custos e aumento da qualidade e da quantidade dos produtos oferecidos. Em vista disso, o comércio internacional de produtos agrícolas aumentou significativamente, o que representou um novo cenário para economia e para a agricultura.

Entretanto, produtos que entram no país podem conter as chamadas pragas quarentenárias, que, por não serem nativas no Brasil, demandam cuidados extras. Por essa razão, o MAPA (Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento) em parceria com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) pôs em prática as Normas Internacionais de Medidas Fitossanitárias cujo o objetivo é permitir o comércio internacional de forma segura e exercendo o controle de pragas.

Uma das formas de prevenir a ação das pragas quarentenárias é realizar a Análise de Risco de Pragas. Saiba como funciona ao longo da matéria!

O que são pragas quarentenárias?

Uma praga quarentenária é um organismo (inseto, bactéria, fungo, vírus, nematoide ou planta invasora) que, mesmo estando em controle permanente em outros países ou regiões, exerce ameaça a economia e ao controle de patógeno no país ou região exposta. Isso acontece pois as pragas quarentenárias são exóticas ao local,ou seja, não há forma de controle em uso para combatê-la, constituindo um risco para a economia.

Essas pragas são transportadas com o auxílio humano, meios de transporte, trânsito de animais, frutos ou sementes infectadas.
As pragas quarentenárias podem apresentar duas categorias:

A1: pragas exóticas que não estão presentes no país importador;
A2: apresentam importância econômica potencial pois está presente no país, mas possui disseminação localizada e está submetida a um programa de controle .

Para que o surgimento dessas pragas quarentenárias passem por um controle eficiente, o MAPA atualiza de acordo com a demanda uma lista com os todos os organismos no Diário Oficial da União para que as medidas cabíveis sejam tomadas. O principal objetivo é evitar a proliferação e afetar a produção agrícola do Brasil.

Isso é importante para evitar que esses agentes entrem no país, caso sejam do tipo A1 ou sejam controladas, no caso do tipo A2. Nesse sentido, a lista do Mapa é dividida em duas partes: a primeira delas é a relação das pragas exóticas e que não estão presentes e a segunda é sobre as que têm ocorrência no país, mas sob controle. Com isso, é possível estabelecer estratégias em relação às mercadorias que entram no país pelas fronteiras, portos e aeroportos., erradicando e monitorando as plantas e produtos.

O que é Análise de Risco de Pragas?

A Análise de Risco de Pragas (ARP) pode ser compreendida como um processo que avalia do ponto de vista biológico ou outra evidência com caráter científico e econômico para determinar se um organismo pode ser considerado praga, e em caso positivo, se ela deve ser regulamentada, qual a sua intensidade e quais as ações fitossanitárias devem ser tomadas visando seu controle.

Nesse sentido, a Análise de Riscos de Pragas Quarentenárias, incluindo análise de riscos ambientais e também de organismos vivos modificados fornece direcionamento para determinar se o patógeno é uma praga quarentenária e o estabelecimento de formas de manejo. De uma forma geral, a ARP é feita para identificar o tipo de praga, suas vias de ingresso, os riscos que oferece, áreas ameaçadas e opções para o manejo do risco.

Quais são as fases da ARP para pragas quarentenárias?

Para a realização da Análise de Risco de Pragas, são estabelecidas 3 fases fundamentais. Saiba quais são essas etapas a seguir!

Fase 1 ou Início

Uma ARP é requerida quando há uma situação propensa como por exemplo, uma via de ingresso que necessita de medidas fitossanitárias, quando há o reconhecimento de uma nova praga, revisão de medidas de controle ou mesmo para verificar se um novo organismo é uma praga. Também pode ocorrer em virtude da solicitação da importação de um novo produto ou de uma nova área de origem.

Nessa fase 1, além da identificação das pragas associada ao produto, é preciso definir qual a área será feita a ARP, verificar se uma análise semelhante já foi feita e qual a sua validade. A conclusão desse primeiro momento se dá com a identificação da praga, via de ingresso e área afetada e o apontamento de quais medidas de controle podem ser tomadas.

Fase 2

Na fase 2 é feita a avaliação de riscos das pragas. Essa etapa consiste em fazer a categorização, avaliação da probabilidade de introdução e disseminação e também a avaliação das consequências biológicas e econômicas potenciais, incluindo os impactos ambientais.

Esse processo vai identificar quais as pragas identificadas na etapa anterior se encaixam na definição de praga quarentenária. Para isso, são considerados os seguintes aspectos: identidade, forma de disseminação, presença na área da ARP, status regulatório, sua bioecologia, potencial de estabelecimento. Em caso de verificação de praga quarentenária, a ARP deve prosseguir.

Fase 3

Essa é a fase de conclusão. Nessa etapa, as informações obtidas vão servir de base para a realização do manejo de risco de pragas, além de determinar quais medidas são necessárias e em qual a intensidade devem ser aplicadas.

É importante lembrar que o risco de entrada de pragas durante a importação nunca é nulo. Por essa razão, as medidas de controle devem atingir o grau de segurança necessário para evitar prejuízos.

Todas as fases da análise de risco de pragas quarentenárias são importantes para prevenção de doenças e também para a manutenção da qualidade da produção agrícola brasileira, garantindo lucro e reduzindo o impacto ambiental.

 

Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV

Aplicativo faz análise financeira e socioambiental de sistemas agroflorestais

Aplicativo faz análise financeira e socioambiental de sistemas agroflorestais

Produtores rurais que cultivam sistemas agroflorestais (SAFs) – formas de produção que auxiliam na redução do desmatamento e na promoção do reflorestamento em diferentes ecossistemas – contam agora com um aplicativo para auxiliar na gestão financeira e socioambiental de suas atividades: o AnaliSAFs. O aplicativo é um sistema digital que realiza análise financeira e socioambiental de sistemas agroflorestais. O objetivo é auxiliar produtores rurais, técnicos extensionistas, pesquisadores e manejadores de SAFs no aprimoramento de suas técnicas e melhoria dos resultados produtivos, sociais e ambientais de seus plantios.

“Os sistemas agroflorestais lidam com diversos tipos de cultivos na mesma área e praticamente ao mesmo tempo. Portanto, o planejamento e a constante análise são fundamentais para o sucesso do empreendimento”, explica Marcelo Arco Verde, da Embrapa Florestas, pesquisador responsável pelo módulo de análise financeira. “Uma ferramenta que auxilie nesse acompanhamento e a fazer simulações é de fundamental importância”, explica.

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Como funciona?

O AnaliSAFs funciona em duas plataformas: em dispositivos Android, como celulares e tablets, e em computadores. A inserção dos dados pode ser feita diretamente no campo, mesmo em locais sem acesso à internet. O aplicativo armazena os dados e, quando é possível o acesso à internet, as informações são enviadas ao sistema. No computador, o usuário tem acesso aos dados coletados e à análise financeira. A ferramenta auxilia também no planejamento e na fase de acompanhamento devido à sua praticidade na obtenção dos dados parciais.

São abordadas informações sobre todas as atividades e operações necessárias para cada cultura do SAF, como custos de mão de obra e insumos, além da taxa de juros. Para cada cultivo do SAF, seja ele de curto, médio ou longo prazo, o usuário pode inserir dados individualizados. Com isso, o sistema disponibiliza uma análise financeira que possibilita ao usuário saber o impacto de cada item nos custos e receitas da produção agroflorestal.

“É possível, também, fazer simulações e projeções com análise de cenários”, explica Arco Verde. “Dessa forma, o usuário pode analisar as implicações de cada escolha feita na condução do seu sistema agroflorestal, compor cenários diferentes para cada cultura e ter a análise do SAF como um todo”, completa.

Já a análise socioambiental pode ser feita em campo mesmo e, por meio de gráficos radiais, o usuário pode analisar in loco as condições da área que está sendo trabalhada, de forma integrada. São seis grupos categorizados de perguntas que avaliam o grau de acesso que os agricultores têm a diferentes tipos de recursos: humanos; sociais e políticos; físicos; financeiros e comercialização; produtivos e resiliência ambiental; além de um grupo específico a respeito dos sistemas de produção, sua composição e manejo.

No total, são analisados 40 indicadores para, com isso, ter um retrato da situação do produtor rural em aspectos sociais e ambientais. “A partir dos resultados gerados, é possível auxiliar o produtor agroflorestal no aprimoramento e replanejamento da sua produção agroflorestal”, afirma Andrew Miccolis, coordenador nacional do Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal – ICRAF, na sigla em inglês, responsável por esse módulo.

“Com isso, avaliamos as vulnerabilidades e potencialidades para auxiliar no planejamento e desenho de um sistema que se encaixe naquele contexto ou, então, para avaliar um sistema já existente e analisar os principais pontos que podem ser melhorados, com SAFs que se encaixem no perfil social e ambiental daquele contexto específico”, completa Miccolis.

Thais Ferreira Maier, especialista em restauração florestal na The Nature Conservancy (TNC Brasil), que trabalhou no desenvolvimento e validação da ferramenta, analisa que o acesso aos dispositivos móveis já é uma realidade para muitos produtores e técnicos extensionistas e que o aplicativo vai justamente dar o suporte pela facilidade com que foi criado. “Se, por exemplo, o produtor comercializou algum produto que está trabalhando na propriedade, ele já pode fazer o registro dessa informação, off-line mesmo. O mesmo acontece com os custos. Isso é sincronizado e faz parte, depois, de uma análise do aplicativo”, explica Maier.

O processo de construção do aplicativo levou um ano e a validação foi feita com produtores de SAFs em São Félix do Xingu, no Pará. Segundo a produtora rural Valcilene dos Santos Primo, “fazer análise financeira é importante porque você se ‘autoeduca’: sabe no que tem que ser investido, em quanto tempo vai ter retorno, e no que não vale a pena investir”. Ela implantou há três anos e meio um SAF com cacau, açaí, jatobá, mogno africano, banana, acerola, gulosa e maracujá.

Não adianta fazer o trabalho de forma desregrada, trabalhar de qualquer forma, isso não é legal porque pode dar muito prejuízo. A rentabilidade e o lucro têm que ser levados em conta. É preciso que a gente se eduque em relação a isso para não se desgastar tanto lá na lavoura. O desgaste físico é muito grande. e então, para ganhar tempo tem que se educar sim”, reflete a produtora.

O aplicativo é uma junção da planilha AmazonSaf, desenvolvida pela Embrapa, e do sistema PlantSAFs, do ICRAF, e foi desenvolvido por meio de uma parceria entre a TNC, ICRAF, Embrapa e International Union for Conservation of Nature (IUCN). Segundo Rodrigo Mauro Freire, vice-coordenador da estratégia de restauração da TNC Brasil e coordenador do projeto Cacau Floresta, “a TNC encampou essa iniciativa para fomentar o desenvolvimento e o aprimoramento de sistemas agroflorestais sucessionais na lógica de criar alternativas ao desmatamento ou à conversão de áreas naturais pela geração de renda”.

Para ele, essa é uma forma de proporcionar um melhor manejo dos recursos naturais e também de promover a restauração florestal via sistemas agroflorestais, fazendo uso das espécies nativas com agregação de renda.

O desenvolvimento do AnaliSAFs foi feito pela Terras App Solutions, empresa especializada no desenvolvimento de aplicativos que conectam pessoas e produzem dados para a tomada de decisão rumo a uma produção responsável e sustentável, tendo trabalhado em outras soluções como por exemplo o MapBiomas.

Levantamento inédito de dados

Ao acessar o aplicativo, os usuários concordam em disponibilizar seus dados para uso em pesquisas e levantamento de informações. “Saberemos, por exemplo, que regiões e estados estão acessando mais, quais espécies estão sendo mais trabalhadas, como isso está se refletindo financeiramente e também nos aspectos socioambientais. Será um passo muito importante para quem trabalha com SAFs”, explica Maier.

“Essa pode ser uma revolução nos dados sobre SAFs no Brasil, já que não existe uma base ou mesmo um levantamento nesse sentido no País”, anima-se Arco Verde. Futuramente, a análise desses dados poderá subsidiar a formulação de políticas públicas e até mesmo o direcionamento de pesquisas e treinamentos em determinadas regiões do País que se mostrem mais carentes ou com baixo desempenho na geração de renda e impacto ambiental com SAFs.

Rodrigo Freire, da TNC, explica que “um aspecto importante é que esse aplicativo pode ser fortemente vinculado à pesquisa e à inovação, pois pode e deve contribuir para o aprofundamento das análises de sistemas agroflorestais”.

Marcelo Arco Verde explica que a planilha AmazonSaf continuará existindo e será constantemente atualizada, pois cumpre outras funções que o aplicativo ainda não atende. “Nossa intenção é sempre aprimorar as ferramentas aos produtores rurais. Os SAFs têm uma capacidade fantástica de expansão no País, mas precisam ser feitos com planejamento e muita análise”, alerta.

Capacitação

Para uso do sistema, o site disponibiliza tutoriais, vídeos e manual sobre como utilizar o AnaliSAFs. Programas de treinamento também devem ser incorporados às atividades da TNC, Embrapa e Icraf.

Para acessar o AnaliSAFs, clique aqui.

Serviço:
O AnaliSAFs foi lançado nesta quarta-feira, 29/08, às 11h30, ao fim do minicurso “Análise da Viabilidade Financeira de Sistemas Agroflorestais”, ministrado pelo pesquisador Marcelo Arco Verde, da Embrapa Florestas, durante o Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (CBSAF), que aconteceu de 27 a 31 de agosto, em Aracaju/SE.

Notícia por Embrapa