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Doenças causam erradicação de lavouras de mamão no Norte do ES

Doenças causam erradicação de lavouras de mamão no Norte do ES

Doenças causam erradicação de lavouras de mamão no Norte do ES (Foto: Raphael Verly/ TV Gazeta)

Pés de mamão em propriedades no Norte do Espírito Santo tiveram que ser erradicadas por causa das doenças mosaico e meleira. Elas são causadas por um inseto e prejudicam a venda da fruta para o mercado externo.

Para evitar que o problema se espalhe para outros pés, o Ministério da Agricultura recomenda fiscalizações frequentes nas lavouras.

O produtor que não seguir as orientações do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) pode pagar multa que varia de acordo com o número de lavouras e as dimensões da área de produção, podendo chegar a R$ 50 milhões. No Norte do estado, Linhares e Jaguaré foram os municípios com o maior número de plantas doentes.

“Eu tinha 5 mil pés de mamão aqui, com expectativa boa de produção. Aos poucos, com essa doença, eu tive que vir retalhando, cortando, por conta do controle que tinha que ser feito. É um prejuízo imenso, porque isso faz parte do meu salário e, praticamente, foi cortado”, falou o produtor rural Edmar Pretti.

Em outra propriedade, o mamoeiro ainda está de pé, mas o prejuízo começou a se aproximar. “A gente tem outras lavouras de mamão. Então, a gente não quer passar dessa para outras. Assim, estamos fazendo o trabalho de erradicação”, disse o produtor Gilson Barros.

As duas doenças são quase imperceptíveis e podem causar problemas para quem já fez a derrubada e para outros produtores.

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“O mosaico apresenta anéis nos frutos, como se fossem círculos. São sintomas bem característicos da doença e bem avançados. Há estrias compridas e oleosas na parte que liga a planta à folha. Na folha, ele forma um verde mais intenso com uma parte mais amarelada. Já a meleira começa com o látex mais aquoso. À medida que o sistema avança, ele tende a secar e nem sair mais látex ao picar a fruta”, detalhou o engenheiro agrônomo do Idaf Jacildo Ruy.

As doenças não afetam o sabor da fruta, mas alteram o desenvolvimento e a estética do mamão, o que atrapalha a venda. O mercado externo rejeita a fruta desse jeito.

“São pragas que não existem no território americano. Então, para conseguirmos vender nosso produto lá, precisamos fazer esse controle internamente”, explicou o diretor-executivo da Brapex, José Roberto Fontes.

Essas doenças são passadas para a árvore por um inseto chamado pulgão, e a única forma de controle é a derrubada do pé infectado.

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“A doença não tem outro controle. É erradicar as plantas que apresentam sintomas, para impedir que a doença se alastre naquela lavoura e nas demais”, disse Ruy.

Por isso, o Idaf, sob orientação do Ministério da Agricultura, tem fiscalizado as propriedades e, se identifica o mosaico, recomenda o corte ao produtor.

“Nós damos um prazo para que o produtor faça a erradicação das plantas doentes. Nós retornamos ao local e, se não tiver feito a eliminação das plantas doentes, a gente parte para o corte compulsório e autuação do proprietário”, falou o engenheiro agrônomo do Idaf Rafael Braga.

Todo o rigor é para evitar que aconteça com o mamão o que aconteceu com o cacau anos atrás, quando praticamente toda lavoura da fruta no estado foi devastada por uma doença típica, a vassoura de bruxa.

“É importante lembrar que o estado de São Paulo, que era um dos maiores produtores de mamão, inviabilizou a cultura, justamente, por não controlar a virose lá”, destacou Fontes.

No entanto, se um pé estiver condenado, não significa que os outros também estejam. Numa fazenda, com meio milhão de pés, o controle é feito com frequência.

“Semanalmente, o controle é feito. Nós temos profissionais treinados, que passam nas lavouras duas vezes por semana, identificando os sintomas bem iniciais da virose, cortando e eliminando essas plantas das lavouras”, afirmou o diretor agrícola Geraldo Ferreguetti.

Por Kaio Henrique, TV Gazeta

Pesquisa desvenda comportamento do besouro metálico, inseto que infesta árvores de Belo Horizonte

Pesquisa desvenda comportamento do besouro metálico, inseto que infesta árvores de Belo Horizonte

besouro metálico

Ciclo do besouro metálico é estudado por pesquiadores da Prefeitura de Belo Horizonte. (Foto: Daniel Alves/PBH/Divulgação)

Começa a ser desvendado o problema com o besouro metálico (Euchroma gigantea) que foi responsável por contaminar mais de 500 árvores no ano passado em Belo Horizonte. Uma pesquisa feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZ) mostra que o ciclo do inseto, do ovo até o indivíduo adulto, pode durar mais de um ano e não cerca de 300 dias, como apontam estudos anteriores.

O besouro se alimenta do tronco e das raízes das árvores, principalmente as mungubas e paineiras, deixando-as ocas e com risco de cair em via pública. O inseto chega a ter 10 centímetros de comprimento, assim como suas larvas.

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Pesquisa Realizada

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a partir dos estudos sobre o ciclo do besouro metálico, será possível traçar estratégias para combater a praga.

A pesquisa começou em 2016. Mais de 70 besouros foram coletados para observação. Segundo a engenheira agrônoma e responsável pela pesquisa, Maria Aparecida Rocha Resende, a coleta foi necessária para descobrir se seria mais eficaz combater o inseto na fase adulta ou na fase larval.

Uma das descobertas foi que a fêmea do besouro quando se sente ameaçada pões todos os ovos de uma vez. Rapidamente, eles se aglutinam formando uma massa resistente, dura feito cimento.

Agora, o estudo ganhou reforço de cientistas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O desafio é entender como os besouros metálicos se comunicam e copulam. Para isso, os feromônios, substâncias químicas que fazem com que os animais se atraiam, serão foco da pesquisa.

Os compostos exalados pelos besouros serão coletados e colocados em contato com os insetos por meio de solvetes para verificar qual será reação. Os pesquisadores também vão avaliar fungos e bactérias capazes de controlar a praga.

“Essa é uma etapa do processo de pesquisa do besouro, outras pesquisas também são necessárias. Queremos estudar um fungo ou bactéria para controlar o besouro, vamos pesquisar homeopatia pra acabar com o besouro, vamos tentar todas as alternativas para termos um resultado consistente”, concluiu Maria Aparecida.

Por Thais Pimentel, G1 MG, Belo Horizonte

Embrapa estuda sistema que faz ‘check up’ de plantas no campo para prever produção, pragas e doenças na lavoura

Embrapa estuda sistema que faz ‘check up’ de plantas no campo para prever produção, pragas e doenças na lavoura

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/07/22/embrapa-estuda-sistema-que-faz-check-up-de-plantas-no-campo-para-prever-producao-pragas-e-doencas-na-lavoura.ghtml

Detalhamento da planta no campo feito pela Embrapa Informática Agropecuária (Foto: Arte Embrapa/Divulgação)

 

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A tecnologia é capaz de reconhecer por meio de visão computacional e aprendizado o terreno, plantas, folhas e os frutos.

Os primeiros testes estão sendo realizados em uma área de milho, além de outra de uva de vinho, ambas na região. Estas culturas foram escolhidas porque agregam valor.

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O projeto que teve início há dois anos tem parceria da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), e da Unicamp. O apoio financeiro na casa dos R$ 200 mil é da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

De acordo com o líder do estudo, o pesquisador da Embrapa Thiago Teixeira Santos, a proposta é construir um robô com câmeras e escâner a laser que faça uma varredura na área escolhida, o mesmo sistema usado na indústria automobilística para os veículos autônomos.

“Já estamos importando as câmeras com RGB e os sensores a laser, como dos carros autônomos”, explica o líder da pesquisa.

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/07/22/embrapa-estuda-sistema-que-faz-check-up-de-plantas-no-campo-para-prever-producao-pragas-e-doencas-na-lavoura.ghtml

Drone usado para avaliar plantas no campo pela Embrapa (Foto: Graziella Galinari)

Ainda segundo o pesquisador, a ideia é monitorar a lavoura com o uso de robôs com rodas e os drones.

Em certas culturas, o espaço entre um pé e outro é pequeno, o que pode dificultar o trabalho de um robô, por exemplo, sendo os drones mais viáveis neste casos.

Mas o desenvolvimento do sistema pode levar ainda a uma tecnologia embarcada nas máquinas agrícolas, que também podem em um futuro próximo realizar este mapeamento.

Por G1 Campinas e Região

Pesquisadores registram problemas de fitossanidade em cultivos de tomate em SP

Pesquisadores registram problemas de fitossanidade em cultivos de tomate em SP

A demanda partiu da empresa de processamento Cepêra, instalada no município paulista de Monte Alto, e mobilizou – no período de 13 a 15 de maio último – pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) com o objetivo de diagnosticar os problemas fitossanitários das lavouras que vinham afetando a produção de tomate indústria na região.

No cenário encontrado pelas pesquisadoras Alice Quezado e Alice Nagata (fitopatologistas) e pelo pesquisador Miguel Michereff Filho (entomologista) foram observadas evidências preocupantes relacionadas à presença do vírus causador da doença vira-cabeça, que pode necrosar e matar as plantas do tomateiro em poucas semanas e que tem os tripes (insetos-praga) como vetor.

A proteção contra o vira-cabeça envolve mudanças nas formas de manejo, e que incluem o plantio longe das lavouras de amendoim, por exemplo, “uma difícil receita, tendo em vista a importância econômica da oleaginosa para a região”, conforme explica a pesquisadora Alice Nagata. Segundo ela, essas visitas “in loco” ajudam a traçar linhas de atuação mais precisas nos projetos de pesquisa.

“Por enquanto, a mosca-branca é o nosso principal foco, em termos de combate às pragas que ameaçam as lavouras de tomate no Brasil, e não podemos ficar no meio caminho sem apresentar resultados consistentes”, avalia Nagata. “Por outro lado, o tripes está batendo à nossa porta, então vamos ter que olhar também nessa direção”, acrescenta.

Além do vira-cabeça, todas as lavouras apresentavam sintomas de mancha bacteriana, favorecida pelos longos períodos de molhamento foliar que se observa na região em função do orvalho e da irrigação por pivô-central.

“Nessas condições, a doença pode levar a perdas na produção, sendo necessário o emprego de produtos de proteção fitossanitária para a sua contenção”, afirma a pesquisadora Alice Quezado. De acordo com a pesquisadora, pelo aspecto dos sintomas, com as lesões necróticas foliares associadas a perfurações é quase certo que a espécie Xanthomonas perforans esteja presente nas lavouras visitadas, o que será confirmado após testes laboratoriais.
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Ao longo da visita, foram apresentadas medidas de controle de pragas em geral, considerando a baixa eficiência de alguns produtos de proteção fitossanitária para o controle do tripes e a importância do manejo integrado de pragas, priorizando também o plantio de variedades com algum nível de resistência às doenças observadas.

Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças

Pesquisa estabelece controle biológico para principal praga exótica do eucalipto

Pesquisa estabelece controle biológico para principal praga exótica do eucalipto

Imagem: Francisco Santana/reprodução da Embrapa

O Brasil conta com uma forma de controle biológico para o percevejo-bronzeado, Thaumastocoris peregrinus, praga de origem australiana que causa prejuízos aos plantios de eucalipto. Esse percevejo está presente em todo o território brasileiro, causando problemas especialmente no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
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Após oito anos de pesquisa, foi escolhido o parasitoide Clerucoides noackae, uma vespa de aproximadamente 0,5 mm de comprimento, como agente para uso em controle biológico clássico, que utiliza inimigos naturais da mesma região de origem da praga, oferecendo baixo risco ambiental. O principal desafio da pesquisa foi multiplicar o percevejo em laboratório, uma vez que o parasitoide precisa de seus ovos para se reproduzir.
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“No entanto, devido à inexistência de técnicas para a criação da praga em laboratório, o desenvolvimento de uma metodologia viável tornou-se imprescindível”, explica Leonardo Barbosa, pesquisador da Embrapa Florestas e responsável pela pesquisa sobre criação massal do parasitoide. Para isso, diversos testes sobre a melhor forma de criar a praga foram realizados durante três anos. “Conduzimos estudos sobre bioecologia do percevejo, avaliando o efeito de diferentes espécies de eucaliptos e temperaturas no desenvolvimento da praga”, conta Barbosa.
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A partir disso, foi definida uma técnica de criação da praga que, consequentemente, possibilitou a multiplicação do parasitoide. “Na metodologia proposta, os percevejos são mantidos em laboratório em temperatura e umidade controladas, e alimentados com ramos de eucalipto arranjados em forma de buquê preso em frasco com água. Os ovos de T. peregrinus são obtidos em tiras de papel toalha colocadas sobre os buquês de eucalipto e posteriormente utilizados para criação de C. noackae”, explica o pesquisador.

O parasitoide C. noackae se desenvolve de ovo a adulto dentro do ovo do percevejo, alimentando-se de seu conteúdo. Seu ciclo completo dura entre 15 e 17 dias, e logo após a emergência do inseto, as fêmeas são copuladas e saem em busca de novas posturas do percevejo-bronzeado para colocar seus ovos.

A criação da vespa começou na Embrapa Florestas em 2013 e as liberações têm ocorrido para fins de pesquisa, uma vez que ainda não há registro para utilização comercial no Brasil. Os parasitoides já foram liberados em plantios de eucalipto em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Maranhão, Tocantins, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e até mesmo no Uruguai.

Os produtores também são incentivados a monitorar a presença do percevejo-bronzeado em suas plantações, para tentar identificar sua presença antes que os danos sejam mais severos. O monitoramento da praga é feito com armadilhas adesivas amarelas colocadas no tronco de árvores. As armadilhas devem ser retiradas aproximadamente 30 dias após a identificação da praga.

A introdução de C. noackae no Brasil ocorreu em 2012 por meio do Programa Cooperativo sobre Proteção Florestal (Protef), coordenado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef), com a participação da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), em Botucatu (SP), Embrapa e empresas do setor florestal.

O coordenador do Protef, Luís Renato Junqueira, explica que o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do programa de controle biológico para o percevejo-bronzeado foi um desafio: “No cenário atual, o Brasil se destaca como benchmarking para o controle biológico dessa praga frente a outros países com importante representatividade florestal, como África do Sul, Argentina, Uruguai, Portugal e Espanha. Esse importante feito é resultado da integração entre universidades, centros de pesquisa e empresas florestais brasileiras, que dedicaram tempo, esforços e recursos”.

Prejuízos ao setor florestal

O percevejo-bronzeado foi introduzido no Brasil em 2008, atingindo plantios de eucalipto, gênero arbóreo mais plantado no País, responsável pelo abastecimento de indústrias de papel e celulose, energia, movelaria, entre outros. As perdas em produtividade devido ao ataque da praga variam dependendo da região, da espécie cultivada e da idade do plantio. Estudos recentes apontaram uma perda média de 14% na produção de madeira após um pico de ataque dessa praga em florestas com três anos de idade. Estimativas de produtores florestais apontam que, somente no Estado de São Paulo, entre 2010 e 2014, o prejuízo causado pelo ataque da praga tenha sido próximo a R$ 280 milhões, considerando-se apenas perdas diretas em incremento anual de madeira e produção final.

Os plantios afetados apresentam sintomas de prateamento, amarelecimento ou bronzeamento das folhas, seguidos de desfolhamento total das árvores, que, além de aumentar o risco de incêndios florestais, pode matar as árvores. Em alguns locais, a infestação do inseto atinge níveis elevados e chega a causar transtornos às comunidades vizinhas aos plantios, uma vez que os insetos podem chegar a residências e espaços públicos.

O setor florestal brasileiro de árvores plantadas tem grande importância econômica e socioambiental. Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o setor, com uma área de 7,8 milhões de hectares, é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no País, além de contribuir para conservação, preservação e recuperação de ambientes naturais. Em 2015, estima-se que 5,6 milhões de hectares foram destinados à conservação e outros 45 mil hectares de áreas degradadas foram recuperados. Os plantios de eucalipto representam 72% da área total de árvores plantadas e apresentaram um crescimento médio anual de 2,8% nos últimos cinco anos.

Fonte: Embrapa – Katia Pichelli