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Receituário agronômico: entenda sua importância!

Receituário agronômico: entenda sua importância!

O receituário agronômico é uma importante ferramenta tanto para o agricultor quanto para o engenheiro agrônomo para garantir uma produção mais sustentável da lavoura. Com isso, preparamos esse artigo que abordara tudo que precisa saber sobre esse assunto.

Venha Comigo!

 

Receituário agronômico: entenda sua importância!

 

Para gerir o agronegócio com responsabilidade e eficiência, as empresas tiveram que adotar as inovações tecnológicas com o fim de auxiliar o serviço, aprimorar os resultados e fiscalizar os processos.

Administrar as plantações e a venda de agrotóxicos de acordo com as leis e regulamentações dos órgãos responsáveis é uma obrigação da revenda. Uma destas obrigações é o preenchimento do receituário agronômico.

Esta documentação indica sobre o uso de agrotóxicos, que deve ser feito seguindo exatamente as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

 

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O que é receituário agronômico?

O receituário agronômico é um documento obrigatório que acompanha a compra e venda de defensivos agrícolas e contém recomendações técnicas de como o produto deve ser aplicado.

Seu principal objetivo é garantir a prescrição correta dos defensivos agrícolas, minimizando o uso inadequado desses produtos e os riscos de sua aplicação e deve ser emitido considerando as informações constantes nas bulas dos produtos, seguindo as recomendações dos fabricantes e das legislações dos órgãos competentes.

Deve ser prescrito por profissionais legalmente habilitados, como: engenheiros agrônomos ou florestais e técnicos agrícolas.

 

Por que o receituário agronômico é importante

Defensivos agrícolas são produtos químicos, que representam risco à saúde das pessoas e do meio ambiente caso não sejam utilizados da maneira correta.

Por isso, do registro até a comercialização do agrotóxico, várias análises devem ser feitas, de forma a comprovarem a eficiência do produto em relação ao seu alvo e quais são os riscos que seu uso podem oferecer.

Dentre as vantagens da adoção do Receituário Agronômico, podem-se destacar:

I. Contribuição para uma maior conscientização do uso de produtos fitossanitários;
II. Valorização do meio ambiente, com medidas efetivas para protegê-los;
III. Facilitar a adoção do manejo integrado de pragas (MIP), processo que envolve a condução de cultura supervisionada;
IV. Indução ao emprego de produtos fitossanitários mais seguros e mais eficientes;
V. Criação de um corpo de assistência técnica de alto nível, valorizando a classe;
VI. Criação de novas condições para uma comunicação mais efetiva entre técnicos e agricultores;
VII. Permissão para maior rigor nas fiscalizações dos problemas de ordem toxicológica.

 

Quem pode emitir e assinar o receituário agronômico?

Apenas um responsável técnico legalmente habilitado pode fazer a emissão do receituário agronômico. É este profissional que será responsável pela prescrição do defensivo agrícola e, consequentemente, irá assinar o documento.

De acordo com a legislação brasileira, os profissionais que podem emitir e assinar o receituário agronômico são os engenheiros agrônomos, engenheiros florestais e técnicos agrícolas do setor agroindustrial.

Segundo o Art. 2º da Resolução nº 344/90, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), os engenheiros agrônomos e florestais são “igualmente habilitados a assumir a responsabilidade técnica pela pesquisa, experimentação, classificação, produção, embalagem, transporte, armazenamento, comercialização, inspeção, fiscalização e aplicação dos agrotóxicos, seus componentes e afins”.

A assinatura na receita agronômica geralmente é feita de próprio punho, no documento físico. No entanto, alguns estados no país também permitem que o receituário seja assinado de forma eletrônica ou digital.

 

Procedimentos para a elaboração do receituário agronômico

Preferencialmente, o primeiro contato entre o profissional e o produtor deve acontecer em um escritório de assistência técnica. Isso porque locais onde se comercializam produtos fitossanitários levam à obrigatoriedade de se adotar o controle químico.

Durante a consultoria, o engenheiro agrônomo avalia o grau de conhecimento do agricultor, para saber como melhor conduzi-lo em todo o processo.

O produtor explica minuciosamente o problema fitossanitário detectado em sua cultura, enquanto o profissional vai anotando todas as informações importantes, sem interromper o seu cliente.

Em seguida, em uma anamnese ativa, o engenheiro agrônomo ou florestal começa a perguntar sobre alguns aspectos mais relevantes coletados anteriormente durante o interrogatório.

Na próxima etapa, são coletadas informações sobre tipo de cultivar e época de plantio, mão de obra disponível na propriedade, além dos tipos de equipamentos de aplicação de defensivos e EPIs – Equipamentos de Proteção Individual.

Por fim, o consultor marca uma visita até a propriedade para avaliar pessoalmente as condições fitossanitárias da cultura.

 

Principais estudos ambientais.

 

O que deve conter uma receita agronômica?

De forma geral, uma receita agronômica deve conter:

Identificação
Dados da pessoa física ou jurídica que irá adquirir o produto (consulente), junto com número de identificação (CPF ou CNPJ), local onde será feita a aplicação do defensivo, inscrição estadual da propriedade e município. Alguns estados também podem exigir a latitude e longitude.

Responsável técnico
Dados do profissional que fez a prescrição de uso do defensivo e é responsável pela emissão da receita.

Nesta seção, devem constar informações como nome, CPF, endereço, número de registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou no Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas (CFTA).

Recomendações técnicas
Deve conter dosagem, modalidade de aplicação, intervalo de segurança, quantidade do produto a ser adquirida e área na qual ele será aplicado.

Além disso, também deve se especificar a taxa de aplicação (volume de calda/hectare), equipamento, época e o modo de aplicação do produto.

EPI – Equipamentos de proteção individual
Aqui, deve ser especificado se o produto recomendado requer uso de EPI e onde pode ser encontrada sua indicação.

Restrições de uso e outras orientações
Mais recomendações em relação ao uso do produto, tanto para a segurança do profissional como para a própria aplicação do defensivo.

Manejo integrado de pragas (MIP)Recomendações quanto ao uso do produto aliado a medidas de manejo integrado de pragas, de forma a mantê-las abaixo do Nível de Dano Econômico (NDE).

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A utilização de agrotóxicos na agricultura revela um risco potencial à poluição de praticamente todo o meio ambiente natural, tendo em vista que os efeitos desses produtos se refletem na água, no solo e no ar atmosférico.

O receituário agronômico surgiu com objetivo de garantir a prescrição correta dos defensivos agrícolas, minimizando o uso inadequado desses produtos e os riscos de sua aplicação.

Onde deve ser emitido considerando as informações constantes nas bulas dos produtos, seguindo as recomendações dos fabricantes e das legislações dos órgãos competentes.

Lembrando que os receituários só pode ser prescrito por profissionais legalmente habilitados, como: engenheiros agrônomos ou florestais e técnicos agrícolas.

 

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Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

Com o uso maior de defensivos na produção agrícola, as pragas podem se tornar resistentes, fazendo com que o seu controle seja prejudicado ou até mesmo impossibilitado.

Pragas são todos os agentes invasores do ponto de vista da entomologia (insetos, ácaros, lesmas e caracóis) e da fitopatologia (fungos, bactérias, vírus etc) e também as plantas daninhas.

A resistência dessas pragas acontece quando há o uso indiscriminado de produtos agroquímicos por muito tempo, o que faz com que os agentes se tornem imunes aos seus princípios ativos, criando uma população mais forte e mais difícil de ser controlada.

O problema é que quando uma praga se torna resistente, ela prejudica a produção e aumenta a demanda por um investimento maior em soluções diferentes e eficazes.

A boa notícia é que com a adoção de algumas práticas, há a diminuição da probabilidade de aumento da incidência desses agentes, que é o tema do artigo de hoje.

Para entender melhor como isso é possível, confira, a seguir, algumas ações importantes na prevenção de pragas resistentes!

 

Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

 

Aplicação do defensivo agrícola em doses recomendadas

Não há dúvidas que a tecnologia de aplicação de defensivos na produção agrícola reduz o número de pragas, aumentando a produção de uma forma eficiente.

No entanto, um dos problemas causadores da resistências de pragas e doenças nas culturas é o uso de doses exageradas de defensivos já que, ao longo do tempo, ele perde a eficácia a medida que as pragas se tornam mais fortes e imunes.

Para evitar perdas econômicas com o desperdício de produto e melhorar a produção, o indicado é que produtores e profissionais que lidam com a cultura sigam as recomendações de uso do defensivo, evitando o excesso.

Além dos cuidados com a dosagem, é muito importante verificar se os equipamentos de aplicação estão na regulagem correta, permitindo que apenas a dose necessária entre em contato com a superfície da folha.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 


Rotação do princípio ativo do defensivo

Outro ponto relacionado a tecnologia de aplicação de agroquímicos é o seu uso prolongado de um mesmo princípio ativo. Isso porque, ao longo dos anos, ao escolher apenas um tipo de produto para fazer o controle de determinada praga se inicia o processo de se seleção natural, fazendo com que só os indivíduos mais fortes sobrevivam e reproduzam, criando uma população cada vez mais forte.

Com isso, quando se opta pela alternância ou rotação de princípios ativos do defensivo agrícola, esse processo de seleção se torna mais lento pois passa a ser necessária a adaptação dessas pragas a outro composto pouco utilizado.

 

Plataforma Agropós

 

Aplicação de defensivos para o manejo integrado de pragas

Uma das formas mais eficazes de reduzir a incidência de pragas resistentes é o Manejo Integrado de Pragas, ou MIP. Essa tecnologia consiste em fazer com que a própria planta exerça uma resistência natural aos agentes patógenos, protegendo organismos benéficos à produção.

No MIP, primeiro deve ser feita a diagnose, ou seja, identificar corretamente a praga, identificar o que favorece a sua proliferação e os pontos críticos de controle.

Em seguida é preciso definir qual método é mais eficaz no controle e por fim, colocá-lo em prática.

 

Mancha de Calonectria

(Foto: Clonar)

 

No sistema de MIP o ideal é conciliar diversos métodos como feromônios, biopesticidas, erradicação dos hospedeiros e adubação equilibrada.

Entretanto, é relevante destacar que a escolha da ação deve levar em conta critérios técnicos, econômicos, sociais e ambientais.

Em geral, a variação das tecnologias e cuidados na aplicação para evitar o aumento da incidência de pragas varia de acordo com a necessidade de cada cultura, extensão do terreno, tipo de praga e condições climáticas.

 

Pós-graduação Fitossanidade

[PARTE 2] 9 estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas são prioridade na agricultura

[PARTE 2] 9 estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas são prioridade na agricultura

Como vimos na PARTE 1 (se não leu, clique aqui), a partir da demanda crescente de soluções na agricultura, foram criadas estratégias denominadas anti-resistência de fungos a fungicidas, que são formas de reverter o problema e evitar que a praga se torne mais forte.

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Videoaula gratuita: Diagnose de doenças florestais | Professor Acelino Alfenas
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Confira mais algumas formas!

PARTE 2

Não utilizar fungicidas sistêmicos após o surgimento de uma epidemia

Quando uma doença atinge o grau máximo de severidade durante o ciclo de produção de uma cultura, chamada de epidemia, não é recomendado o uso de fungicidas, sobretudo os sistêmicos pois não serão eficientes no controle do problema, aumentam o custo de produção e elevam a pressão pela seleção dos fungos resistentes.

Os fungicidas protetores também devem ser evitados pois dificilmente surtirão efeito diante de uma situação dessa proporção. Nesse tipo de situação, deve-se aguardar o fim do ciclo de produção e o início de uma nova estação de cultivo, principalmente em culturas perenes.

Monitorar áreas de utilização de um produto sistêmico

Monitorar as áreas em que os fungicidas estão sendo empregados antes e depois da aplicação dos produtos é fundamental para o controle das doenças. Assim, quando for notado um aumento da população de fungos resistentes ao princípio ativo do fungicida, ainda haverá tempo para que as estratégias anti-resistência, como manejo de fungicidas e práticas culturais sejam adotadas sem que haja falta ou excesso de uso de fungicidas.

Realizar o manejo integrado de doenças

Devido ao aumento da resistência dos fungos aos fungicidas modernos, o manejo integrado de doenças (MID) surge como uma estratégia anti-resistência eficaz. Essas práticas são desejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e também são relevantes para o controle da resistência na agricultura, quando disponíveis. Afinal, em alguns casos, nem todas as medidas de MID podem ser adotadas pelas mais diversas razões.

O manejo integrado de doenças engloba:

    • Monitoramento da intensidade da doença;
    • Condições climáticas (temperatura, umidade relativa, vento, chuva, molhamento foliar etc);
    • Emprego de variedades resistentes a fungos;
    • Controle cultural (medidas sanitárias,rotação de culturas, dentre outros);
    • Controle biológico;
    • Evitar áreas mais suscetíveis à doença.

Utilizar produtos químicos com diferentes mecanismos de ação

A diversidade de fungicidas com diferentes mecanismos de ação é benéfica tanto para o meio ambiente quanto para evitar a resistência pois o uso de um mesmo princípio de ação por longos anos favorece a seleção dos indivíduos mais fortes. O ideal é rotacionar diferentes tipos de fungicidas, tanto sistêmicos como também os protetores que tenham a mesma finalidade mas, com mecanismo de ação diferentes, evitando a evolução da população de fungos.

Reduzir a freqüência de aplicação de fungicidas sistêmicos

Os fungicidas sistêmicos para o controle de uma doença devem ser aplicados apenas nos momentos críticos, ou seja, quando todas as condições são favoráveis para o desenvolvimento do patógeno. Para evitar a resistência aos fungos, o indicado é dar preferência aos fungicidas protetores ou com ação translaminar e também, quando possível, recorrer aos avisos fitossanitários, que são informações e recomendações de manejo de acordo com as condições climáticas da região sempre que possível.

A adoção de estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas é algo urgente que se tornou prioridade na produção agrícola. Por isso, quanto antes for detectado o problema e o quanto antes essas medidas forem tomadas, maior a chance de evitar que os fungos se tornem mais fortes e resistentes, diminuindo também o risco de perdas econômicas e ambientais.

 

Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV

9 estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas!

9 estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas!

9 estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas!

Com o aumento da demanda por controle químico de fungos na agricultura, houve também um crescimento do uso de defensivos para aumentar a produção, sem gerar prejuízos. No entanto, caso o uso desses produtos não tenha um controle correto, os fungos podem se tornar resistentes, dificultando a sua erradicação e demandando mais recursos tecnológicos para encontrar soluções eficazes.

A resistência dos fungos ocorre devido a presença de características herdadas ou adquiridas em resposta à aplicação indiscriminada de fungicidas, fazendo com que a pressão pela seleção dos indivíduos mais fortes e insensíveis ao composto aumente. Ou seja, o produto passa a ter sua eficácia reduzida no controle da doença, colocando em risco toda a produção.

A partir da demanda crescente de soluções na agricultura, foram criadas estratégias denominadas anti-resistência de fungos a fungicidas, que são formas de reverter o problema e evitar que a praga se torne mais forte.

Você irá acompanhar algumas delas aqui, confira!

Não utilizar fungicidas específicos isoladamente e em sequência

Uma das causas para o aumento da resistência em fungos é aplicação de um mesmo produto por um longo período, de maneira isolada. Uma das formas de reverter essa situação é realizar misturas (desde que aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) entre um Fungicida com mecanismo de ação específico (FMAE) com fungicida de mecanismo de ação múltipla (FMAM).

 

https://materiais.agropos.com.br/videoaula-diagnose-fungos-prof-acelino

 

Restringir o número de aplicações do fungicida sistêmico

A restrição do número de aplicações do fungicida sistêmico a um mínimo por safra e sua utilização somente quando a cultura demandar, sobretudo em períodos de alto risco de infecção é outra estratégia anti-resistência válida. Com a redução do número de aplicações, a pressão pela seleção dos agentes mais fortes cai e com isso, há uma manutenção do efeito do fungicida por mais tempo.

 

Alternar fungicidas sistêmicos com fungicidas protetores

Fungicidas sistêmicos são aqueles que em que o princípio ativo é absorvido pela planta e é deslocado para as suas outras partes, inibindo o desenvolvimento patógeno. Já os fungicidas protetores devem ser aplicados antes da contaminação da planta pelo fungo, formando uma espécie de barreira de proteção.

Para evitar a resistência, o ideal é que sejam aplicados, de forma alternada os dois tipos, desde que possuam mecanismos de ação diferentes.

 

Manter a dose recomendada pelo fabricante

Não são raros os casos em que produtores diminuem a dose do defensivo em virtude da baixa ocorrência da praga ou, ao contrário, aumenta na intenção de realizar um controle mais efetivo do problema.

Entretanto, nas duas situações, aplicar a dose incorreta pode aumentar a resistência dos fungos. Isso ocorre porque, quando um produto é aprovado, ele já possui indicações exatas, testadas e validadas em campo pelo fabricante. Por essa razão, para que o efeito seja mantido, deve-se manter a dose indicada no rótulo.

 

Não utilizar fungicidas sistêmicos após o surgimento de uma epidemia

Quando uma doença atinge o grau máximo de severidade durante o ciclo de produção de uma cultura, chamada de epidemia, não é recomendado o uso de fungicidas, sobretudo os sistêmicos pois não serão eficientes no controle do problema, aumentam o custo de produção e elevam a pressão pela seleção dos fungos resistentes.

Os fungicidas protetores também devem ser evitados pois dificilmente surtirão efeito diante de uma situação dessa proporção. Nesse tipo de situação, deve-se aguardar o fim do ciclo de produção e o início de uma nova estação de cultivo, principalmente em culturas perenes.

 

Não utilizar fungicidas sistêmicos após o surgimento de uma epidemia

 

 

Monitorar áreas de utilização de um produto sistêmico

Monitorar as áreas em que os fungicidas estão sendo empregados antes e depois da aplicação dos produtos é fundamental para o controle das doenças. Assim, quando for notado um aumento da população de fungos resistentes ao princípio ativo do fungicida, ainda haverá tempo para que as estratégias anti-resistência, como manejo de fungicidas e práticas culturais sejam adotadas sem que haja falta ou excesso de uso de fungicidas.

 

Realizar o manejo integrado de doenças

Devido ao aumento da resistência dos fungos aos fungicidas modernos, o manejo integrado de doenças (MID) surge como uma estratégia anti-resistência eficaz. Essas práticas são desejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e também são relevantes para o controle da resistência na agricultura, quando disponíveis. Afinal, em alguns casos, nem todas as medidas de MID podem ser adotadas pelas mais diversas razões.

O manejo integrado de doenças engloba:

  • Monitoramento da intensidade da doença;
  • Condições climáticas (temperatura, umidade relativa, vento, chuva, molhamento foliar etc);
  • Emprego de variedades resistentes a fungos;
  • Controle cultural (medidas sanitárias,rotação de culturas, dentre outros);
  • Controle biológico;
  • Evitar áreas mais suscetíveis à doença.

 

Utilizar produtos químicos com diferentes mecanismos de ação

A diversidade de fungicidas com diferentes mecanismos de ação é benéfica tanto para o meio ambiente quanto para evitar a resistência pois o uso de um mesmo princípio de ação por longos anos favorece a seleção dos indivíduos mais fortes. O ideal é rotacionar diferentes tipos de fungicidas, tanto sistêmicos como também os protetores que tenham a mesma finalidade mas, com mecanismo de ação diferentes, evitando a evolução da população de fungos.

 

Reduzir a freqüência de aplicação de fungicidas sistêmicos

Os fungicidas sistêmicos para o controle de uma doença devem ser aplicados apenas nos momentos críticos, ou seja, quando todas as condições são favoráveis para o desenvolvimento do patógeno. Para evitar a resistência aos fungos, o indicado é dar preferência aos fungicidas protetores ou com ação translaminar e também, quando possível, recorrer aos avisos fitossanitários, que são informações e recomendações de manejo de acordo com as condições climáticas da região sempre que possível.

A adoção de estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas é algo urgente que se tornou prioridade na produção agrícola. Por isso, quanto antes for detectado o problema e o quanto antes essas medidas forem tomadas, maior a chance de evitar que os fungos se tornem mais fortes e resistentes, diminuindo também o risco de perdas econômicas e ambientais.

 

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Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV

Gafanhotos e outras pragas ameaçam plantações de caju no RN

Gafanhotos e outras pragas ameaçam plantações de caju no RN

Produtores rurais de Serra do Mel, no Oeste potiguar, enfrentam dificuldades para acabar com a ação de insetos que atacam as plantas. Nem aplicação de veneno resolveu.

Gafanhotos atacam plantações de caju no interior do RN (Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca)

Por Ivanúcia Lopes, Inter TV Costa Branca

Ele voa de uma planta para outra. As vezes em bando, outras de forma solitária. Mas sempre com fome. É o gafanhoto – uma praga que está afetando a produção de caju em algumas comunidades no interior do Rio Grande do Norte. E esse não é o único inseto que ameaça a safra de castanha deste ano.

Na propriedade do agricultor João Cirino, eles têm dado prejuízo. “Essa é a praga que está afetando aqui, que não está deixando nada. A pessoa planta, eles comem. Come até o pasto dos bichos”, diz o agricultor. “Vem da mata, sobe na planta, e só desce quando acaba. Quando acaba, vão pra outra”, complementa.

O terreno de João fica na Vila Rio Grande do Sul, em Serra do Mel. São 20 hectares só com com cajueiros. Nem a planta comum na região escapou da praga. A ação devastadora deve prejudicar a safra de castanha de 2018.
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Saiba como controlar as pragas
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O agricultor fez até planos para investir em outras culturas, como feijão e melancia, mas não sabe se vale a pena. Nem com as chuvas os gafanhotos vão embora. “Eles procuram um canto pra passar a chuva. Quando passa, eles voltam pro trabalho deles, que é destruir”, reforça.

Nem veneno afastou as pragas das plantações de caju, em Serra do Mel, RN (Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca )

João tentou combater a praga fazendo pulverização com aditivos químicos – um investimento que sai caro, com investimento em veneno e no aluguel do trator, que é feito por hora. Mas não adiantou. Os insetos até se afastaram por uns dias, não para longe. Com pouco tempo, voltaram a atacar.

As pragas também se espalham por outras localidades. Na Vila Rio Grande do Norte, também em Serra do Mel, o produtor rural Antônio Vicente Nunes tem que lidar com percevejos e lagartas, além dos gafanhotos. E o alvo de todos eles é o mesmo: o cajueiro.

“Acaba tudo, não dá uma castanha. As vezes, no final do inverno, sai uma folhinha, mas não tem força pra botar castanha”, explica.

O inseto que mais tira o sono do agicultor é o conhecido na região como bicho-pau ou mané mago. O bicho, que mede cerca de 8 centímetros, se camufla entre as plantas e causa estrago nas folhas. É mais uma das pragas que atingem os cajueiros da propriedade.

“Ele começa a comer as folhas do cajueiro, come a folha todinha. E quando come o olho da planta, ela morre. Ataca muito mais que a mosca branca”, conclui o produtor.

Bicho-pau é outra praga que ameaça safra de castanha no interior do RN (Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca)

Fonte: G1