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TRF-1 derruba liminar que suspendeu uso do herbicida glisofato no país

TRF-1 derruba liminar que suspendeu uso do herbicida glisofato no país

O desembargador federal Kássio Marques, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, derrubou a liminar que suspendia o uso do herbicida glisofato no país.

A suspensão havia sido determinada no início de agosto pela juíza federal substituta da 7ª Vara do Distrito Federal, Luciana Raquel Tolentino de Moura. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu no TRF-1.

O glifosato é um herbicida utilizado em importantes lavouras brasileiras, especialmente na soja, principal produto de exportação do país. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se manifestou publicamente nos últimos dias contra a proibição do herbicida.

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Na decisão, o desembargador Kássio Marques disse que a suspensão do glisofato seria prejudicial para a economia do país. Ele acrescentou que o produto já foi aprovado pelos órgãos competentes, que atestaram não haver no glisofato riscos à saúde.

“Nada justifica a suspensão dos registros dos produtos que contenham como ingredientes ativos abamectina, glifosato e tiram de maneira tão abrupta, sem a análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país e à população em geral”, afirmou o desembargador.

“Os produtos que contém os princípios ativos ora questionados, para obterem o registro e serem comercializados, já foram aprovados por todos os órgãos públicos competentes para tanto, com base em estudos que comprovaram não oferecerem eles riscos para a saúde humana e para o meio ambiente, estando em uso há vários anos”, concluiu Marques.

A AGU destacou que, se a decisão não fosse cassada, o Brasil seria o primeiro país a restringir totalmente o uso de glifosato, o que levaria muito provavelmente a maior parte dos produtores a deixar de utilizar a modalidade de plantio direto e voltar a preparar, em alguma medida, o solo, com evidentes perdas para o meio ambiente (erosão, diminuição do teor de matéria orgânica do solo, aumento do consumo de combustível etc.).

Por G1.

[PARTE 2] Plantas inseticidas: o que são, como agem, vantagens e desvantagens

[PARTE 2] Plantas inseticidas: o que são, como agem, vantagens e desvantagens

Na PARTE 1 da matéria (se não leu, clique aqui), vimos o que são plantas inseticidas e como são seus mecanismos de ação.

O uso de plantas no combate das pragas apresenta inúmeras vantagens, mas também, alguns pontos negativos. Saiba quais são a seguir!

Quais são as vantagens e desvantagens do uso de plantas inseticidas?

Vantagens

Degradação acelerada

Por possuírem degradação rápida, principalmente quando há presença de luminosidade adequada, umidade do ar elevada e alta frequência de chuvas, esses produtos ficam menos tempo no meio ambiente, o que reduz os impactos na natureza.

Baixa toxicidade a mamíferos

A maior parte das plantas inseticidas possuem baixa toxicidade a mamíferos. Isso significa que, com o uso adequado, não prejudicam a saúde do homem, outros mamíferos e nem das abelhas;

Baixa fitotoxicidade 

Apresenta baixa toxicidade pois não causam danos a outras plantas.

Ação rápida

Esses inseticidas podem matar o inseto ou parar sua atuação, de acordo com o mecanismo de ação de cada planta, imediatamente após o uso, o que faz dele uma boa opção para quem tem urgência no combate à praga.

Seletividade

Causam menos danos a insetos e ácaros benéficos devido ao seu baixo efeito residual e pela rápida degradação.

Desvantagens

Degradação acelerada

A rápida degradação que é uma vantagem, também pode ser considerada uma vantagem pois exige um maior número de aplicações para obter o controle total da praga.

Toxicidade a outros organismos

Apesar de baixo, alguns inseticidas de origem botânica podem apresentar risco de serem tóxicos aos peixes e outros insetos não-alvo.

Falta de disponibilidade no mercado

As plantas inseticidas e os defensivos que delas se originam não estão disponíveis comercialmente ou possuem um custo mais elevado em relação aos defensivos de origem sintética, o que muitas vezes inviabiliza o seu uso.

Falta de comprovação da eficácia

Ainda são poucos os estudos sobre plantas inseticidas. Por isso, nem sempre é possível ter a certeza que seu uso será eficaz para a produção agrícola.

Antes de iniciar o controle de pragas utilizando as plantas inseticidas é preciso ter em mente que, isoladamente, seu efeito é menor. Essa estratégia deve fazer parte de um manejo integrado de pragas, visando o controle de todas as variáveis que podem estar afetando a produção agrícola.

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Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV

Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

Tecnologia de aplicação para redução de pragas!

Com o uso maior de defensivos na produção agrícola, as pragas podem se tornar resistentes, fazendo com que o seu controle seja prejudicado ou até mesmo impossibilitado.

Pragas são todos os agentes invasores do ponto de vista da entomologia (insetos, ácaros, lesmas e caracóis) e da fitopatologia (fungos, bactérias, vírus etc) e também as plantas daninhas.

A resistência dessas pragas acontece quando há o uso indiscriminado de produtos agroquímicos por muito tempo, o que faz com que os agentes se tornem imunes aos seus princípios ativos, criando uma população mais forte e mais difícil de ser controlada.

O problema é que quando uma praga se torna resistente, ela prejudica a produção e aumenta a demanda por um investimento maior em soluções diferentes e eficazes.

A boa notícia é que com a adoção de algumas práticas, há a diminuição da probabilidade de aumento da incidência desses agentes, que é o tema do artigo de hoje.

Para entender melhor como isso é possível, confira, a seguir, algumas ações importantes na prevenção de pragas resistentes!

 

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Aplicação do defensivo agrícola em doses recomendadas

Não há dúvidas que a tecnologia de aplicação de defensivos na produção agrícola reduz o número de pragas, aumentando a produção de uma forma eficiente.

No entanto, um dos problemas causadores da resistências de pragas e doenças nas culturas é o uso de doses exageradas de defensivos já que, ao longo do tempo, ele perde a eficácia a medida que as pragas se tornam mais fortes e imunes.

Para evitar perdas econômicas com o desperdício de produto e melhorar a produção, o indicado é que produtores e profissionais que lidam com a cultura sigam as recomendações de uso do defensivo, evitando o excesso.

Além dos cuidados com a dosagem, é muito importante verificar se os equipamentos de aplicação estão na regulagem correta, permitindo que apenas a dose necessária entre em contato com a superfície da folha.

 

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Rotação do princípio ativo do defensivo

Outro ponto relacionado a tecnologia de aplicação de agroquímicos é o seu uso prolongado de um mesmo princípio ativo. Isso porque, ao longo dos anos, ao escolher apenas um tipo de produto para fazer o controle de determinada praga se inicia o processo de se seleção natural, fazendo com que só os indivíduos mais fortes sobrevivam e reproduzam, criando uma população cada vez mais forte.

Com isso, quando se opta pela alternância ou rotação de princípios ativos do defensivo agrícola, esse processo de seleção se torna mais lento pois passa a ser necessária a adaptação dessas pragas a outro composto pouco utilizado.

 

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Aplicação de defensivos para o manejo integrado de pragas

Uma das formas mais eficazes de reduzir a incidência de pragas resistentes é o Manejo Integrado de Pragas, ou MIP. Essa tecnologia consiste em fazer com que a própria planta exerça uma resistência natural aos agentes patógenos, protegendo organismos benéficos à produção.

No MIP, primeiro deve ser feita a diagnose, ou seja, identificar corretamente a praga, identificar o que favorece a sua proliferação e os pontos críticos de controle.

Em seguida é preciso definir qual método é mais eficaz no controle e por fim, colocá-lo em prática.

 

Mancha de Calonectria

(Foto: Clonar)

 

No sistema de MIP o ideal é conciliar diversos métodos como feromônios, biopesticidas, erradicação dos hospedeiros e adubação equilibrada.

Entretanto, é relevante destacar que a escolha da ação deve levar em conta critérios técnicos, econômicos, sociais e ambientais.

Em geral, a variação das tecnologias e cuidados na aplicação para evitar o aumento da incidência de pragas varia de acordo com a necessidade de cada cultura, extensão do terreno, tipo de praga e condições climáticas.

 

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Pesquisa da Unesp usa fungos da Antártica para combater doenças da agricultura

Pesquisa da Unesp usa fungos da Antártica para combater doenças da agricultura

Pesquisadores de Rio Claro (SP) conseguiram bons resultados contra bactérias que atacam citros, maracujá e tomate.

Plantio de maracujá (Foto: Giselda Person)

Uma pesquisa da realizada na Unesp de Rio Claro (SP) comprovou que fungos coletados na Antártica podem combater doenças causadas por bactérias do gênero Xanthomonas na agricultura.

A pesquisa testou os fungos com sucesso para as bactérias Xanthomonas citri, Xanthomonas euvesicatoria e Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae que causam o cancro cítrico, mancha bacteriana no tomate e bacteriose no maracujá, respectivamente. Há ainda estudos para doenças da mandioca e cana-de-açúcar.

A professora Daiane Cristina Sass, da Unesp de Rio Claro, investiga a ação de fungos contra bactérias que atacam a agricultura. (Foto: Arquivo pessoal)

“Esses organismos se desenvolvem em ambientes inóspitos e extremos, com poucos nutrientes, grande irradiação solar UV, frio excessivo e nós acreditamos que eles poderiam produzir compostos diferentes do que já é habitual justamente por estar em ambiente diferente”, a a professora Daiane Cristina Sass, coordenadora do projeto que tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo a pesquisadora, alguns fungos foram eficientes para várias culturas, outros atuaram em apenas uma das bactérias testadas.

 

 

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Cancro cítrico

Cancro cítrico prejudicou pomar de laranjas em Matão (Foto: Thayna Cunha/ G1)

No caso do cancro cítrico, a equipe do departamento de Laboratório de Bioprodutos e Microbiologia testou 86 fungos que foram coletados no solo e no mar da Antártica entre 2013 e 2015. Desses, 29 deles tiveram ação comprovada contra Xanthomonas citri que causa a doença que atingiu 13% dos pomares de citros do estado de São Paulo, no ano passado.

A doença causa lesões nos frutos de laranja, limão e tangerina, prejudicando a sua aparência e as vendas no mercado in natura. Como não tem cura, os produtores utilizam pulverização de produtos à base de cobre para minimizar os seus efeitos.

“O principal método de combate ao cancro cítrico é a aplicação nos pomares de compostos de cobre. O lado negativo é que, mesmo em quantidades pequenas, com o uso prolongado o cobre pode se acumular nos frutos, no solo e nas águas, acabando por contaminar todo o meio ambiente. É por isso que buscamos novos compostos que sejam menos agressivos ao meio ambiente e menos prejudiciais ao ser humano”, afirma a professora Daiane Cristina Sass, coordenadora do projeto.

Alta eficiência

Grupo de pesquisa do Laboratório de Bioprodutos e Microbiologia. (Foto: Divulgação)

Em testes em laboratório, alguns extratos dos fungos chegaram a inibir em 98% a proliferação da bactéria. Agora, os pesquisadores querem descobrir os compostos que são responsáveis pela ação antibacteriana e assim deixá-los mais eficientes.

“No extrato temos vários compostos. Nós estamos isolando esses produtos, purificando para tirar o composto [responsável pelo controle da bactéria] do extrato e, provavelmente, ele terá uma atividade ainda maior”, afirmou Daiane.

De acordo com a pesquisadora, essa fase da pesquisa deve demorar um ano e meio, aproximadamente. Paralelamente, a equipe está realizando testes toxicológicos em células humanas. O mesmo também deverá ser feito para testar a toxidade dos fungos em insetos, como abelhas.

Os pesquisadores esperam patentear os compostos identificados e que eles sejam disponibilizados no mercado de defensivos agrícolas.

Fungos da Antártica

Fungos estavam em sedimentos retirados da Antártica durante as expedições do projeto Proantar. (Foto: Arquivo pessoal/ Lara Sette)

Os fungos testados fazem parte de um banco com mais de 1,5 mil fungos isolados de amostras de solo e de sedimentos marinhos coletados ao longo de quatro expedições do projeto Proantar.

Dos fungos estudados, 33 fungos foram isolados a partir de amostras coletadas em solo abaixo de madeira podre. Outros 53 vieram das águas da baía do Almirantado, na Ilha Rei George. Todos foram coletados pela equipe da professora Lara Durães Sette.

 

 

 

 

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Professora Lara Sette em coleta de sedimentos na Antártica. (Foto: Arquivo pessoal/ Lara Sette)

“A Antártica ainda é um ambiente que propicia a gente obter novas espécies de fungos ainda não conhecidos pela ciência e temos alguns grupos que a gente vê que são associados a ambientes marinhos e ambientes frios”, explicou a professora que trabalha com a prospecção de enzimas adaptadas ao frio.

Além da agricultura, as aplicações desses fungos de ambiente gelado estão sendo estudadas também na indústria alimentícia e degradação de poluentes ambientais.