O tamanho da gota ideal para aplicação de defensivos agrícolas
São vários os fatores que influenciam a eficiência de uma aplicação de defensivos agrícolas: o tipo da ponta de pulverização, o pulverizador, a cultura, o produto utilizado, as condições climáticas entre outros. A integração de todos esses conhecimentos permitirá definir qual o melhor tamanho de gota para cada situação. E qual é o tamanho ideal?
Segundo o Engenheiro Agrônomo e Mestrando em Fitotecnia na Universidade Federal de Viçosa, Hugo Moraes, fazer o uso da gota em seu tamanho ideal é importante para garantir boa cobertura do alvo, possibilitando eficiente atuação no controle das pragas e de forma ambientalmente correta.
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Ainda de acordo com Hugo, que também é um dos professores da pós-graduação a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais da AgroPós, o uso da gota em tamanho inapropriado pode gerar prejuízos econômicos e ambientais.
“O tamanho inadequado da gota possibilita a ocorrência de deriva, que é a não chegada do produto no alvo, ou seja, o produto que já foi comprado pelo produtor não irá atuar no alvo desejado. Assim, o controle fica prejudicado, o que impactará na redução da produtividade. Por outro lado, a deposição do produto em local que não seja o alvo possibilitará em um impacto negativo ao meio ambiente”, explica Hugo.
Além disso, segundo o professor, “é comum encontrar questões judiciais de um produtor alegando que teve sua lavoura danificada pela deriva oriunda de uma aplicação indevida tecnicamente, numa lavoura do agricultor vizinho”.
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Tamanho ideal
Para utilizar o tamanho correto da gota na aplicação dos produtos fitossanitários nas culturas deve-se levar em consideração os seguintes fatores: características do produto que será utilizado na aplicação, estádio de desenvolvimento da cultura, condições climáticas (temperatura, umidade relativa e velocidade do vento), o tipo de alvo e recurso humanos na operacionalização do processo.
A pressão de trabalho utilizada na aplicação, além do tipo/modelo da ponta de pulverização e a utilização de alguns adjuvantes também são capazes de interferir no tamanho da gota.
De maneira geral, para condições climáticas mais adversas, como temperatura muito elevada e umidade relativa do ar baixa, exigem tamanhos de gotas mais grossas para se reduzir o potencial risco de deriva. Defensivos agrícolas que atuam de forma sistêmica possibilitam esse padrão de gota, uma vez que estes possuem certa mobilidade dentro do alvo.
Já os produtos considerados de contato possuem movimentação extremamente restrita, e nesses casos, para garantir boa cobertura, maior quantidade de gotas se faz necessário.
Da mesma forma, principalmente para volumes de caldas reduzidos, como os que estão sendo utilizados hoje em dia, só são possíveis com a utilização de tamanhos de gotas menores. No entanto, esse padrão de gota tende a sofrer maior influência do vento e evaporação, o que aumenta o risco de deriva. Por isso a importância de se avaliar todas as possibilidades e a eficiência de cada uma delas para cada situação.
“O que se recomenda é trabalhar com um gota grande o bastante para se reduzir os riscos da deriva, e pequena o suficiente para ter boa cobertura do alvo”, finaliza Hugo.
Reportagem: Mateus Dias | Comunicação AgroPós