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Ao longo da história, o homem teve seu desenvolvimento baseado no aproveitamento dos recursos naturais e, dentre esses, as florestas foram e continuam sendo uma grande reserva econômica do desenvolvimento.

No entanto, a ação desordenada, através desse permanente processo de desenvolvimento, alterou a cobertura original das florestas, tornando-a deficiente em muitos casos.

No uso tradicional do solo para a agricultura, a floresta ocupa, ainda hoje, a tarefa insubstituível de reserva e regeneração. A floresta vem oferecendo ao homem muitos elementos essenciais para a sua sobrevivência, entre eles, alimentos, combustíveis, material de construção e matéria-prima para produtos industrializados.

O rápido crescimento nas últimas décadas exigiu um maior e mais intenso uso das florestas e de seus produtos, tornando-os escassos e pouco disponíveis no mercado, principalmente no que tange a qualidade. Essa crescente demanda está forçando um uso mais intensivo do solo com o objetivo de aumentar a disponibilidade de produtos de origem florestal e outros.

Tem-se que considerar que o solo não é apenas um suporte físico para o crescimento das plantas e armazenamento de umidade e nutrientes. O solo é um sistema dinâmico que abriga uma multiplicidade de organismos com características e funções diferentes, os quais proporcionam o equilíbrio ambiental indispensável para o desenvolvimento de todos os seres vivos.

O mau uso dos solos pode ocasionar sérios danos ambientais e econômicos, transformando terras férteis em áreas improdutivas e agredindo seriamente o meio natural. Por esse motivo, existem diversas técnicas de cultivo e conservação dos solos, visando ao seu melhor aproveitando e à sua máxima preservação.

Dessa maneira, o grande desafio é recuperar estas áreas degradadas, tornando-as novamente produtivas e encontrar alternativas para evitar que este processo destrutivo ocorra em outros locais ainda cobertos por florestas, além de promover o ordenamento da produção para garantir um rendimento estável e contínuo nas propriedades, sem esquecer de preservar e ampliar as áreas com florestas.

O papel da floresta

A floresta pela sua estrutura exerce função importante na conservação do solo e água.

Seu sistema radicular associado a serapilheira atua absorvendo a água das chuvas, conduzindo-a para as camadas inferiores do solo através da porosidade que se forma pela presença das raízes e pela dinâmica dos organismos vivos do solo, até chegar ao lençol freático, a partir do qual ocorre um reabastecimento gradual dos cursos d’agua.

Dessa maneira, a cobertura vegetal, especialmente as florestas, contribui de maneira decisiva na proteção dos solos, protegendo também as matas ciliares as quais são responsáveis pela manutenção da qualidade da água.

A manutenção da qualidade da água em microbacias agrícolas depende da presença da mata ciliar. Esse efeito benéfico é devido a absorção de nutrientes do escoamento subsuperficial pelo ecossistema ripário.

A Conservação do solo

O manejo, a proteção e uso do solo devem-se basear, primeiramente, no seu potencial produtivo. Sendo que para um manejo adequado do solo é necessário considerar suas propriedades físicas (aeração, retenção de água, compactação, estruturação), químicas (reação do solo, disponibilidade de nutrientes, interações entre estes) e biológicas (teor de matéria orgânica, respiração, biomassa de carbono, biomassa de nitrogênio, taxa de colonização e espécies de microrganismos).

Um bom manejo do solo é aquele que propicia boa produtividade no tempo presente e que, também, possibilita a manutenção de sua fertilidade, garantindo a produção no futuro.

A matéria orgânica ou húmus do solo, desempenha papel fundamental para as plantas e para o solo: atua como um cimento que faz a união entre as partículas de solo, formando os agregados. Estes são importantes porque tornam o solo mais poroso, melhorando e aumentando a infiltração da água da chuva e da irrigação no perfil, e consequentemente, reduzindo a quantidade da água que vai com a enxurrada. Os agregados estáveis também aumentam a resistência do solo ao impacto das gotas de chuva. Como resultado, ele estará mais resistente aos processos erosivos.

A matéria orgânica é importante, também, para aumentar a capacidade de troca catiônica (CTC), que é a capacidade que o solo tem de armazenar nutrientes para as plantas, tais como: cálcio, potássio e magnésio. Além disso, a matéria orgânica é capaz de fornecer nitrogênio, fósforo e enxofre para a nutrição das plantas.

Manter uma relação saudável com o meio ambiente, respeitando os recursos naturais, como a água e o solo são fundamentais. Mas, você sabe quais são os fenômenos que podem degradar o solo?

  • Desmatamento
  • Erosão ou desertificação
  • Aumento da salinidade do solo
  • Utilização de tecnologias inadequadas

É muito importante observar que a conservação do solo e da água estão completamente interligadas, sendo assim, as técnicas adotadas devem atender a estes dois fatores.

Considerações finais

As atividades humanas têm impactado crescentemente a conservação dos solos. Retirada de florestas e a utilização da terra para agricultura e pastagem são apenas algumas das ações que modificam a sua estrutura e todo o equilíbrio ambiental, e afetam não só animais e florestas como os próprios homens.

O exemplo mais visível disso tem sido a questão urgente da água. A escassez do recurso, seja aqui no Brasil e ou em outras partes do mundo, invariavelmente tem uma coisa em comum: o mau uso do solo, provocando seu desgaste e erosão, retirando dele a capacidade de renovação.

Os desafios são grandes para a conservação do solo, mas algumas mudanças são possíveis, principalmente se contarmos com a participação das pessoas.

Fonte: Mata Nativa