(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Embrapa discute prevenção e controle de pragas na agricultura em audiência no Senado Federal

Embrapa discute prevenção e controle de pragas na agricultura em audiência no Senado Federal

Embrapa discute prevenção e controle de pragas na agricultura em audiência no Senado Federal

Foto: Liliane Castelões / reprodução Embrapa

Por Embrapa Cerrados

Prevenção e controle de pragas na agricultura foi tema de audiência pública interativa, promovida, na última terça-feira (06), pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado Federal. O técnico e supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados Sérgio Abud foi indicado pela Diretoria-Executiva para representar a Empresa e abordou as medidas adotadas no manejo integrado de pragas (MIP).

O presidente da Comissão e requerente da audiência, senador Ivo Cassol (PP-RO) destacou a importância do conhecimento sobre as medidas a serem tomadas pelos agricultores para controlar as pragas no campo. O deputado Luiz Cláudio (PR-RO) parabenizou a iniciativa e elogiou o trabalho desenvolvido pela Embrapa que contribui para o fortalecimento do setor responsável pelo crescimento econômico do país.

Saiba todos os detalhes sobre o Manejo Integrado de Pragas na pós-graduação da AgroPós.

Além do representante da Embrapa, também foram palestrantes Marcos Coelho, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Ronaldo Teixeira, diretor substituto do Departamento de Sanidade Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa; e Rogério Avellar, assessor técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O tema foi dividido em três pontos pelos palestrantes: marco regulamentador e programas de controle de pragas foram abordados pelos representes do Mapa; o assessor da CNA falou sobre a necessidade de fortalecer a assistência técnica e extensão; e a parte técnica ficou por conta da Embrapa.

eBook: As principais doenças bióticas da eucaliptocultura no Brasil.

Contribuições da pesquisa – Sérgio Abud apresentou um panorama da agricultura brasileira, que é baseada em mais de 300 espécies de cultivos. Estima-se que sejam exportados 350 tipos de produtos para 180 mercados internacionais. A agricultura representa 25% do PIB do país e gera 37% da força de trabalho. A produção brasileira, em 2017, foi de 241 milhões de toneladas de grãos, 36 bilhões de litros de leite, 41 milhões de toneladas de frutas e 27 milhões de toneladas de carne.

Nos últimos 40 anos, o país venceu a insegurança alimentar e tornou-se um dos maiores exportadores de alimentos. Para que isso fosse possível, os resultados das pesquisas transformaram solos ácidos e pobres em nutrientes em solos férteis e foram desenvolvidos sistemas de produção vegetal e animal, adaptados às condições de um país tropical.

Pós-graduação a distância em Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.

“Nenhum outro país teve sua agricultura avançando de forma tão determinada na direção da sustentabilidade. Nos últimos 10 anos a agricultura expandiu com a diminuição nas emissões de gases de efeito estufa e do desmatamento”, enfatizou Abud.

A agricultura brasileira é intensiva com ocupação das lavouras no espaço e no tempo, podendo ter até três safras ao ano. Isso reflete na maior incidência de pragas, já que há mais alimentos no campo e mais tempo para a multiplicação dessas pragas. O complexo de pragas dentro do sistema de produção incluem plantas invasoras, insetos, fungos, nematoides, ácaros, bactérias e vírus.

Além dessas pragas que estão no sistema de produção, segundo a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária, existem 150 pragas exóticas ausentes do Brasil que já estão em países da América do Sul e são consideradas “ameaças fitossanitárias”. De acordo com Abud, há muitas informações para os problemas já existentes no Brasil, mas são necessárias muitas pesquisas para o país se preparar para as pragas ainda inexistentes no país.

“O Brasil tem uma extensão continental, com vários ambientes e com respostas diferenciadas. No mundo existem 600 pragas exóticas que a qualquer momento poderão estar aqui e nós não temos pesquisas com essas pragas. Precisamos de recursos para dar continuidade às pesquisas já existentes, para levar a informação sobre o manejo integrado de pragas ao produtor e para melhorar a segurança para a contenção dessas pragas exóticas e seu controle quando entrarem no Brasil”, declarou.

Manejo integrado – ao falar sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP), Abud ressaltou que a base do manejo depende da identificação da praga alvo e uma das principais estratégias de controle é o monitoramento da lavoura. O produtor precisa interpretar os dados do monitoramento, entender os níveis de controle, conhecer as condições ambientais para que possa tomar decisão do que fazer para o combate às pragas.

O controle químico não é a única alternativa do MIP. As outras opções são o controle cultural, controle biológico, controle comportamental, controle genético e controle varietal. O controle biológico, como exemplificou Abud, preserva os inimigos naturais que irão combater a praga e o controle cultural tem o objetivo de eliminar a oferta de alimentos para as pragas, principalmente fora do período da lavoura.

Como exemplo de estratégia de monitoramento na lavoura, Abud citou o uso de ferramentas digitais que auxiliam na tomada de decisão em grandes propriedades. Essas ferramentas facilitam a identificação de pragas, geram planilhas eletrônicas e têm transmissão de dados em tempo real e determinação de posicionamento global (GPS). A Embrapa em parceria com a empresa Qualcomm está criando processadores que serão utilizados nessas ferramentas digitais.

Para comparar as mudanças nos sistemas de produção, Abud usou as imagens de um quebra-cabeça e de um cubo mágico. No primeiro, a agricultura é baseada em mesmo cultivo nas mesmas áreas e é necessário encaixar cada pecinha do quebra-cabeça para poder tomar a decisão do que fazer e como fazer da forma mais econômica e mais sustentável.

No cubo mágico, a agricultura é mais intensificada e integrada com outras culturas em sucessão, o que permite um ambiente desfavorável às pragas, evitando o crescimento populacional. Essa mudança também permite sair do manejo exclusivamente químico e da calendarização no uso do inseticida, para o uso do controle biológico. O produtor, nesse caso, tem condições de tomar uma decisão mais técnica e assertiva.

“O produtor vai saber que se mexer mal uma peça, ele pode interferir em outra. No modelo do MIP, utilizando conhecimento, ciência, monitoramento, integração para tomar uma decisão com recomendação técnica, será possível produzir com custo menor e manter as tecnologias por um período mais longo”, afirmou o representante da Embrapa.

Acesse aqui o vídeo da Audiência Pública

Fonte: Liliane Castelões | Embrapa Cerrados

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Impulsionado pela adoção de novas tecnologias, o segmento de controle biológico de pragas cresce 15% ao ano no país. Empresas usam até drones para espalhar minivespas e ácaros sobre as lavouras

Abelha: inseto ajuda setor de agronegócios (Foto: Reprodução)

Por Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Nuvens de insetos sobrevoando plantações costumam significar tempos difíceis para produtores agrícolas. A não ser quando esses mesmos insetos são liberados por aviões para exterminar pragas em lavouras. Conhecida como controle biológico aplicado, a técnica tem crescido exponencialmente no Brasil. “A demanda por alimentos com menos resíduos químicos é a principal razão para a popularização do segmento”, afirma a engenheira agrônoma Amália Borsari.

Atualmente, existem cerca de 50 empresas que oferecem esse tipo de serviço no país. Entre elas, está a BUG. Fundada em 2005, a startup paulista possui uma carteira composta por mais de 300 clientes — a maioria deles agricultores de cana-de-­açúcar. “Comecei a estudar o segmento enquanto fazia um mestrado em entomologia. Percebi que o mercado apresentava grande potencial comercial e ainda era pouco explorado por aqui”, afirma o sócio Diogo Carvalho, 47 anos. A startup deve fechar 2017 com um faturamento de R$ 18 milhões.


Baseadas no uso de insetos e ácaros que se alimentam de ovos e larvas de pragas, soluções de empresas como a BUG vêm sendo adotadas em conjunto com agrotóxicos. O objetivo é reduzir o uso de produtos químicos e os seus impactos sobre o solo e os lençóis freáticos, além de melhorar o grau de salubridade para agricultores e consumidores.

Conheça as técnicas para reduzir o uso de defensivos e aumentar a produção com a pós-graduação a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.

Em tempos de incerteza econômica, a diminuição de custos (agentes biológicos exigem menos aplicações do que defensivos tradicionais) é outra característica que tem ajudado a impulsionar o crescimento do setor.

Segundo Mateus Mondin, gestor da incubadora ESALQTec, especializada em tecnologias para o agronegócio, a popularização dos drones deve dar ainda mais fôlego para empresas da área. “Estamos alterando uma cultura de uso de veneno construída ao longo de cinco décadas. O aprimoramento e o acesso a novas tecnologias tende a derrubar custos e ajudar o mercado de agentes biológicos a crescer ainda mais rapidamente”, afirma Mondin.

Três empresas de controle biológico

Promip
Fundada em 2006 pelos engenheiros agrônomos Marcelo Poletti e Roberto Konno, a empresa paulista aposta em microvespas e ácaros para combater pragas em plantações de tomate, milho e hortaliças. Em 2014, recebeu um investimento de R$ 4 milhões do FIP (Fundo de Inovação Paulista ).

Stoller
A empresa americana opera no mercado brasileiro desde a década de 1970. No ano passado, a Stoller adquiriu a Rizoflora Biotecnologia, startup mineira especializada no controle natural de nematoides (parasitas de formato cilíndrico que atacam as raízes de plantas).

Gênica
Spin-off da FertiAgro, produtora goiana de fertilizantes especiais. A empresa é sediada em Rondonópolis e comercializa sete tipos de produtos.Compostos por fungos e bactérias, seus agentes combatem pragas que atacam lavouras de grãos (soja, milho e algodão).

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Como a indústria de suco e os produtores de laranja se juntaram para combater uma praga

Como a indústria de suco e os produtores de laranja se juntaram para combater uma praga

LARANJAS AFETADAS PELO GREENING (FOTO: JOE RAEDLE/GETTY IMAGES)

 

Em 2004, foi detectada pela primeira vez nos laranjais brasileiros uma praga conhecida como greening. Sem cura, a doença surgiu na Ásia e é causada por uma bactéria e transmitida por um inseto. É conhecida por ser uma das mais devastadoras pragas para a citricultura. Mais de dez anos depois, a incidência de greening nos laranjais brasileiros é de 17%. Nos Estados Unidos, onde a doença foi detectada em 2005, mais de 90% das árvores estão infectadas atualmente, o que derrubou a produção de laranjas na Flórida, principal estado produtor da fruta. Como o Brasil conseguiu controlar a disseminação da doença?

Juliano Ayres, diretor do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), falou sobre o tema durante evento organizado pela American Society of São Paulo. O fundo privado foi criado há 40 anos pelas empresas Cutrale, Citrosuco e Dreyfus, em parceria com produtores brasileiros de laranja.

Segundo ele, o Brasil focou no manejo da praga. “Antes do greening, nós tínhamos enfrentado várias pragas menos severas. Já existia todo um sistema de manejo”, diz Ayres. Nos Estados Unidos, o foco principal foi a busca pela cura da doença – o que ainda não foi alcançado.

Aprenda a fazer o Manejo Integrado de Pragas com a pós-graduação da AgroPós.

O primeiro passo foi diagnosticar as árvores doentes e isolar as novas árvores, para que não fossem contaminadas. “Hoje, todas as mudas são plantadas em estufas”, diz Ayres. “Desde 2003, foram produzidas 200 milhões de novas árvores”.

A dificuldade maior é que esse controle precisa ser feito em todas as árvores da região – não adianta um produtor erradicar o greening ou outra praga em sua propriedade se o vizinho tiver o laranjal afetado. Hoje, o Fundecitrus tem um sistema de armadilhas naturais para detectar o greening nos estágios iniciais, seja em fazendas produtivas, árvores em quintais de casas na região ou pomares abandonados. Outro controle é sobre a população do mosquito transmissor da doença — quando o número aumenta demais, uma das possibilidades é a criação e liberação de vespas, que são inimigos naturais da Diaphorina citri, o inseto transmissor do greening.

A pós-graduação em Manejo Integrado de Pragas da AgroPós possui um seleto e qualificado grupo de professores, que também são titulares na Universidade Federal de Viçosa, saiba mais.

Outra frente é o auxílio para que os produtores usem os pesticidas corretos, na quantidade necessária e na fase ideal de aplicação. Para isso, a instituição criou um programa chamado Sistema de Pulverização Integrado (SPIF), que calcula a quantidade de pesticida necessária para cada propriedade, considerando a área, concentração das árvores e condições climáticas. “Com isso, conseguimos reduzir em 50% o uso de pesticidas”.

Agora, o foco da pesquisa realizada pelo Fundecitrus é a busca por soluções mais sustentáveis na citricultura. O uso de água já foi reduzido em 30% a 70%, dependendo da região – apenas 25% da área plantada com citros no Brasil é irrigada artificialmente. Em parceria com outras instituições de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Embrapa, o fundo está desenvolvendo biopesticidas e outras formas de manter os insetos que transmitem doenças longe das lavouras, como o uso de feromônios que atraem os mosquitos para fora das plantações e de plantas como a jasmim-laranja, que mata o inseto que transmite o greening.

Fonte: Época Negócios