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Percevejo: o que você sabe sobre esses insetos?

Percevejo: o que você sabe sobre esses insetos?

Neste artigo entenderá tudo sobre o percevejo na agricultura como: quais hábitos, os danos e como manejar melhor esses insetos em sua propriedade.

Venha comigo!

 

Percevejo: o que você sabe sobre esses insetos?

 

Os percevejos Hemiptera: Heteroptera são insetos sugadores, isto é, alimentam-se introduzindo o aparelho bucal (estiletes) na fonte nutricional.

Existem diversas famílias e espécies desta subordem, as quais variam muito quanto ao hábito alimentar. Podem ser preparadores, hematófago, zoofitófagos ou fitófagos.

Dentre as espécies fitófagas, muitos se alimentam de plantas de importância econômica, tornando-se pragas. Normalmente, esses percevejos fitófagos alimentam-se das sementes, que são verdadeiros “pacotes” de nutrientes, com alto teor de nitrogênio.

 

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Características dos percevejos

As principais características desses insetos são o aparelho bucal, de tipo sugador, e as asas, divididas em duas partes: uma anterior, dura, esclerosada (ou élitro) e uma posterior, membranosa e flexível. Há espécies completamente ápteras sem asas.

A tromba sugadora, recurvada para baixo da cabeça, origina-se num prolongamento desta, na frente dos olhos, e é constituída pelo lábio que envolve, como uma bainha, as mandíbulas e as maxilas, peças perfurantes com a forma de longos estiletes.

Quase todos os hemípteros possuem glândulas odoríferas, cuja secreção tem cheiro nauseabundo. A forma e o tamanho dos hemípteros são variáveis, assim como seus hábitos alimentares. Em sua maioria, são insetos terrestres, mas há espécies aquáticas e semiaquáticas.

As espécies fitófagas transmitem doenças microbianas e viróticas aos vegetais. O rosto é bastante alongado, o que facilita o consumo do conteúdo mais interno da planta.

 

Ciclo biológico hemimetábolo

Os percevejos passam pela fase de ovo, fase de ninfa, composta de cinco estádios (instares) e fase adulta. As ninfas apresentam coloração variada com manchas distribuídas pelo corpo, completando o desenvolvimento em cerca de 25 dias.

 

Ciclo de vida do Heminetábolo

Ciclo de vida do Heminetábolo

Os adultos, iniciam a cópula em 10 dias e as primeiras oviposições ocorrem após 13 dias. Apresentam longevidade média que varia de 50 a 120 dias e número de gerações anuais de 3 a 6 dependendo da região, sendo as fêmeas, em geral, maiores que os machos.

A fecundidade média varia de 120 a 170 ovos/fêmea dependendo da espécie, sendo que o ritmo de postura diminui à medida que as fêmeas envelhecem. Esses parâmetros biológicos são influenciados pela dieta alimentar e pela temperatura.

 

Os percevejos fitófagos na agricultura

Os percevejos fitófagos são atualmente a principal praga da soja, pois conseguem atingir os grãos através da vagem. Atingindo a vagem, ela pode não amadurecer normalmente e ser infectada por algum patógeno, organismo infeccioso que atinge a planta a partir do aparelho bucal de um inseto infectado.

Em relação aos grãos, podem resultar na perda total da semente ou na redução do poder germinativo, afetando de forma significativa a qualidade e rendimento dessas sementes.

Os percevejos que aparecem na sua cultura agrícola, depende da região em que você se encontra, pois esses variam sua abundância de acordo com ano, local e plantas hospedeiras.

As diferentes espécies de percevejos atingem uma grande gama de culturas agrícolas a maioria desses insetos, possui um hábito polífago, ou seja, se alimentam de uma grande variedade de culturas. Inclusive, determinados percevejos migram de uma cultura para outra, atingindo primeiramente a soja, depois o milho, e podendo atingir o trigo.

 

 

 

Principais percevejos

Os percevejos que mais causam danos à cultura são os da família Pentatomidae são os;

 

Percevejo marrom (Euschistus heros

O percevejo marrom é hoje o mais abundante. Tem a soja como seu hospedeiro principal. Adaptando-se às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste, norte e nordeste brasileiro.

Heros é encontrado na soja nos meses de novembro a abril, quando produz três gerações. O fato de o percevejo marrom permanecer sob a vegetação por cerca de sete meses, permite escapar do ataque de parasitoides e predadores na maior parte do ano, resultando em maior sobrevivência e favorecendo a sua abundância.

 

Percevejo-asa-preta-da-soja (Edessa meditabunda)

É considerada uma praga secundária da cultura da soja. O pico populacional desta praga ocorre de dezembro a março.

A praga ataca uma gama enorme de hospedeiros, entre eles, abóbora, algodão, arroz, batata, berinjela, beterraba, chuchu, citros, fumo, girassol, mandioca, melão, milho, pepino, pimentão, tomate.

Os danos podem resultar da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Ao sugarem ramos ou hastes, os percevejos podem ser limitantes para a produção de soja, pois, devido provavelmente a toxinas que injetam, provocam a “retenção foliar” ou soja louca, ou seja, as folhas não caem normalmente e dificultam a colheita mecânica.

No caso de ataque às vagens, os prejuízos podem chegar a 30%, pois com a sucção de seiva as vagens ficam marrons e “chochas”.

 

Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)

O percevejo-verde, N. viridula, tem distribuição mundial, sendo mais adaptado as regiões mais frias do Brasil (Região Sul), onde é mais abundante.

É extremamente polífago e, ao contrário do percevejo marrom, permanece em atividade o ano todo nas regiões com temperaturas mais amenas, como o Norte do Paraná.

No sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, após a colheita da soja, o percevejo entra em hibernação sob casca de árvores ou em abrigos, como fendas em troncos e mesmo em residências. Nesta época, troca de cor, passando de verde para castanho arroxeado.

Quando se reproduz por um período mais longo, podendo completar até seis gerações por ano em hospedeiros alternativos, como desmóido (Desmodium tortuosum), nabo-bravo (Raphanus raphanistrum), feijão, feijão guandu, rubim (Leonurus sibiricus).

Eventualmente é encontrado em carrapicho-de-carneiro e em trigo no período de outono e inverno, sem se reproduzir.

 

Percevejo-barriga-verde (Dichelopsfurcatus e Dichelops melacanthus)

São espécies que ocorrem na soja em número menor. Os adultos medem de 9 a 11 mm e sua coloração varia entre castanho amarelado ao acinzentado, apresentando o abdome verde.

A cabeça é típica, terminando em duas projeções pontiagudas e o pronoto com margens anteriores denteadas e expansões laterais espinhosas.

Esses percevejos têm sido observados em lavouras de milho danificando plantas jovens, causando o amarelecimento e lesões punctiformes nas folhas. Danos semelhantes têm ocorrido também em trigo, mas em menor intensidade.

O grande problema é a migração desses insetos para a cultura. O percevejo-barriga-verde tem causado danos consideráveis e, por isso, deve haver maior atenção.

 

Métodos de controle

Para o eficiente controle dos percevejos, o ideal é manter a população desta praga o mais baixa possível desde o manejo na soja até as fases iniciais do desenvolvimento do milho safrinha. Para que isso ocorra, o monitoramento e controle devem ser realizados da seguinte maneira:

  • Monitorar durante o ciclo da soja, principalmente com o início da fase de enchimento de grãos;
  • Eliminar o abrigo dos percevejos, como a trapoeraba, o capim carrapicho, o capim amargoso, é de extrema importância para o manejo, principalmente na cultura da soja;
  • Fazer monitoramento na dessecação da soja e, se for encontrado acima de 5 percevejos por isca, fazer o controle químico;
  • Uso de tratamento de sementes com neonicotinoide para monitoramento no milho safrinha.

 

Controle biológico

Integrado em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o controle biológico é uma das opções que vem sendo adotadas em algumas regiões, com o uso de agentes biológicos, seja de forma natural ou aplicada.

É um processo coevolutivo com interação entre os percevejos alvos da cultura, organismos entomopatógenos e parasitóides visando equilíbrio do sistema.

Os principais agentes biológicos encontrados em lavouras são os parasitóides que atacam ovos de diversos percevejos. Entre estes agentes, as espécies mais abundantes são a Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

 

Controle alternativos

Conheça alguns controles alternativos para o percevejo:

 

Manejo das épocas de semeadura

Em geral, cultivares precoces escapam dos danos dos percevejos. Porém, os percevejos se multiplicam nessas cultivares, e dispersam para aquelas mais tardias onde causam os danos maiores.

A época de semeadura influencia a dinâmica populacional dos percevejos, devendo-se evitar os plantios antecipados. Ou os mais tardios, onde ocorrem as maiores concentrações desses insetos.

 

Uso de estacas armadilhas

Estas estacas, chamadas iscas tóxicas, são colocadas numa altura acima do dossel das plantas, o que faz os percevejos se deslocarem para este local, morrendo ao entrarem em contato com o inseticida na estopa.

O uso destas estacas é importante no monitoramento da população de percevejos, indicando a presença destes insetos na lavoura. As estacas devem ser localizadas de preferência nas margens das lavouras. Onde normalmente inicia a infestação.

 

Checklist agrícola

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é outra premissa básica para o manejo de percevejo castanho, porém, devido ao seu hábito polífago, o atual sistema de sucessão soja e milho safrinha, que se instalou no Brasil, não contribui para restringir o alimento da praga.

É importante lembrar que além do milho, o milheto e o sorgo, que normalmente são usados na safrinha. Também servem de alimento ao percevejo.

 

Controle químico

O controle químico é a principal ferramenta de manejo de percevejos na cultura da soja, contudo;

  • E necessário, utilizar inseticidas de contato na dessecação;
  • O Tratamento de Sementes Industrial (TSI) a base de neonicotinoides é uma das melhores ferramentas contra sugadores e deve ser utilizado como ferramenta no manejo de insetos sugadores;
  • Verificar a seletividade no uso de inseticidas, seja de contato ou sistêmicos;
  • Utilizar armadilhas químicas na entressafra para reduzir a população.

Uma das maiores dificuldades no manejo químico é a tecnologia de aplicação. Uma vez que a praga é muito móvel e pode se esconder sob a palha nos períodos mais quentes do dia.

Os inseticidas mais utilizados são uma mistura de piretroide + neonicotinoide que, quando empregados conforme a recomendação e aplicados nas horas do dia onde há maior movimentação do inseto, apresentam bons resultados de controle.

 

Plataforma Agropos

 

Conclusão

Por tanto os percevejos são um grupo amplo de insetos com hábitos alimentares diversos. Os fitófagos têm causado danos em grandes culturas de importância econômica como por exemplo na soja. Para manter a sua cultura agrícola saudável, e minimizar as suas perdas por ataque de percevejos. É preciso ter muita atenção e estratégia para combatê-los.

Para isso o produtor deve-se basear na identificação correta das espécies e realizar o monitoramento das áreas para, assim, adotar a melhor estratégia para o controle.

Adotando o controle químico apenas se for necessário e no momento adequado. Dessa forma, mantendo por mais tempo os inimigos naturais e diminuindo o efeito residual de produtos químicos na sua lavoura.

Escrito por Michelly Moraes.

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Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

Você sabe a importância dos inseticidas na agricultura? Neste artigo você irá encontrar tudo sobre o tema, além de conhecer algumas técnicas para o uso correto dos inseticidas agrícola.

Venha Comigo!

 

Inseticidas: o uso e as técnicas corretas na agricultura!

 

Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e controle de insetos e pragas, responsáveis por grande perda nas lavouras. Além de reduzir na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e danos causados, os insetos podem matar a lavoura. Os inseticidas são substâncias químicas ou biológicas e são usados para controlar doenças e plantas daninhas que afetam as culturas.

Os principais modos de ação dos inseticidas são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo. Além disso, os produtos podem ser considerados fisiológicos ou de choque.

O uso excessivo dos produtos e a má utilização no manejo pode provocar contaminação tanto na produção agrícola quanto de mananciais próximos a área de aplicação. Devido a esses riscos existe uma fiscalização do órgão público com as empresas de defensivos agrícolas.

 

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Modo de ação dos inseticidas

Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Os principais modos de ação, são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo.

 

Mecanismo de transferência do produto.

Modo de ação dos inseticidas

 

  • Ingestão: É absorvido pelo intestino médio, circula na hemolinfa e atinge o sistema nervoso. Inseticidas mais antigos possuíam este tipo de ação;
  • Contato: Sua ação se dá pelo contato com o corpo do inseto, penetrando na epicutícula e sendo conduzido através do tegumento, onde irá atuar sobre as terminações nervosas. Pode matar insetos-praga pelo simples contato com superfícies atingidas pelo inseticida;
  • Fumigação: O inseticida age pelas vias respiratórias, devendo ser inalado na forma de gás pelo inseto. O gás penetra através dos espiráculos e age sobre o sistema nervoso.
  • Profundidade: Inseticida capaz de atingir insetos através do tecido vegetal (ação translaminar), como sob uma folha ou dentro de um fruto;
  • Sistêmico: É aquele inseticida que, aplicado sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes é capaz de ser absorvido e circular com a seiva para todas as partes da planta.

 

Grupos de inseticidas

Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química. Como por exemplo;

 

Organoclorados

Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos. De largo uso agrícola e domiciliar, os organoclorados desempenharam papel marcante no combate a organismos nocivos ao homem, com repercussões sociais e econômicas importantes.

Beneficiado tanto o setor agrícola no sentido de aumentar a produtividade e produção de alimentos, estas moléculas matavam não somente os organismos alvo como também insetos neutros ou até mesmo benéficos ao homem.

As principais vias de absorção são as dérmicas, digestiva e respiratória, e devido a sua alta estabilidade química e alta solubilidade em gorduras, se acumula nos tecidos de animais e vegetais, e, por conseguinte na cadeia alimentar.

Também possuem alta estabilidade à ação da luz solar e temperatura ambiente. Assim, chegaram a contaminar também o homem. Sendo diversos casos de câncer atribuídos a este grupo de inseticidas.

 

Organofosforados

Os organofosforados podem ser utilizados para combater insetos sugadores, desfolhadores e alguns rizófagos. O modo de ação pode ser sistêmico ou de fumigação, mas a ação de contato é a mais importante. São biodegradáveis, com persistência curta no solo.

São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses. O principal meio de degradação no ambiente parece ser a hidrólise sob condições de alcalinidade. Muitos inseticidas organofosforados são instáveis em pH menor que 2, sendo a maioria mais estável na faixa de pH do ambiente (pH 3-6).

É importante que estes compostos sejam estáveis em pH neutro, por causa de suas formulações em óleos concentrados, solventes miscíveis em água, grânulos inertes, para aplicação direta ou após dispersão em água.

O modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.

 

Carbamatos

Os carbamatos são derivados do ácido carbâmico, e tendem a ser de uso intradomiciliar em relação aos organofosforados, devido ao menor odor de algumas formulações inseticidas.

São praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico. Três classes de carbamatos são conhecidos: carbamatos inseticidas (e nematicidas), carbamatos herbicidas e carbamatos fungicidas. Os carbamatos usados como inseticidas (e nematicidas) são derivados do éster de ácido carbâmico.

Com modo de ação semelhante aos organofosforados, ou seja, a inibição da enzima acetilcolinesterase, os carbamatos possuem as seguintes características:

  • Alta atividade inseticida;
  • Baixa ação residual;

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Piretróides

Os piretróides foram descobertos a partir de estudos que procuravam modificar a estrutura química das piretrinas naturais, e, uma vez que apresentavam maior capacidade letal para os insetos, propriedades físicas e químicas muitos superiores, maior estabilidade à luz e calor e menor volatilidade.

Os piretróides possuem alta eficiência, sendo necessário menores quantidades de ingrediente ativo, com menor risco de contaminação nas aplicações. Com isso, foram tomando rapidamente o lugar dos organofosforados.

Outra vantagem destes praguicidas é que eles admitem a sinergia, ou seja, a potencialização de sua ação através da adição de um ingrediente sinergista, aumentando ainda mais a eficiência.

São os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.

 

Reguladores de Crescimento

Os produtos inibem e troca da ecdise e a produção de quitina, inibindo o desenvolvimento dos insetos estas combinações ainda estão limitadas por apresentarem ação lenta agindo em fases restritas do ciclo de vida dos insetos muitas vezes, não protegendo as culturas quando em níveis críticos do ataque.

Entretanto existe existem benefícios grandiosos que reforçam as qualidades, como:

  • Alta eficiência biológica;
  • Baixo nível de toxicidade para mamíferos, pássaros e peixes;
  • Seletividade para a fauna benéfica.

Vale ressaltar que nem sempre este tipo de praga causa danos significativos à plantação em alguns casos, os insetos benéficos podem ser até mesmo utilizados para fazer o controle biológico de outras pragas na lavoura. Porém, é necessário acompanhar atentamente para ter a dimensão do impacto dos insetos na produção.

 

Bioinseticidas – Bacillus thuringiensis

É utilizada no controle lepidópteros e coleópteros pragas, seja na forma de bioinseticida ou como plantas transformadas expressando toxinas esta bactéria.

Esta bactéria está presente em amostras de solos de áreas cultivadas com culturas anuais ou perenes, áreas desérticas, ambientes aquáticos, superfície e interior de plantas, restos vegetais, insetos e pequenos mamíferos mortos, teias de aranha, grãos armazenados e locais inabitados

Devido à sua adaptação a diferentes habitats, Bt produz uma grande gama de substâncias que podem ser utilizadas para diversos fins, como por exemplo, controle de doenças fúngicas em plantas.

 

Aplicação dos inseticidas

Na prática, antes de se tomar qualquer decisão, deve-se ter em mente três questões relativas à tecnologia de aplicação: o que aplicar (qualidade do produto), como aplicar (qualidade da aplicação) e quando aplicar (momento da aplicação).

Para se definir o que aplicar, antes se tem que fazer uma análise correta do problema a controlar e qual impacto econômico e ambiental que esse problema poderá causar, se não for devidamente controlado.

Uma vez definido que é necessário fazer uma intervenção, qual o melhor produto a ser aplicado e onde esse produto deve ser depositado, ou seja, qual alvo deverá ser atingido.

É necessário bom planejamento antes do plantio, para que tudo possa ser executado no momento necessário e de forma correta.

APLICAÇÃO DO INSETICIDA

(Fonte: AGROPÓS, 2020)

 

O sucesso de uma aplicação depende da capacidade operacional da fazenda, ou seja os equipamentos disponíveis devem permitir aplicar os defensivos de forma correta e no momento necessário.

 

Uso inadequado de inseticidas

Prejuízo à saúde humana

A saúde das pessoas também pode ser colocada em risco pelo uso de inseticidas. Pois para aplicação desses defensivos e necessário o traje de roupas adequados, para que não haja uma contaminação. Além do excesso de agrotóxicos nas plantas comestíveis pode acarretar em diversos problemas de saúde.

 

Resistência das pragas

O uso excessivo ou inadequado de inseticidas na lavoura pode ter como consequência o efeito contrário do desejado. Em vez de aniquilar as pragas que prejudicam a plantação, o inseticida acaba fortalecendo os parasitas.

Esse problema pode ocorrer por uma série de motivos. Entre os principais, podemos citar os seguintes como por exemplo aplicação de doses acima ou abaixo das recomendadas pelo fabricante ou até mesmo erro no manejo.

Prejuízo à cultura

A aplicação de inseticidas deve, necessariamente, seguir normas que garantam a proteção do meio ambiente. Caso contrário, os prejuízos podem ser muito grandes. Isso pode estar relacionado à quantidade ou à forma de aplicação e prejudicar diversos aspectos do meio ambiente como;

  • Poluição do solo
  • Poluição da água
  • Desequilíbrio Biológico

 

Manejo integrado de pragas (MIP)

O uso das técnicas de Manejo Integrado de Pragas garante mais economia para os agricultores, que passam a gastar muito menos com defensivos agrícolas. Com uma programação baseada na análise de dados e no monitoramento das plantações, é possível reduzir o número de aplicações e ainda minimizar os estragos.

Dessa maneira, os trabalhadores também são menos expostos a esses produtos, diminuindo os riscos à saúde decorrentes da manipulação desse tipo de material. Paralelamente, o MIP ajuda na manutenção do ambiente de produção e reduz as chances de contaminação ambiental.

Outra vantagem é o baixo investimento para a realização desse manejo e, claro, a estabilidade dos índices de produtividade da lavoura.

Além disso, essas práticas podem ser implementadas em propriedades de qualquer tamanho. Porém, é preciso lembrar que os profissionais devem ser capacitados para executar o monitoramento, as análises e as aplicações de maneira segura e objetiva.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, os inseticidas agrícolas são os grandes responsáveis pelo controle de pragas nas lavouras e consequentemente pela qualidade dos alimentos. Porém, deve haver muito cuidado na hora de se utilizar esses recursos na plantação. Isso porque, se forem usados de forma inadequada, podem gerar consequências para os trabalhadores, para a lavoura, para o consumidor e até mesmo para o meio ambiente.

Com isso o manejo integrado pragas (MIP) é possível a aplicação de técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.

 

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Nematoide das galhas: uma grande ameaça às lavouras!

Nematoide das galhas: uma grande ameaça às lavouras!

Como você já aprendeu aqui no blog os nematoides são vermes microscópicos capazes de viver em diferentes habitats, inclusive parasitando. O nematoide das galhas, do gênero Meloidogyne, é considerado entre os nematoides parasitas de plantas um dos mais importantes, devido a sua ampla distribuição geográfica, o grande número de culturas que afeta e por causar perdas incalculáveis às lavouras.

Os nematoides podem afetar diversas culturas agrícolas, eles se alimentam através do estilete, uma estrutura similar a uma agulha, sugando o conteúdo celular.

Por isso, preparamos este texto com informações sobre como reconhece-lo e as melhores maneiras de manejar. Confira!

 

Nematoide das galhas: uma grande ameaça às lavouras!

 

Conhecendo o nematoide das galhas

Este nematoide, como seu nome indica, induz a formação de galhas nas raízes, afetando a translocação de água e nutrientes pela planta.

O principal gênero que compreende o chamado nematoide das galhas é o Meloidogyne, sendo as espécies mais comuns: M. incognita; M. javanica, M. arenaria e M. hapla.

Meloidogyne spp. são endoparasitas sedentários, ou seja, eles permanecem no mesmo local no interior das raízes a maior parte do seu ciclo de vida, que é favorecido por climas mais quentes.

Suas fêmeas podem ser observadas no interior das galhas, apresentando aspecto globoso e coloração braço-leitosa.

 

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Ciclo de vida 

Para entendermos a formação das galhas é necessário conhecermos, mesmo que de forma resumida o ciclo de vida do nematoide das galhas.

Vem comigo que te explico!

O ciclo de vida completo do Meloidogyne spp. é constituído pela fase de ovo, 4 estágios juvenis (J1, J2, J3 3 J4) e adultos.

Os ovos são depositados pelas fêmeas externamente às raízes envoltos por uma massa gelatinosa.

A fase juvenil de 1° estádio (J1), ocorre ainda dentro do ovo, que após uma ecdise, troca de cutícula, evolui para J2, fase infectiva do nematoide das galhas.

O J2 penetra no tecido do hospedeiro e estabelece o sítio de alimentação, se tornando sedentário. Para favorecer a sua nutrição, secreções produzidas pelo nematoide estimulam a formação de várias células gigantes nas raízes parasitadas, formando assim as galhas.

Esses nematoides aumentam rapidamente de tamanho e passam por mais duas fases juvenis (J3 e J4) até se tornarem adultos.

 

Sintomas causados pelo nematoide das galhas

Os sintomas causados pelo nematoide das galhas na parte aérea das plantas são murcha, desfolha, plantas pequenas e pouco vigorosas.

Estes sintomas são facilmente confundidos com stress abiótico, como stress hídrico ou nutricional. No entanto lembre-se, neste caso os sintomas normalmente vão ocorrer de forma generalizada, enquanto que os nematoides ocorrem em reboleiras.

Porém, o sintoma mais típico da presença deste nematoide ocorre nas raízes. As plantas atacadas apresentam má formação e galhas radiculares.

 

Principais culturas afetadas pelo nematoide das galhas e importância econômica

O nematoide das galhas é parasita de várias culturas e de grande importância para a agricultura brasileira. Dentre as culturas afetadas estão videira, cafeeiro, arroz, cana-de-açúcar, tomate, algumas hortaliças, algodão e soja.

A cultura da soja é suscetível à infecção de vários nematoides, no entanto, as espécies de nematoide das galhas mais importantes desta cultura são M. incognita e M. javanica

O M. incognita, também está entre as espécies de nematoides mais frequentes em áreas produtoras de algodão e hortaliças

Os nematoides das galhas são considerados os mais comuns e destrutivos dentre os nematoides que parasitam plantas.

Eles produzem sintomas severos e podem reduzir expressivamente a produção agrícola. Além disso, podem favorecer plantas hospedeiras às infecções causadas por outros patógenos, aumentando o potencial de perda da cultura.

 

Como manejar os nematoides das galhas

O controle do nematoide da galha, assim como de qualquer outro e fitonematoide é muito dispendioso, principalmente pelo fato de a erradicação ser praticamente impossível.

Por tanto, o sucesso do controle em áreas infestadas requer um conjunto de medidas que visem reduzir o nível populacional do nematoide no solo.

Listamos aqui algumas medidas aplicáveis para o manejo do nematoide das galhas.

 

Evitar a entrada do nematoide

A principal forma de manejo consiste em evitar que o nematoide entre na área, desta maneira deve-se atentar as suas formas de disseminação.

A limpeza de maquinários e implementos agrícolas, mudas sadias e livre de nematoides, substrato estéril e água de irrigação de qualidade são medidas que diminuem a disseminação do nematoide.

 

Rotação de culturas

A maioria das espécies do nematoide das galhas são polífagas, ou seja, apresenta ampla gama de hospedeiros. Desta forma, a rotação de culturas como forma de controle pode ser dificultada.

No entanto, caso seja identificada uma cultura não hospedeira da espécie de Meloidogyne presente na área de cultivo, esta medida pode se tornar bem sucedida. Por exemplo, M. incognita em plantios de algodão, pode ser manejado efetivamente por meio de rotação de culturas.

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Plantas antagonistas

Plantas antagonistas como as crotalárias (Crotalaria spp.), cravo-de-defunto (Tagetes spp.) e mucunas (Estizolobium spp.) são utilizadas com sucesso no manejo de nematoides da galha.

Estas plantas podem permitir a invasão dos nematoides, porém não permite o desenvolvimento até a fase adulta, reduzindo assim os níveis populacionais.

 

Resistência genética

Cultivares resistentes ou tolerantes são aquelas que conseguem abaixar o fator de reprodução do nematoide e garantir resultados satisfatórios na colheita.

Visando a resistência ao nematoide das galhas já estão disponíveis cultivares de importantes culturas agronômicas, como soja, algodão e café.

 

Controle biológico

Existem vários produtos biológicos com ação nematicida no ministério da agricultura. Alguns controlam muito bem o nematoide das galhas em diversas culturas agronômicas.

Atualmente, os produtos mais utilizados para controle biológico de nematoides são a base de fungos e bactérias. Como por exemplo o fungo Paelomyces lilacinus e as bactérias Pasteuria penetrans e Bacillus firmus.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como você viu, o nematoide das galhas é uma das principais pragas em diversas culturas no Brasil, causando inúmeras perdas.

Portanto, é de grande importância evitar a entrada do mesmo na área, uma vez que a eliminação do nematoide das galhas é praticamente impossível.

Assim, é necessário a identificação correta da espécie, para a aplicação das medidas de manejo, como rotação de cultura, resistência genética, controle biológico e outros.

 

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Controle biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

Controle biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

Com você tem acompanhado aqui no blog, muitas são os insetos – praga e patógenos que podem incidir nas lavouras, causando perdas. Hoje falaremos sobre o controle biológico desses organismos.

Medidas culturais e genéticas são adotadas no estabelecimento da lavoura, mas muitas vezes são insuficientes para evitar que epidemias surjam e levem os agricultores ao uso indiscriminado de agrotóxicos.

A sociedade demanda cada vez mais por medidas de controle alternativas ao uso de agrotóxicos sintéticos pois, embora eficientes na maioria dos casos, podem levar a uma série de problemas.

Neste contexto, surge como alternativa promissora o Controle Biológico de pragas e doenças. Você sabe o que é controle biológico?

 

Controle Biológico: como ter lavouras mais sustentáveis e rentáveis!

 

O que é controle biológico?

O termo controle biológico foi utilizado pela primeira vez para se referir a inimigos naturais de alguns insetos-praga. Desde então, muito foi estudado acerca deste tema. O controle biológico pode ser definido como o uso de um organismo, ou organismos, na regulação de uma população.

Este organismo utilizado pode pertencer a diferentes classes como insetos predadores e parasitoides (para outros insetos) ou microrganismos, como vírus, bactérias e fungos (para insetos-praga e patógenos).

 

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Agentes de controle biológico de insetos-praga

 

Parasitóide

Parasitoide é um organismo que parasita um hospedeiro e completa o seu ciclo de vida matando este hospedeiro. Os adultos são de vida livre, mas as larvas parasitam outros insetos. A maioria dos inimigos naturais deste grupo são das ordens Hymenoptera e Diptera.

Os parasitoides mais utilizados para o controle de insetos-praga são as vespas Cotesia e Tricogramma, controlando pragas importantes como a lagarta do cartucho em milho e a broca da cana, por exemplo.

 

ParasitóideFonte: Agropós-2020                             Fonte: Agropós-2020

 

Predadores

Predadores são insetos de vida livre e que apresentam comportamento predatório, se alimentando de outros insetos. Requerem um grande número de presas para completar o seu ciclo de vida.

Os insetos predadores pertencem principalmente às ordens Hymenoptera, Diptera, Coleoptera e Hemiptera, sendo a joaninha um exemplo clássico de inseto predador. Ela preda diversas pragas, dentre elas vários pulgões que atacam espécies de interesse agronômico.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Patógenos

São microrganismos que causam doenças em insetos praga, vivendo esse alimentando destes, levando-os à morte. Neste grupo estão incluídos fungos, bactérias e vírus. O fungo Beauveria e os vírus do gênero Baculovirus, muito utilizados para controle de lagartas, estão nessa classe de organismos.

 

PatógenosFonte: Agropós-2020                                       Fonte: Agropós-2020

 

 

Agentes de controle biológico de patógenos

Os microrganismos patogênicos a plantas, são controlados por outros microrganismos, como fungos, bactérias e vírus. Esses microrganismos podem agir controlando doenças em parte aérea ou doenças de solo.

Sem dúvida, os agentes de controle biológico de doenças mais utilizados pertencem ao gênero fúngico Trichoderma e ao gênero bacteriano Bacillus. Trichoderma é um gênero de fungos habitante de solo, que pode controlar outros fungos por diferentes mecanismos.

Parasitismo, competição e antibiose são os principais mecanismos de controle biológico de patógenos. No parasitismo um organismo obtém parte ou todo do seu alimento às custas do outro organismo.

Na competição, um dos organismos é mais eficiente em aproveitar os recursos do meio. Eles competem entre si por agua, luz, nutrientes, espaço, oxigênio, dentre outros.

Já a antibiose é o mecanismo no qual um organismo produz substancias que tem efeitos danosos ao outro. Essas substancias podem ser voláteis ou não.

 

Tipos de controle biológico

O controle biológico de praga pode ser dividido em natural, clássico e o artificial. Vamos entender mais sobre eles?

No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema. Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.

No controle biológico clássico o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo.

O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.

 

Vantagens do controle biológico na agricultura

Os inimigos naturais que são utilizados como agente de controle biológico são organismos que não deixam resíduos nos alimentos, são seguros para o agricultor e consumidor e protegem a biodiversidade. Não contaminam os alimentos e ambiente.

 Além disso, o uso de agentes diminui o risco de seleção de organismos resistentes, como ocorre no controle químico. A ausência de período de carência entre a liberação do inimigo natural e a colheita é outra vantagem notável do controle biológico.

 

Regulamentação de agentes de controle biológico

Os agentes de controle biológico são regulamentados pela lei Lei número 7.802, de 11 de julho de 1989, a mesma que regulamenta os agrotóxicos de origem química.

As solicitações de registro para estes produtos devem ser submetidas à Anvisa, MAPA e Ibama e os produtos à base agentes de controle biológicos são avaliados de maneira diferente dos demais produtos desta lei.

São solicitadas informações como qualidade biológica, eficiência, efeitos na saúde humana, dentre outros. Além disso, esses produtos, diferente dos pesticidas químicos, são registrados para o alvo biológico e não para a cultura.

 

Plataforma Agropós

 

Mercado de biológicos

Nos últimos anos, a nível mundial e também no Brasil, vem aumentando o número de produtos biológicos registrados para o controle de doenças e pragas.

Segundo o Ministério da Agricultura, no último ano, o mercado brasileiro de defensivos biológicos cresceu mais de 70%. Este percentual supera o crescimento apresentado pelo mercado internacional, que ficou em 17%.

O clima tropical e o cultivo diversificado do nosso país, nos coloca em uma posição privilegiada, tornando possível a adoção desta estratégia em lavouras de diversas culturas, atendendo aos anseios da população por uma agricultura mais sustentável.

 

Conclusão

Sempre que possível, devido às suas inúmeras vantagens, é recomendado utilizar o controle biológico como uma medida dentro do Manejo integrado. Este é um mercado em plena expansão no Brasil e no mundo, que está nos proporcionando uma agricultura mais sustentável.

Escrito por Nilmara Caires.

Pós-graduação Fitossanidade

Doenças do milho: conheça as 8 principais!

Doenças do milho: conheça as 8 principais!

Para que não ocorra grandes prejuízos, o monitoramento e conhecimento sobre as doenças do milho é de suma importância.

Conduzir um determinado cultivo não é uma tarefa fácil, são muitos os fatores que a serem analisados e muitas decisões a serem tomadas.

E com o milho não é diferente, principalmente quando falamos nas doenças que acometem a cultura.

Quer saber mais sobre as principais doenças do milho?

Então, vamos lá!

 

doenças do milho

 

Por que conhecer as doenças do milho?

A importância no cultivo do milho se dá na indústria, alimentação humana e animal. Sendo um vegetal de fácil propagação e um dos maiores impulsionadores da economia do país e do mundo.

A safra de milho 2019/2020 do Brasil foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas.

Dessa forma, conhecer quais são as principais doenças do milho e suas formas de controle é de suma importância na hora da tomada de decisão e garantir maior produtividade da sua lavoura.

Confira comigo!

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Principais doenças do milho

Uma das grandes preocupações e atenção que os produtores de milho devem ter, são as doenças que acometem a cultura.

Mesmo com todas as tecnologias disponíveis, para atingir a alta produtividade da lavoura, é necessário percorrer um longo caminho entre o plantio até a colheita.

Uma vez, que a ocorrência de doenças no milho, podem gerar grandes prejuízos econômicos. Dessa forma, é de extrema importância o conhecimento das suas características para manter uma lavoura prevenida e livre de infestações.

As doenças do milho, podem ser causadas por microorganismos (fungos, bactérias, vírus), como também, por fatores ambientais, como temperatura, luz e umidade.

Assim como, é toda alteração que ocorre no desenvolvimento fisiológico da planta ou na sua estrutura.

Entre as doenças do milho mais comuns, destacam-se 8, como principais, veja:

  1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
  2. Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)
  3. Ferrugem
  4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
  5. Mosaico na cultura do milho
  6. Antracnose na cultura do milho
  7. Mancha branca (Bipolaris maydis)
  8. Enfezamentos na cultura do milho

 

1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)

A cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) é uma das mais importantes doenças do milho, não apenas pelo seu potencial em causar danos, mas também pela sua ampla distribuição nas regiões de cultivo do Brasil.

Havendo perda de área foliar fotossintética, especialmente das folhas medianas e superiores, que contribuem com 70% a 90% dos fotoassimilados utilizados no enchimento de grãos.

Desse modo, a perda de área foliar leva à redução no número de grãos por espiga, redução na massa de grãos, consequentemente, redução da produtividade.

Seu controle pode ser realizado com o plantio de cultivares resistentes, como também, evitar a permanência de restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu, e quebra do ciclo da doença com realização da rotação de culturas.

 

2. Mancha branca (Phaeosphaeria maydis)

A mancha branca, é uma das doenças do milho de ampla distribuição pelo territó­rio brasileiro.

As perdas podem chegar até 60% em condições favoráveis e com o plantio de híbridos suscetíveis.

O plantio tardio beneficia o aparecimento da doença na lavoura, como também, a ausência de rotação de culturas, cul­tivo safrinha e presença de restos culturais no solo.

Seu controle pode ser realizado com cultivo de cultivares resistentes, aplicação de fungicidas, realização da rotação de culturas e retirada dos restos culturais.

 

3. Ferrugem

Para realizar o manejo da ferrugem de forma mais assertiva, é importante saber qual tipo de ferrugem você tem na lavoura.

Vejamos a seguir cada uma delas separadamente!

 

Ferrugem comum

Das três ferrugens que ocorrem como doenças do milho, a ferrugem comum é a menos severa, devido ao melhoramento genético que levou a seleção adequada para resistência.

A doença caracteriza-se pela presença de manchas elípticas e alongadas, em ambas faces da folha.

Temperaturas baixas e alta umidade relativa favorecem o desenvolvimento da doença.

Seu controle pode ser realizado através de cultivares resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento da doença

 

Ferrugem polissora (Puccinia polysora)

Das três, a ferrugem polissora, pode ser considerada a mais deletéria, podendo representar danos econômicos de até 65% nas lavouras.

Temperaturas mais altas e umidade relativa do ar não tão alta como na ferrugem comum, são fatores favoráveis ao aparecimento da doença.

A principal medida de controle para a polissora tem sido a resistência genética do híbrido e o uso de fungicidas.

 

Ferrugem tropical ou ferrugem branca (Physopella zeae)

Os sintomas da ferrugem tropical ocorrem em ambas as faces da folha, as manchas dispostas em pequenos grupos, paralelos às nervuras de cor amareladas a castanho.

O fungo é altamente destrutivo, podendo causar grandes danos econômicos quando a planta é afetada antes do florescimento.

O desenvolvimento da doença do milho é favorecido por ambiente úmido e quente, sendo que, a luminosida­de é também um fator importante.

E o uso de fungicidas em aplica­ção foliar após o aparecimento das primei­ras manchas pode ser uma prática eficiente, como também, plantio de híbridos resistentes.

 

4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

O fungo que causa a doença do milho é Exserohilum turcicum, causando lesões primeiramente nas folhas mais velhas da cultura.

As perdas podem chegar até 50% em ataques antes do período de floração, em cultivo do milho safrinha.

Os sintomas da doença são lesões necróticas e elípticas com coloração do tecido necrosado, tendo variações na coloração de verde-cinza a marrom.

O controle da doença pode ser realizado pelo plantio de cultivares com resistência genética.

 

5. Mosaico na cultura do milho

O mosaico é uma virose importante na cultura do milho, causando prejuízos na produção.

Fator importante que contribui para o aumento da incidência do mosaico no milho é que o vírus Sugarcane mosaic virus (SCMV), agente causal da doença, infecta também outras gramíneas cultivadas e plantas daninhas.

O vetor do mosaico comum são várias espécies de afídeos, sendo o mais comum o pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis).

Os sintomas são áreas verde-claras a amareladas entremeadas com áreas de coloração normal da planta (mosaico), podendo chegar no nível de necrose nas folhas.

O principal método de controle é realizado pelo uso de variedades resistentes a doença.

 

6. Antracnose na cultura do milho

A antracnose, provocada pelo fungo Colletotrichum graminicola, pode reduzir a produção do milho em até 40%, quando utilizadas cultivares suscetíveis e as condições de umidade forem favoráveis à enfermidade.

O fungo é bem agressivo, uma vez, que é capaz de infectar praticamente todas as partes da planta.

O emprego de materiais geneticamente resistentes à doença é uma das principais estratégias para o correto manejo, sendo que, o uso de adubação equilibrada pode ser uma medida de grande ajuda no controle da doença.

 

7. Mancha branca (Bipolaris maydis)

A mancha branca é uma das doenças do milho que ocorre em todo o território brasileiro.

O sintoma inicial é o aparecimento de manchas aquosas de aspecto encharcado e bem escuras, de acordo com evolução da doença as manchas vão clareando até atingir um tom bem claro.

A sobrevivência do patógeno ocorre em restos culturais infectados e em grãos remanescentes na área após a colheita.

O plantio de cultivares resistentes e a rotação de culturas são as principais medidas recomendadas para o manejo dessa doença, como também, a ocorrência de longos períodos de seca e de dias com muito sol.

 

8. Enfezamentos na cultura do milho

Há dois tipos de enfezamento na cultura do milho, o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho.

Essas doenças do milho são mais comuns em regiões quentes, podendo atingir um dano de 70% na produção da lavoura.

Primeiramente, uma grande dificuldade é a distinção da doença, até porque, os agentes que causam os enfezamentos (espiroplasma e o fitoplasma) podem ser transmitidos simultaneamente.

Uma vez, que ambos são transmitidos pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis).

Devido ao difícil controle químico, a opção é o uso de um manejo integrado da doença.

Neste manejo incluem-se operações em que se deve considerar a multiplicação e o desenvolvimento tanto do inseto vetor como do fitoplasma ou espiroplasma.

As principais medidas que podem ser adotadas são o uso de cultivares resistentes, adequação da época de plantio, evitar plantios consecutivos e eliminar plantas voluntárias no campo que possam servir de hospedeiras.

Vejamos a caracterização de cada um dos enfezamentos separadamente.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Enfezamento pálido

O enfezamento pálido é caudado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii).

Seus sintomas são aumento do número de espigas, com pouco ou nenhum grão e o encurtamento dos internódios da planta.

O enfezamento pálido inicialmente apresenta a clorose (cor esbranquiçada ou pálida) na base foliar e depois se estende por toda a folha.

 

Plataforma Agropós

 

Enfezamento vermelho

Esta doença do milho é causada por um fitoplasma (Candidatus Phytoplasma asteris).

Os sintomas dessa doença são avermelhamento das folhas. Inicialmente com clorose marginal e seguida do avermelhamento das pontas das folhas, que se manifesta na fase de produção do milho.

Nas plantas doentes, você pode observar maior número de espigas.

Mas, essas espigas produzem poucos ou nenhum grão e também há um encurtamento dos internódios das plantas.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Primeiramente, para o controle eficaz das doenças do milho é o conhecimento da época que elas ocorrem. Desse modo, facilitando seu monitoramento.

Confira abaixo, o calendário da ocorrência de algumas das principais doenças do milho abordadas nesse artigo.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Fonte: Agronomia – DuPont Pioneer

 

Monitoramento X controle de doenças do milho

As doenças do milho é um fator importante quando medimos a produtividade da lavoura, podendo gerar grandes prejuízos ao produtor.

Neste artigo conhecemos as principais doenças que acometem a cultura, sintomas e formas de controle.

Porém, é bom lembrar a importância da consulta de um profissional da área qualificado para identificar corretamente a doença, antes de utilizar qualquer produto químico ou realização de algum tipo de controle.

Por fim, para evitar e eliminar o aparecimento de doenças na plantação de milho. É fundamental realizar o monitoramento constante, desde o plantio até a colheita.

Espero que com essas dicas você consiga ótimos resultados no controle das doenças do milho e aumente ainda mais a produção da sua lavoura.

Escrito por Juliana Medina.

Pós-graduação Fitossanidade