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Inseticida chega a 100% de eficácia na erradicação de ovos e ninfas da mosca-branca na soja

Inseticida chega a 100% de eficácia na erradicação de ovos e ninfas da mosca-branca na soja

Porcel 100 EC, da Rotam do Brasil, é importante aliado do produtor no combate a praga

Reprodução/ Portal Macaúba

O inseticida Porcel 100EC, produzido pela Rotam do Brasil, empresa multinacional com sede em Hong Kong, tem sido um grande destaque no setor. O produto tem eficiência de até 100% na erradicação de ovos e ninfas da temida mosca-branca, Bemisia tabaci. O inseticida, que pode ser aplicado em todo o ciclo evolutivo da lavoura, provoca distúrbios no equilíbrio hormonal, impedindo que os insetos jovens tornem-se adultos e, além disso, como explica, Carlos Guarnieri, Técnico Sênior da Estação Experimental da empresa, as fêmeas que entram em contato com o produto colocam ovos inviáveis e também têm a postura reduzida.

A mosca-branca é uma das grandes preocupações dos produtores de soja. Além de induzir anomalias fisiológicas, o inseto ainda transmite vírus e reduz o vigor da planta por se alimentar da seiva e introduzir substâncias tóxicas. Conforme destaca Guarnieri, a infestação pela praga também favorece a ocorrência de fumagina pela deposição de secreção açucarada, o que prejudica os processos fisiológicos da folha, podendo, ainda, afetar a qualidade da produção quando incidir principalmente sobre culturas com frutos.

Efetividade do produto

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Fitossanidade do Instituto Agronômico de Capinas (IAC), “Controle Químico de Ovos de Bemisia tabaci, Biótipo B, (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE)”, dos autores, Giuliana Etore do Valle, André Luiz Lourenção e José Polese Soares Novo, avaliou o desempenho de alguns produtos, incluindo o princípio ativo do Porcel 100EC, o Piriproxifem. Os resultados apontaram este como excelente ovicida, sendo altamente eficiente, aos três dias de idade dos ovos da mosca-branca, Bemisia tabaci biótipo B, quebrando o ciclo da praga. O estudo avaliou que o Piriproxifem não permitiu a eclosão de ninfas, alcançando 100% de eficiência sobre todos os ovos de até três dias.

Quanto à ação sobre ninfas no estágio de 1º ínstar, para pulverizações na parte superior das folhas, o princípio ativo apresentou ótima eficiência na supressão da emergência de adultos. O estudo concluiu que no teste em que se realizou a aplicação dos produtos na face superior das folhas, incluindo o piriproxifem, somente ele apresentou eficiência na supressão de emergência de adultos da mosca-branca, chegando a 85%.

Fonte: Rotam do Brasil – reproduzido do Portal Macaúba

Tecnologia para acabar com praga na agricultura é modelo para exportação

Tecnologia para acabar com praga na agricultura é modelo para exportação

Autoridades da área agrícola de 11 países africanos visitaram fazendas e laboratório em Minas Gerais para conhecer tecnologias de manejo e controle da lagarta-do-cartucho.

Por Elian Guimarães – Estado de Minas

Autoridades africanas acompanharam o trabalho de técnicos no controle biológico da praga em Sete Lagoas e Paraopeba (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Uma das mais devastadoras pragas da agricultura tem sido combatida por tecnologias de manejo e controle. A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), que ataca as lavouras de milho, levou a Embrapa Milho e Sorgo e a Emater de Sete Lagoas e Paraopeba a se debruçarem em estratégias de combate ao inseto nas culturas desse grão.

As iniciativas positivas nesse manejo tecnológico integrado, que envolvem o controle biológico, químico e cultural, chamaram a atenção de autoridades da área agrícola de 11 países africanos que visitaram a sede da instituição em março, em cumprimento a uma agenda que tem mobilizado as nações do continente, agências de cooperação de países desenvolvidos e organismos internacionais voltados a contribuir com ações estratégicas de cooperação.

O propósito da visita, que a reportagem do Estado de Minas acompanhou, foi o de buscar medidas de controle de uma das mais devastadoras pragas da agricultura. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), no início de 2018, apenas 10 dos 54 países africanos ainda não tinham sido atingidos pela praga, principalmente na cultura do milho. Regiões da África Central e do Sul estão no nível máximo de alerta.

Lagarta-do-cartucho ameaça dizimar as lavouras do grão no continente e já infesta plantações de 44 países da África (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

“Inseticidas biológicos, Trichograma, baculovirus, Bacillus thuringiensis, milho Bt, uso do extrato de nim e manejo integrado de pragas são formas eficientes de controle da lagarta-do-cartucho, mas é preciso lembrar que se trata de uma praga cosmopolita”, disse o gerente-geral da Embrapa Sete Lagoas, Antônio Álvaro Purcino. “Não existe possibilidade de erradicação. Ela se alastra com muita rapidez e não se concentra apenas nas culturas de milho. Em estágio larval, a lagarta se alimenta de arroz, sorgo, milheto, cana-de-açúcar e algodão.”

Luiz Edson Bruzzi de Andrade, técnico local da Embrapa Paraopeba, acompanhou os visitantes e durante visita à Fazenda Manga Grande, em Paraopeba, disse que o uso de agrotóxico necessariamente não é a única alternativa de combate à praga. “O Brasil dispõe de tecnologia e uma delas por controle biológico. As vespas criadas em laboratórios são espalhadas enquanto o milho está novo. Elas atacam diretamente os ovos da lagarta podendo até erradicá-las em uma plantação.” O experimento foi numa área de quatro hectares, sendo 2,5ha de sorgo e 1,5ha de milho.

No continente africano, a praga foi detectada pela primeira vez há apenas três anos, na Costa Oeste. Estimativa da FAO revela que, a cada ano, caso não sejam controladas, as lagartas podem destruir entre oito e 21 milhões de toneladas de milho, que representam perdas entre US$ 2,5 bilhões e US$ 6,5 bilhões para produtores.

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Representando o Alto Comissariado da União Africana (UA), que reúne os países do continente, a angolana Josefa Sacko, comissária para agricultura da entidade, relatou que, desde 2016, alguns países apresentaram a incidência da lagarta-do-cartucho. Desde então, tornou-se uma praga que vem devastando e colocando em risco a segurança alimentar do continente. “Estamos muito preocupados. Soubemos que a origem da lagarta vem dessa parte das Américas e que não pode ser erradicada, mas podemos ter um manejo bastante considerável que atenuem seus efeitos.”

De acordo com a comissária, o milho é um dos alimentos-base para os povos africanos, tanto usado no próprio consumo quanto para ração animal, constituindo a cesta básica, ao lado da mandioca e do arroz. “Se perdermos a produção do milho estaremos perdendo a segurança nutricional em nosso continente. A experiência da Embrapa é uma boa lição para o manejo dessa praga. Viemos in loco para observar e para termos subsídios de forma a influenciar nossos governos para continuar com esta cooperação tripartite: UA, Brasil e USAID. Pelo que vimos, a tecnologia do Brasil é sã e não afeta o meio ambiente, além de sustentável para nossos produtores.”
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Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas.
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SOBERANIA ALIMENTAR Mahome Valá, diretor nacional de Agricultura e Silvicultura de Moçambique, disse que a visita teve como objetivo entender um pouco mais sobre o controle da praga que tem afetado principalmente alguns países que ainda não dispõem de soberania alimentar. “Os esforços dos produtores, principalmente os pequenos, que plantam entre três e quatro hectares, têm sido em vão. Alguns não conseguem colher sequer duas toneladas nessas áreas de plantio”, afirmou. “O Brasil, que passou por momentos difíceis com essa praga, hoje dispõe de alta tenologia de forma integrada, que envolve o controle biológico, químico e de manejo e cultural. Viemos entender algumas maneiras de procedimento e entendemos aqui que não se trata necessariamente de apenas controle químico, que envolve aspectos de biossegurança, afetando a própria terra, as pessoas e o ambiente”, acrescentou.

Valá ressaltou que a visita tem muita importância para seus pares porque proporcionou também uma visão geral da agricultura brasileira, que chegou ao patamar de maior produtor e exportador de milho e soja do mundo. “Estamos aprendendo com os brasileiros, Moçambique tem alguns ganhos com a parceria que começou com a cooperação iniciada pela política adotada pelo governo brasileiro a partir de 2003. E nesse contexto usufruímos da assistência técnica da Embrapa.”
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Como minimizar perdas por doenças em plantações florestais
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A iniciativa foi coordenada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é a responsável pelo apoio técnico-científico e a orientação no que diz respeito às tecnologias de manejo da praga.

Estratégias integradas

Principais tecnologias de controle da praga apresentadas durante a visita

» Bacillus thuringiensis
Biopesticida à base da bactéria Bacillus thuringiensis é extremamente eficaz no controle da lagarta-do-cartucho, matando lagartas mais novas de até 0,5cm de comprimento. O uso e posicionamento correto desse produto faz com que a lagarta pare de se alimentar até 12h após a ingestão do biopesticida. Esse agente de controle biológico não causa dano à saúde humana, não contamina rios nem nascentes e nem os produtos a serem consumidos “in natura”. Vários testes de biossegurança foram realizados com essa bactéria e comprovam sua inocuidade aos vertebrados.

» Baculovirus
Primeiro bioinseticida desenvolvido à base de vírus para o controle da praga, o baculovirus tem grande eficácia para controle da lagarta-do-cartucho a campo, em lagartas de até 1cm de comprimento. Os baculovirus são agentes de controle biológico que causam a morte do inseto praga e que não causam danos à saúde dos aplicadores, não matam inimigos naturais das pragas, não contaminam o meio ambiente nem deixam resíduos nos produtos. Testes de biossegurança comprovaram que esses vírus são inofensivos a microrganismos, plantas, vertebrados e outros invertebrados que não sejam insetos.

» Uso do extrato aquoso de folhas de nim
O controle da lagarta-do-cartucho tem sido realizado com inseticidas sintéticos, geralmente de custo elevado, com alto risco de toxidade e de contaminação ambiental. O uso de extratos de plantas apresenta perspectiva como substituto a esses inseticidas e pode contribuir para reduzir os custos de produção das lavouras, os riscos ambientais e a dependência dos inseticidas sintéticos. A planta do nim tem mostrado acentuada atividade inseticida para várias espécies de pragas, incluindo a Spodoptera frugiperda. A maioria dos resultados sobre o uso do nim para o controle de pragas foi obtida com produtos preparados por meio da moagem ou da extração de óleo de sementes. A planta do nim é originária da Ásia e tem sido cultivada em vários países das Américas, África e na Áustrália.

» Trichogramma
O grande problema na agricultura hoje é o aumento dos custos de produção pelo aumento do número de pulverizações. A tecnologia do controle biológico permite reduzir custos sem haver redução na eficiência do controle. Especificamente na área do produtor, o sucesso do controle biológico pode ser atribuído pelo uso correto do monitoramento da mariposa que origina a lagarta-do-cartucho com a armadilha contendo o feromônio sintético. A captura de mariposas na armadilha indica a chegada da praga na área e possibilita ao produtor a liberação da vespinha. O Trichogramma, também conhecido como vespinha, é um inseto benéfico muito pequeno, mas de grande eficiência para controlar os ovos das pragas. Ou seja, a vespinha impede o nascimento das lagartas e evita danos à planta. Essa vespinha benéfica também tem a vantagem de conseguir detectar, no campo, onde o ovo da praga está.

» Manejo Integrado de Pragas (MIP)
A adoção do Manejo Integrado de Pragas é uma filosofia na qual se preconiza a convivência com o inseto-praga de forma que ele não cause danos econômicos à cultura relacionada. Para essa convivência e manejo é necessário obedecer alguns preceitos básicos, como reconhecimento e monitoramento da praga em condições de campo. Assim, é possível tomar a decisão adequada frente às diferentes estratégias disponíveis para o manejo de S. frugiperda.

Fonte: Estado de Minas

Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas

Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas

Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas

Método é apontado como mais eficiente do que o tradicional. As cápsulas são distribuídas com o uso de drones em Barra Bonita (SP).

Cápsulas são colocadas em pontos pré-estabelecidos (Foto: Reprodução/TV TEM)

Por Nosso Campo, TV TEM

O formato e o tamanho lembram uma bola de tênis. As cápsulas podem ser feitas de diferentes materiais, como celulose e bagaço de cana, e vêm sendo usadas em canaviais no município de Barra Bonita (SP).

A bióloga e agrônoma Gabriela Silva diz que as cápsulas podem ser usadas em muitas lavouras, não só nos canaviais. É possível, por exemplo, o emprego nas lavouras de milho, soja e tomate.

Raphaella Gomes, diretora de inovação de uma empresa que produz os derivados da cana-de-açúcar, é uma das clientes do projeto. Ela diz que o sistema substitui o trabalho manual e elimina a necessidade dos copos plásticos para distribuir o material.

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Com o uso de drones, as cápsulas são colocadas com exatidão em pontos pré-estabelecidos. Cada uma tem orifícios por onde saem as vespas usadas no controle biológico.

O agrônomo Pedro Barbieri diz que o projeto facilita o controle da broca, uma larva que costuma surgir no período chuvoso e que é uma das piores pragas do canavial.

Fonte: G1

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Impulsionado pela adoção de novas tecnologias, o segmento de controle biológico de pragas cresce 15% ao ano no país. Empresas usam até drones para espalhar minivespas e ácaros sobre as lavouras

Abelha: inseto ajuda setor de agronegócios (Foto: Reprodução)

Por Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Nuvens de insetos sobrevoando plantações costumam significar tempos difíceis para produtores agrícolas. A não ser quando esses mesmos insetos são liberados por aviões para exterminar pragas em lavouras. Conhecida como controle biológico aplicado, a técnica tem crescido exponencialmente no Brasil. “A demanda por alimentos com menos resíduos químicos é a principal razão para a popularização do segmento”, afirma a engenheira agrônoma Amália Borsari.

Atualmente, existem cerca de 50 empresas que oferecem esse tipo de serviço no país. Entre elas, está a BUG. Fundada em 2005, a startup paulista possui uma carteira composta por mais de 300 clientes — a maioria deles agricultores de cana-de-­açúcar. “Comecei a estudar o segmento enquanto fazia um mestrado em entomologia. Percebi que o mercado apresentava grande potencial comercial e ainda era pouco explorado por aqui”, afirma o sócio Diogo Carvalho, 47 anos. A startup deve fechar 2017 com um faturamento de R$ 18 milhões.


Baseadas no uso de insetos e ácaros que se alimentam de ovos e larvas de pragas, soluções de empresas como a BUG vêm sendo adotadas em conjunto com agrotóxicos. O objetivo é reduzir o uso de produtos químicos e os seus impactos sobre o solo e os lençóis freáticos, além de melhorar o grau de salubridade para agricultores e consumidores.

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Em tempos de incerteza econômica, a diminuição de custos (agentes biológicos exigem menos aplicações do que defensivos tradicionais) é outra característica que tem ajudado a impulsionar o crescimento do setor.

Segundo Mateus Mondin, gestor da incubadora ESALQTec, especializada em tecnologias para o agronegócio, a popularização dos drones deve dar ainda mais fôlego para empresas da área. “Estamos alterando uma cultura de uso de veneno construída ao longo de cinco décadas. O aprimoramento e o acesso a novas tecnologias tende a derrubar custos e ajudar o mercado de agentes biológicos a crescer ainda mais rapidamente”, afirma Mondin.

Três empresas de controle biológico

Promip
Fundada em 2006 pelos engenheiros agrônomos Marcelo Poletti e Roberto Konno, a empresa paulista aposta em microvespas e ácaros para combater pragas em plantações de tomate, milho e hortaliças. Em 2014, recebeu um investimento de R$ 4 milhões do FIP (Fundo de Inovação Paulista ).

Stoller
A empresa americana opera no mercado brasileiro desde a década de 1970. No ano passado, a Stoller adquiriu a Rizoflora Biotecnologia, startup mineira especializada no controle natural de nematoides (parasitas de formato cilíndrico que atacam as raízes de plantas).

Gênica
Spin-off da FertiAgro, produtora goiana de fertilizantes especiais. A empresa é sediada em Rondonópolis e comercializa sete tipos de produtos.Compostos por fungos e bactérias, seus agentes combatem pragas que atacam lavouras de grãos (soja, milho e algodão).

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Como a indústria de suco e os produtores de laranja se juntaram para combater uma praga

Como a indústria de suco e os produtores de laranja se juntaram para combater uma praga

LARANJAS AFETADAS PELO GREENING (FOTO: JOE RAEDLE/GETTY IMAGES)

 

Em 2004, foi detectada pela primeira vez nos laranjais brasileiros uma praga conhecida como greening. Sem cura, a doença surgiu na Ásia e é causada por uma bactéria e transmitida por um inseto. É conhecida por ser uma das mais devastadoras pragas para a citricultura. Mais de dez anos depois, a incidência de greening nos laranjais brasileiros é de 17%. Nos Estados Unidos, onde a doença foi detectada em 2005, mais de 90% das árvores estão infectadas atualmente, o que derrubou a produção de laranjas na Flórida, principal estado produtor da fruta. Como o Brasil conseguiu controlar a disseminação da doença?

Juliano Ayres, diretor do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), falou sobre o tema durante evento organizado pela American Society of São Paulo. O fundo privado foi criado há 40 anos pelas empresas Cutrale, Citrosuco e Dreyfus, em parceria com produtores brasileiros de laranja.

Segundo ele, o Brasil focou no manejo da praga. “Antes do greening, nós tínhamos enfrentado várias pragas menos severas. Já existia todo um sistema de manejo”, diz Ayres. Nos Estados Unidos, o foco principal foi a busca pela cura da doença – o que ainda não foi alcançado.

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O primeiro passo foi diagnosticar as árvores doentes e isolar as novas árvores, para que não fossem contaminadas. “Hoje, todas as mudas são plantadas em estufas”, diz Ayres. “Desde 2003, foram produzidas 200 milhões de novas árvores”.

A dificuldade maior é que esse controle precisa ser feito em todas as árvores da região – não adianta um produtor erradicar o greening ou outra praga em sua propriedade se o vizinho tiver o laranjal afetado. Hoje, o Fundecitrus tem um sistema de armadilhas naturais para detectar o greening nos estágios iniciais, seja em fazendas produtivas, árvores em quintais de casas na região ou pomares abandonados. Outro controle é sobre a população do mosquito transmissor da doença — quando o número aumenta demais, uma das possibilidades é a criação e liberação de vespas, que são inimigos naturais da Diaphorina citri, o inseto transmissor do greening.

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Outra frente é o auxílio para que os produtores usem os pesticidas corretos, na quantidade necessária e na fase ideal de aplicação. Para isso, a instituição criou um programa chamado Sistema de Pulverização Integrado (SPIF), que calcula a quantidade de pesticida necessária para cada propriedade, considerando a área, concentração das árvores e condições climáticas. “Com isso, conseguimos reduzir em 50% o uso de pesticidas”.

Agora, o foco da pesquisa realizada pelo Fundecitrus é a busca por soluções mais sustentáveis na citricultura. O uso de água já foi reduzido em 30% a 70%, dependendo da região – apenas 25% da área plantada com citros no Brasil é irrigada artificialmente. Em parceria com outras instituições de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Embrapa, o fundo está desenvolvendo biopesticidas e outras formas de manter os insetos que transmitem doenças longe das lavouras, como o uso de feromônios que atraem os mosquitos para fora das plantações e de plantas como a jasmim-laranja, que mata o inseto que transmite o greening.

Fonte: Época Negócios