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Plantio Direto é a solução?

Plantio Direto é a solução?

Plantio Direto é a solução? Vem crescendo em todo o mundo os questionamentos sobre a sustentabilidade e viabilidade econômica e ambiental do uso do sistema de plantio direto – largamente empregado no Brasil. Os questionamentos surgiram com o aumento dos casos de plantas daninhas resistentes ao glifosato, bem como as desconfianças de setores de fora da produção agrícola sobre a segurança do herbicida mais usado no mundo.

Um artigo publicado por Graham Brookes, especialista em Economia Agrícola, na revista GMO Crops and Food mostrou que culturas tolerantes a herbicidas não aumentam o uso de defensivos mais do que o usado na agricultura convencional. No entanto, a própria efetividade do glifosato causou uma dependência excessiva desse produto químico, afirmou Charles Benbrook, professor de pesquisa da Universidade Estadual de Washington (EUA) e conhecido promotor de orgânicos. O perigo não é propriamente o glifosato, “um dos herbicidas mais seguros da mercado”, mas as invasoras resistentes ao produto.

De acordo com o artigo de Brookes, a resistência crescente ao glifosato acabou provocando uma conscientização entre agricultores de que eles devem adotar abordagens diversificadas e integradas para o manejo de plantas daninhas – o que é consistente com a orientação dos cientistas. Como resultado, diz ele, os agricultores aumentaram o uso de outros herbicidas tanto em OGM (Organismos Geneticamente Modificados) quanto em culturas convencionais.

Roger Gribble, engenheiro agrônomo do serviço de extensão de Oklahoma (EUA), disse que os agricultores não devem ser dogmáticos quanto ao plantio direto ou não: “Não deixe ninguém definir plantio direto para você. Existem lugares em um sistema de plantio direto onde eu usaria um pouco de plantio convencional”.

A pesquisadora Dwayne Beck, defensora do plantio direto no estado norte-americano de Dakota do Sul, sustenta que, para serem úteis, os herbicidas devem ser usados adequadamente. “É uma ótima tecnologia. Mas pense no Roundup Ready como tomando uma pílula ao invés de fazer seu exercício”, compara ela.

De acordo com artigo do Portal GLP (Genetic Literacy Project), se os agricultores querem usar essa tecnologia, precisam protegê-la: “Não é problema das [empresas] proteger a tecnologia, esse trabalho é dos agricultores. Todo mundo quer apontar a biotecnologia como o problema. Mas é como as armas: não são as armas o problema, e sim os idiotas com as armas. É a maneira como os usamos que importa”.

Garrison Sposito, professora emérita de Ciência de Ecossistemas da Universidade da Califórnia-Berkeley, afirma que “nunca se resolve problemas fazendo alterações. O que se consegue ao fazer mudanças é trocar um conjunto de problemas por outro conjunto de problemas”. Segundo Garrison, que é cientista especialista em Solo, os herbicidas são certamente uma ferramenta, mas na agricultura sempre há trocas”.

 

Fonte: Agrolink

Descoberta planta daninha que “come” glifosato

Descoberta planta daninha que “come” glifosato

Pesquisadores da Iniciativa Australiana de Resistência a Herbicidas (HARI) anunciaram ter descoberto uma planta tropical no extremo norte da país que literalmente “come” glifosato. Esse ingrediente ativo se tornou o mais usado do mundo justamente por sua efetividade contra as daninhas. Mas uma população de capim-arroz encontrada próxima ao Rio Ord é a primeira cientificamente comprovada capaz de metabolizar ou quebrar o herbicida.

“Na pesquisa, você se empolga com novas descobertas que não eram conhecidas anteriormente; e no mundo da ciência, essa é realmente a primeira vez”, afirmou o professor Stephen Powles – um especialista que é referência global em resistência a herbicidas. Ele está entre um grupo de pesquisadores que passou a maior parte da última década tentando desvendar o mistério por trás dessa suposta “super-daninha”.

Atualmente, 304 populações de 42 espécies de plantas invasoras desenvolveram algum grau de resistência ao glifosato em diversas partes do mundo. Até agora, no entanto, nenhum cientista havia provado a capacidade de uma planta metabolizar ou quebrar o herbicida. Powles conta que esse “enigma científico” despertou a curiosidade de um grupo de 20 cientistas da China, que voaram para a Austrália para trabalhar pesquisa.

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“Há muitos anos viemos tendo excelentes colaborações com vários laboratórios na China. O Dr. Pan Lang, iniciou esses estudos usando sofisticadas ferramentas genéticas modernas [e] fomos capazes de identificar um gene chamado gene AKR, que julgávamos ser responsável [por metabolizar o glifosato]. Isolamos esse gene, colocamos no arroz e a prova final mostrou que o arroz se tornou resistente ao glifosato”, conta o especialista.

Para o professor Powles, a descoberta acidental traz uma lição: “O resultado final para os agricultores que usam glifosato é – quando você está em uma coisa boa, não se atenha a ela. Se você deseja que o glifosato funcione para a próxima geração, tenha moderação agora. Para conservar grupos químicos, é necessário rotação e usar outras maneiras de controle de ervas daninhas. Não importa onde você cultive ou mesmo em seu quintal, se você continuar usando a mesma coisa, a resistência acontecerá; é inevitável”.

Fonte: Agrolink