Como vimos na PARTE 1 (se não leu, clique aqui), a partir da demanda crescente de soluções na agricultura, foram criadas estratégias denominadas anti-resistência de fungos a fungicidas, que são formas de reverter o problema e evitar que a praga se torne mais forte.
Não utilizar fungicidas sistêmicos após o surgimento de uma epidemia
Quando uma doença atinge o grau máximo de severidade durante o ciclo de produção de uma cultura, chamada de epidemia, não é recomendado o uso de fungicidas, sobretudo os sistêmicos pois não serão eficientes no controle do problema, aumentam o custo de produção e elevam a pressão pela seleção dos fungos resistentes.
Os fungicidas protetores também devem ser evitados pois dificilmente surtirão efeito diante de uma situação dessa proporção. Nesse tipo de situação, deve-se aguardar o fim do ciclo de produção e o início de uma nova estação de cultivo, principalmente em culturas perenes.
Monitorar áreas de utilização de um produto sistêmico
Monitorar as áreas em que os fungicidas estão sendo empregados antes e depois da aplicação dos produtos é fundamental para o controle das doenças. Assim, quando for notado um aumento da população de fungos resistentes ao princípio ativo do fungicida, ainda haverá tempo para que as estratégias anti-resistência, como manejo de fungicidas e práticas culturais sejam adotadas sem que haja falta ou excesso de uso de fungicidas.
Realizar o manejo integrado de doenças
Devido ao aumento da resistência dos fungos aos fungicidas modernos, o manejo integrado de doenças (MID) surge como uma estratégia anti-resistência eficaz. Essas práticas são desejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e também são relevantes para o controle da resistência na agricultura, quando disponíveis. Afinal, em alguns casos, nem todas as medidas de MID podem ser adotadas pelas mais diversas razões.
Utilizar produtos químicos com diferentes mecanismos de ação
A diversidade de fungicidas com diferentes mecanismos de ação é benéfica tanto para o meio ambiente quanto para evitar a resistência pois o uso de um mesmo princípio de ação por longos anos favorece a seleção dos indivíduos mais fortes. O ideal é rotacionar diferentes tipos de fungicidas, tanto sistêmicos como também os protetores que tenham a mesma finalidade mas, com mecanismo de ação diferentes, evitando a evolução da população de fungos.
Reduzir a freqüência de aplicação de fungicidas sistêmicos
Os fungicidas sistêmicos para o controle de uma doença devem ser aplicados apenas nos momentos críticos, ou seja, quando todas as condições são favoráveis para o desenvolvimento do patógeno. Para evitar a resistência aos fungos, o indicado é dar preferência aos fungicidas protetores ou com ação translaminar e também, quando possível, recorrer aos avisos fitossanitários, que são informações e recomendações de manejo de acordo com as condições climáticas da região sempre que possível.
A adoção de estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas é algo urgente que se tornou prioridade na produção agrícola. Por isso, quanto antes for detectado o problema e o quanto antes essas medidas forem tomadas, maior a chance de evitar que os fungos se tornem mais fortes e resistentes, diminuindo também o risco de perdas econômicas e ambientais.
Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV
Com o aumento da demanda por controle químico de fungos na agricultura, houve também um crescimento do uso de defensivos para aumentar a produção, sem gerar prejuízos. No entanto, caso o uso desses produtos não tenha um controle correto, os fungos podem se tornar resistentes, dificultando a sua erradicação e demandando mais recursos tecnológicos para encontrar soluções eficazes.
A resistência dos fungos ocorre devido a presença de características herdadas ou adquiridas em resposta à aplicação indiscriminada de fungicidas, fazendo com que a pressão pela seleção dos indivíduos mais fortes e insensíveis ao composto aumente. Ou seja, o produto passa a ter sua eficácia reduzida no controle da doença, colocando em risco toda a produção.
A partir da demanda crescente de soluções na agricultura, foram criadas estratégias denominadas anti-resistência de fungos a fungicidas, que são formas de reverter o problema e evitar que a praga se torne mais forte.
Você irá acompanhar algumas delas aqui, confira!
Não utilizar fungicidas específicos isoladamente e em sequência
Uma das causas para o aumento da resistência em fungos é aplicação de um mesmo produto por um longo período, de maneira isolada. Uma das formas de reverter essa situação é realizar misturas (desde que aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) entre um Fungicida com mecanismo de ação específico (FMAE) com fungicida de mecanismo de ação múltipla (FMAM).
Restringir o número de aplicações do fungicida sistêmico
A restrição do número de aplicações do fungicida sistêmico a um mínimo por safra e sua utilização somente quando a cultura demandar, sobretudo em períodos de alto risco de infecção é outra estratégia anti-resistência válida. Com a redução do número de aplicações, a pressão pela seleção dos agentes mais fortes cai e com isso, há uma manutenção do efeito do fungicida por mais tempo.
Alternar fungicidas sistêmicos com fungicidas protetores
Fungicidas sistêmicos são aqueles que em que o princípio ativo é absorvido pela planta e é deslocado para as suas outras partes, inibindo o desenvolvimento patógeno. Já os fungicidas protetores devem ser aplicados antes da contaminação da planta pelo fungo, formando uma espécie de barreira de proteção.
Para evitar a resistência, o ideal é que sejam aplicados, de forma alternada os dois tipos, desde que possuam mecanismos de ação diferentes.
Manter a dose recomendada pelo fabricante
Não são raros os casos em que produtores diminuem a dose do defensivo em virtude da baixa ocorrência da praga ou, ao contrário, aumenta na intenção de realizar um controle mais efetivo do problema.
Entretanto, nas duas situações, aplicar a dose incorreta pode aumentar a resistência dos fungos. Isso ocorre porque, quando um produto é aprovado, ele já possui indicações exatas, testadas e validadas em campo pelo fabricante. Por essa razão, para que o efeito seja mantido, deve-se manter a dose indicada no rótulo.
Não utilizar fungicidas sistêmicos após o surgimento de uma epidemia
Quando uma doença atinge o grau máximo de severidade durante o ciclo de produção de uma cultura, chamada de epidemia, não é recomendado o uso de fungicidas, sobretudo os sistêmicos pois não serão eficientes no controle do problema, aumentam o custo de produção e elevam a pressão pela seleção dos fungos resistentes.
Os fungicidas protetores também devem ser evitados pois dificilmente surtirão efeito diante de uma situação dessa proporção. Nesse tipo de situação, deve-se aguardar o fim do ciclo de produção e o início de uma nova estação de cultivo, principalmente em culturas perenes.
Monitorar áreas de utilização de um produto sistêmico
Monitorar as áreas em que os fungicidas estão sendo empregados antes e depois da aplicação dos produtos é fundamental para o controle das doenças. Assim, quando for notado um aumento da população de fungos resistentes ao princípio ativo do fungicida, ainda haverá tempo para que as estratégias anti-resistência, como manejo de fungicidas e práticas culturais sejam adotadas sem que haja falta ou excesso de uso de fungicidas.
Realizar o manejo integrado de doenças
Devido ao aumento da resistência dos fungos aos fungicidas modernos, o manejo integrado de doenças (MID) surge como uma estratégia anti-resistência eficaz. Essas práticas são desejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e também são relevantes para o controle da resistência na agricultura, quando disponíveis. Afinal, em alguns casos, nem todas as medidas de MID podem ser adotadas pelas mais diversas razões.
Utilizar produtos químicos com diferentes mecanismos de ação
A diversidade de fungicidas com diferentes mecanismos de ação é benéfica tanto para o meio ambiente quanto para evitar a resistência pois o uso de um mesmo princípio de ação por longos anos favorece a seleção dos indivíduos mais fortes. O ideal é rotacionar diferentes tipos de fungicidas, tanto sistêmicos como também os protetores que tenham a mesma finalidade mas, com mecanismo de ação diferentes, evitando a evolução da população de fungos.
Reduzir a freqüência de aplicação de fungicidas sistêmicos
Os fungicidas sistêmicos para o controle de uma doença devem ser aplicados apenas nos momentos críticos, ou seja, quando todas as condições são favoráveis para o desenvolvimento do patógeno. Para evitar a resistência aos fungos, o indicado é dar preferência aos fungicidas protetores ou com ação translaminar e também, quando possível, recorrer aos avisos fitossanitários, que são informações e recomendações de manejo de acordo com as condições climáticas da região sempre que possível.
A adoção de estratégias anti-resistência de fungos a fungicidas é algo urgente que se tornou prioridade na produção agrícola. Por isso, quanto antes for detectado o problema e o quanto antes essas medidas forem tomadas, maior a chance de evitar que os fungos se tornem mais fortes e resistentes, diminuindo também o risco de perdas econômicas e ambientais.
Matéria escrita por Janaína Campos,
Jornalista e Mestra em Extensão Rural
pela UFV