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Tecnologia para acabar com praga na agricultura é modelo para exportação

Tecnologia para acabar com praga na agricultura é modelo para exportação

Autoridades da área agrícola de 11 países africanos visitaram fazendas e laboratório em Minas Gerais para conhecer tecnologias de manejo e controle da lagarta-do-cartucho.

Por Elian Guimarães – Estado de Minas

Autoridades africanas acompanharam o trabalho de técnicos no controle biológico da praga em Sete Lagoas e Paraopeba (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Uma das mais devastadoras pragas da agricultura tem sido combatida por tecnologias de manejo e controle. A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), que ataca as lavouras de milho, levou a Embrapa Milho e Sorgo e a Emater de Sete Lagoas e Paraopeba a se debruçarem em estratégias de combate ao inseto nas culturas desse grão.

As iniciativas positivas nesse manejo tecnológico integrado, que envolvem o controle biológico, químico e cultural, chamaram a atenção de autoridades da área agrícola de 11 países africanos que visitaram a sede da instituição em março, em cumprimento a uma agenda que tem mobilizado as nações do continente, agências de cooperação de países desenvolvidos e organismos internacionais voltados a contribuir com ações estratégicas de cooperação.

O propósito da visita, que a reportagem do Estado de Minas acompanhou, foi o de buscar medidas de controle de uma das mais devastadoras pragas da agricultura. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), no início de 2018, apenas 10 dos 54 países africanos ainda não tinham sido atingidos pela praga, principalmente na cultura do milho. Regiões da África Central e do Sul estão no nível máximo de alerta.

Lagarta-do-cartucho ameaça dizimar as lavouras do grão no continente e já infesta plantações de 44 países da África (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

“Inseticidas biológicos, Trichograma, baculovirus, Bacillus thuringiensis, milho Bt, uso do extrato de nim e manejo integrado de pragas são formas eficientes de controle da lagarta-do-cartucho, mas é preciso lembrar que se trata de uma praga cosmopolita”, disse o gerente-geral da Embrapa Sete Lagoas, Antônio Álvaro Purcino. “Não existe possibilidade de erradicação. Ela se alastra com muita rapidez e não se concentra apenas nas culturas de milho. Em estágio larval, a lagarta se alimenta de arroz, sorgo, milheto, cana-de-açúcar e algodão.”

Luiz Edson Bruzzi de Andrade, técnico local da Embrapa Paraopeba, acompanhou os visitantes e durante visita à Fazenda Manga Grande, em Paraopeba, disse que o uso de agrotóxico necessariamente não é a única alternativa de combate à praga. “O Brasil dispõe de tecnologia e uma delas por controle biológico. As vespas criadas em laboratórios são espalhadas enquanto o milho está novo. Elas atacam diretamente os ovos da lagarta podendo até erradicá-las em uma plantação.” O experimento foi numa área de quatro hectares, sendo 2,5ha de sorgo e 1,5ha de milho.

No continente africano, a praga foi detectada pela primeira vez há apenas três anos, na Costa Oeste. Estimativa da FAO revela que, a cada ano, caso não sejam controladas, as lagartas podem destruir entre oito e 21 milhões de toneladas de milho, que representam perdas entre US$ 2,5 bilhões e US$ 6,5 bilhões para produtores.

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Representando o Alto Comissariado da União Africana (UA), que reúne os países do continente, a angolana Josefa Sacko, comissária para agricultura da entidade, relatou que, desde 2016, alguns países apresentaram a incidência da lagarta-do-cartucho. Desde então, tornou-se uma praga que vem devastando e colocando em risco a segurança alimentar do continente. “Estamos muito preocupados. Soubemos que a origem da lagarta vem dessa parte das Américas e que não pode ser erradicada, mas podemos ter um manejo bastante considerável que atenuem seus efeitos.”

De acordo com a comissária, o milho é um dos alimentos-base para os povos africanos, tanto usado no próprio consumo quanto para ração animal, constituindo a cesta básica, ao lado da mandioca e do arroz. “Se perdermos a produção do milho estaremos perdendo a segurança nutricional em nosso continente. A experiência da Embrapa é uma boa lição para o manejo dessa praga. Viemos in loco para observar e para termos subsídios de forma a influenciar nossos governos para continuar com esta cooperação tripartite: UA, Brasil e USAID. Pelo que vimos, a tecnologia do Brasil é sã e não afeta o meio ambiente, além de sustentável para nossos produtores.”
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Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas.
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SOBERANIA ALIMENTAR Mahome Valá, diretor nacional de Agricultura e Silvicultura de Moçambique, disse que a visita teve como objetivo entender um pouco mais sobre o controle da praga que tem afetado principalmente alguns países que ainda não dispõem de soberania alimentar. “Os esforços dos produtores, principalmente os pequenos, que plantam entre três e quatro hectares, têm sido em vão. Alguns não conseguem colher sequer duas toneladas nessas áreas de plantio”, afirmou. “O Brasil, que passou por momentos difíceis com essa praga, hoje dispõe de alta tenologia de forma integrada, que envolve o controle biológico, químico e de manejo e cultural. Viemos entender algumas maneiras de procedimento e entendemos aqui que não se trata necessariamente de apenas controle químico, que envolve aspectos de biossegurança, afetando a própria terra, as pessoas e o ambiente”, acrescentou.

Valá ressaltou que a visita tem muita importância para seus pares porque proporcionou também uma visão geral da agricultura brasileira, que chegou ao patamar de maior produtor e exportador de milho e soja do mundo. “Estamos aprendendo com os brasileiros, Moçambique tem alguns ganhos com a parceria que começou com a cooperação iniciada pela política adotada pelo governo brasileiro a partir de 2003. E nesse contexto usufruímos da assistência técnica da Embrapa.”
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Como minimizar perdas por doenças em plantações florestais
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A iniciativa foi coordenada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é a responsável pelo apoio técnico-científico e a orientação no que diz respeito às tecnologias de manejo da praga.

Estratégias integradas

Principais tecnologias de controle da praga apresentadas durante a visita

» Bacillus thuringiensis
Biopesticida à base da bactéria Bacillus thuringiensis é extremamente eficaz no controle da lagarta-do-cartucho, matando lagartas mais novas de até 0,5cm de comprimento. O uso e posicionamento correto desse produto faz com que a lagarta pare de se alimentar até 12h após a ingestão do biopesticida. Esse agente de controle biológico não causa dano à saúde humana, não contamina rios nem nascentes e nem os produtos a serem consumidos “in natura”. Vários testes de biossegurança foram realizados com essa bactéria e comprovam sua inocuidade aos vertebrados.

» Baculovirus
Primeiro bioinseticida desenvolvido à base de vírus para o controle da praga, o baculovirus tem grande eficácia para controle da lagarta-do-cartucho a campo, em lagartas de até 1cm de comprimento. Os baculovirus são agentes de controle biológico que causam a morte do inseto praga e que não causam danos à saúde dos aplicadores, não matam inimigos naturais das pragas, não contaminam o meio ambiente nem deixam resíduos nos produtos. Testes de biossegurança comprovaram que esses vírus são inofensivos a microrganismos, plantas, vertebrados e outros invertebrados que não sejam insetos.

» Uso do extrato aquoso de folhas de nim
O controle da lagarta-do-cartucho tem sido realizado com inseticidas sintéticos, geralmente de custo elevado, com alto risco de toxidade e de contaminação ambiental. O uso de extratos de plantas apresenta perspectiva como substituto a esses inseticidas e pode contribuir para reduzir os custos de produção das lavouras, os riscos ambientais e a dependência dos inseticidas sintéticos. A planta do nim tem mostrado acentuada atividade inseticida para várias espécies de pragas, incluindo a Spodoptera frugiperda. A maioria dos resultados sobre o uso do nim para o controle de pragas foi obtida com produtos preparados por meio da moagem ou da extração de óleo de sementes. A planta do nim é originária da Ásia e tem sido cultivada em vários países das Américas, África e na Áustrália.

» Trichogramma
O grande problema na agricultura hoje é o aumento dos custos de produção pelo aumento do número de pulverizações. A tecnologia do controle biológico permite reduzir custos sem haver redução na eficiência do controle. Especificamente na área do produtor, o sucesso do controle biológico pode ser atribuído pelo uso correto do monitoramento da mariposa que origina a lagarta-do-cartucho com a armadilha contendo o feromônio sintético. A captura de mariposas na armadilha indica a chegada da praga na área e possibilita ao produtor a liberação da vespinha. O Trichogramma, também conhecido como vespinha, é um inseto benéfico muito pequeno, mas de grande eficiência para controlar os ovos das pragas. Ou seja, a vespinha impede o nascimento das lagartas e evita danos à planta. Essa vespinha benéfica também tem a vantagem de conseguir detectar, no campo, onde o ovo da praga está.

» Manejo Integrado de Pragas (MIP)
A adoção do Manejo Integrado de Pragas é uma filosofia na qual se preconiza a convivência com o inseto-praga de forma que ele não cause danos econômicos à cultura relacionada. Para essa convivência e manejo é necessário obedecer alguns preceitos básicos, como reconhecimento e monitoramento da praga em condições de campo. Assim, é possível tomar a decisão adequada frente às diferentes estratégias disponíveis para o manejo de S. frugiperda.

Fonte: Estado de Minas

Embrapa discute prevenção e controle de pragas na agricultura em audiência no Senado Federal

Embrapa discute prevenção e controle de pragas na agricultura em audiência no Senado Federal

Embrapa discute prevenção e controle de pragas na agricultura em audiência no Senado Federal

Foto: Liliane Castelões / reprodução Embrapa

Por Embrapa Cerrados

Prevenção e controle de pragas na agricultura foi tema de audiência pública interativa, promovida, na última terça-feira (06), pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado Federal. O técnico e supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados Sérgio Abud foi indicado pela Diretoria-Executiva para representar a Empresa e abordou as medidas adotadas no manejo integrado de pragas (MIP).

O presidente da Comissão e requerente da audiência, senador Ivo Cassol (PP-RO) destacou a importância do conhecimento sobre as medidas a serem tomadas pelos agricultores para controlar as pragas no campo. O deputado Luiz Cláudio (PR-RO) parabenizou a iniciativa e elogiou o trabalho desenvolvido pela Embrapa que contribui para o fortalecimento do setor responsável pelo crescimento econômico do país.

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Além do representante da Embrapa, também foram palestrantes Marcos Coelho, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Ronaldo Teixeira, diretor substituto do Departamento de Sanidade Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa; e Rogério Avellar, assessor técnico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O tema foi dividido em três pontos pelos palestrantes: marco regulamentador e programas de controle de pragas foram abordados pelos representes do Mapa; o assessor da CNA falou sobre a necessidade de fortalecer a assistência técnica e extensão; e a parte técnica ficou por conta da Embrapa.

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Contribuições da pesquisa – Sérgio Abud apresentou um panorama da agricultura brasileira, que é baseada em mais de 300 espécies de cultivos. Estima-se que sejam exportados 350 tipos de produtos para 180 mercados internacionais. A agricultura representa 25% do PIB do país e gera 37% da força de trabalho. A produção brasileira, em 2017, foi de 241 milhões de toneladas de grãos, 36 bilhões de litros de leite, 41 milhões de toneladas de frutas e 27 milhões de toneladas de carne.

Nos últimos 40 anos, o país venceu a insegurança alimentar e tornou-se um dos maiores exportadores de alimentos. Para que isso fosse possível, os resultados das pesquisas transformaram solos ácidos e pobres em nutrientes em solos férteis e foram desenvolvidos sistemas de produção vegetal e animal, adaptados às condições de um país tropical.

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“Nenhum outro país teve sua agricultura avançando de forma tão determinada na direção da sustentabilidade. Nos últimos 10 anos a agricultura expandiu com a diminuição nas emissões de gases de efeito estufa e do desmatamento”, enfatizou Abud.

A agricultura brasileira é intensiva com ocupação das lavouras no espaço e no tempo, podendo ter até três safras ao ano. Isso reflete na maior incidência de pragas, já que há mais alimentos no campo e mais tempo para a multiplicação dessas pragas. O complexo de pragas dentro do sistema de produção incluem plantas invasoras, insetos, fungos, nematoides, ácaros, bactérias e vírus.

Além dessas pragas que estão no sistema de produção, segundo a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária, existem 150 pragas exóticas ausentes do Brasil que já estão em países da América do Sul e são consideradas “ameaças fitossanitárias”. De acordo com Abud, há muitas informações para os problemas já existentes no Brasil, mas são necessárias muitas pesquisas para o país se preparar para as pragas ainda inexistentes no país.

“O Brasil tem uma extensão continental, com vários ambientes e com respostas diferenciadas. No mundo existem 600 pragas exóticas que a qualquer momento poderão estar aqui e nós não temos pesquisas com essas pragas. Precisamos de recursos para dar continuidade às pesquisas já existentes, para levar a informação sobre o manejo integrado de pragas ao produtor e para melhorar a segurança para a contenção dessas pragas exóticas e seu controle quando entrarem no Brasil”, declarou.

Manejo integrado – ao falar sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP), Abud ressaltou que a base do manejo depende da identificação da praga alvo e uma das principais estratégias de controle é o monitoramento da lavoura. O produtor precisa interpretar os dados do monitoramento, entender os níveis de controle, conhecer as condições ambientais para que possa tomar decisão do que fazer para o combate às pragas.

O controle químico não é a única alternativa do MIP. As outras opções são o controle cultural, controle biológico, controle comportamental, controle genético e controle varietal. O controle biológico, como exemplificou Abud, preserva os inimigos naturais que irão combater a praga e o controle cultural tem o objetivo de eliminar a oferta de alimentos para as pragas, principalmente fora do período da lavoura.

Como exemplo de estratégia de monitoramento na lavoura, Abud citou o uso de ferramentas digitais que auxiliam na tomada de decisão em grandes propriedades. Essas ferramentas facilitam a identificação de pragas, geram planilhas eletrônicas e têm transmissão de dados em tempo real e determinação de posicionamento global (GPS). A Embrapa em parceria com a empresa Qualcomm está criando processadores que serão utilizados nessas ferramentas digitais.

Para comparar as mudanças nos sistemas de produção, Abud usou as imagens de um quebra-cabeça e de um cubo mágico. No primeiro, a agricultura é baseada em mesmo cultivo nas mesmas áreas e é necessário encaixar cada pecinha do quebra-cabeça para poder tomar a decisão do que fazer e como fazer da forma mais econômica e mais sustentável.

No cubo mágico, a agricultura é mais intensificada e integrada com outras culturas em sucessão, o que permite um ambiente desfavorável às pragas, evitando o crescimento populacional. Essa mudança também permite sair do manejo exclusivamente químico e da calendarização no uso do inseticida, para o uso do controle biológico. O produtor, nesse caso, tem condições de tomar uma decisão mais técnica e assertiva.

“O produtor vai saber que se mexer mal uma peça, ele pode interferir em outra. No modelo do MIP, utilizando conhecimento, ciência, monitoramento, integração para tomar uma decisão com recomendação técnica, será possível produzir com custo menor e manter as tecnologias por um período mais longo”, afirmou o representante da Embrapa.

Acesse aqui o vídeo da Audiência Pública

Fonte: Liliane Castelões | Embrapa Cerrados

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

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Impulsionado pela adoção de novas tecnologias, o segmento de controle biológico de pragas cresce 15% ao ano no país. Empresas usam até drones para espalhar minivespas e ácaros sobre as lavouras

Abelha: inseto ajuda setor de agronegócios (Foto: Reprodução)

Por Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Nuvens de insetos sobrevoando plantações costumam significar tempos difíceis para produtores agrícolas. A não ser quando esses mesmos insetos são liberados por aviões para exterminar pragas em lavouras. Conhecida como controle biológico aplicado, a técnica tem crescido exponencialmente no Brasil. “A demanda por alimentos com menos resíduos químicos é a principal razão para a popularização do segmento”, afirma a engenheira agrônoma Amália Borsari.

Atualmente, existem cerca de 50 empresas que oferecem esse tipo de serviço no país. Entre elas, está a BUG. Fundada em 2005, a startup paulista possui uma carteira composta por mais de 300 clientes — a maioria deles agricultores de cana-de-­açúcar. “Comecei a estudar o segmento enquanto fazia um mestrado em entomologia. Percebi que o mercado apresentava grande potencial comercial e ainda era pouco explorado por aqui”, afirma o sócio Diogo Carvalho, 47 anos. A startup deve fechar 2017 com um faturamento de R$ 18 milhões.


Baseadas no uso de insetos e ácaros que se alimentam de ovos e larvas de pragas, soluções de empresas como a BUG vêm sendo adotadas em conjunto com agrotóxicos. O objetivo é reduzir o uso de produtos químicos e os seus impactos sobre o solo e os lençóis freáticos, além de melhorar o grau de salubridade para agricultores e consumidores.

Conheça as técnicas para reduzir o uso de defensivos e aumentar a produção com a pós-graduação a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.

Em tempos de incerteza econômica, a diminuição de custos (agentes biológicos exigem menos aplicações do que defensivos tradicionais) é outra característica que tem ajudado a impulsionar o crescimento do setor.

Segundo Mateus Mondin, gestor da incubadora ESALQTec, especializada em tecnologias para o agronegócio, a popularização dos drones deve dar ainda mais fôlego para empresas da área. “Estamos alterando uma cultura de uso de veneno construída ao longo de cinco décadas. O aprimoramento e o acesso a novas tecnologias tende a derrubar custos e ajudar o mercado de agentes biológicos a crescer ainda mais rapidamente”, afirma Mondin.

Três empresas de controle biológico

Promip
Fundada em 2006 pelos engenheiros agrônomos Marcelo Poletti e Roberto Konno, a empresa paulista aposta em microvespas e ácaros para combater pragas em plantações de tomate, milho e hortaliças. Em 2014, recebeu um investimento de R$ 4 milhões do FIP (Fundo de Inovação Paulista ).

Stoller
A empresa americana opera no mercado brasileiro desde a década de 1970. No ano passado, a Stoller adquiriu a Rizoflora Biotecnologia, startup mineira especializada no controle natural de nematoides (parasitas de formato cilíndrico que atacam as raízes de plantas).

Gênica
Spin-off da FertiAgro, produtora goiana de fertilizantes especiais. A empresa é sediada em Rondonópolis e comercializa sete tipos de produtos.Compostos por fungos e bactérias, seus agentes combatem pragas que atacam lavouras de grãos (soja, milho e algodão).

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Aplicativo gratuito identifica inimigos naturais de pragas agrícolas

Aplicativo gratuito identifica inimigos naturais de pragas agrícolas

 

Imagem: divulgação/Embrapa

 

Um dos maiores desafios para o produtor é identificar os inimigos naturais das pragas que atacam sua lavoura. Nesse processo, ele pode confundir um agente natural de controle de pragas com a própria praga. Para evitar essa confusão, especialistas da Embrapa Agrobiologia (RJ) desenvolveram um aplicativo gratuito, chamado Guia InNat, que permite consultar imagens dos agentes naturais de controle mais comuns. O programa está disponível apenas para Android e o download pode ser feito na loja de aplicativos do Google.

Com um smartphone em mãos, o produtor pode comparar um inseto coletado em campo com a galeria de imagens do aplicativo. Ele também pode ir para o campo, fotografar um inseto presente na lavoura e comparar no mesmo momento a foto tirada com as imagens da galeria do Guia InNat. O aplicativo ainda contém informações sobre cada grupo de inimigo natural e sua função na natureza. “De nada adianta a presença de insetos benéficos na lavoura se o agricultor confundi-los com os que podem causar danos à plantação”, alerta, em nota à imprensa, a pesquisadora da Embrapa Alessandra de Carvalho Silva, especialista em controle biológico de pragas e uma das idealizadoras do aplicativo.

A galeria de imagens do Guia InNat contém informações de 13 famílias de insetos predadores, além de parasitoides e aranhas. São inimigos naturais generalistas, ou seja, não são muito específicos e comem uma grande quantidade de insetos-praga. Dessa maneira, a ferramenta possibilita a identificação de um determinado inseto visto com frequência na lavoura. “É também uma forma de o produtor saber se a área dele está bem ecologicamente. Se há mais inimigos naturais é porque o manejo está adequado”, explica Alessandra.

O fato de o aplicativo conter informações sobre o papel dos inimigos naturais como agente de controle ajuda o agricultor no momento de tomar decisões. A joaninha, por exemplo, alimenta-se de pulgões, cochonilhas, ácaros, moscas-brancas, larvas e também de ovos de diferentes insetos. Todas essas informações são dadas pelo aplicativo. Portanto, se o produtor encontrar joaninhas em uma lavoura atacada por pulgões, ele saberá que, em breve, a população da praga será reduzida. “O InNat pode facilitar o entendimento sobre quem são os vilões e quais os insetos benéficos para as lavouras”, enfatiza a pesquisadora da Embrapa.

Se há lagartas na lavoura e o agricultor encontra o inseto conhecido por “tesourinha” na plantação, com o InNat em mãos, ele vai constatar que este é um inimigo natural muito útil. “[Tesourinhas] São predadores de ovos, pulgões, moscas-brancas, lagartas pequenas…”, informa o aplicativo, que traz ainda dez fotos desse agente de controle. Na dúvida, basta fotografar o inseto que está presente na lavoura e comparar com as fotos do aplicativo.

A Embrapa lembra que o Guia InNat também é um facilitador para os produtores que fazem uso do manejo integrado de pragas (MIP). Reconhecer os inimigos naturais das pragas é um passo importante para o sucesso do MIP. “Sem o devido reconhecimento desses organismos benéficos, as etapas seguintes do MIP ficam comprometidas”, explica Alessandra.

Fonte: Globo Rural

Vídeo: manejo sustentável dos insetos-praga da soja

Vídeo: manejo sustentável dos insetos-praga da soja

Vídeo: manejo sustentável dos insetos-praga da soja

A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos-praga. O complexo de lagartas que se alimenta de folhas e os percevejos que sugam os grãos estão entre os mais importantes. O controle das principais pragas da soja deve ser feito com base nos princípios do “Manejo Integrado de Pragas”. Essa metodologia consiste na tomada de decisão de controle com base no nível de ataque, no número e tamanho dos insetos-pragas e no estádio de desenvolvimento da soja.

Veja a reportagem a partir do minuto 13 do vídeo a seguir: