(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Novos projetos buscam a proteção de plantas no cultivo de grãos

Novos projetos buscam a proteção de plantas no cultivo de grãos

Tecnologia no combate a doenças – Foto: Luiz Magnante

A parceria da Embrapa com o Rothamsted Research vai promover novos estudos na proteção de cultivos como trigo, soja, arroz e feijão. O tema “proteção inteligente das culturas” envolve 14 pesquisadores, sendo 10 da Embrapa e cinco do Rothamsted. A proposta é monitorar e prever a propagação de pragas, plantas daninhas e doenças em tempo real, além de combinar soluções genéticas, químicas, ecológicas e estratégias agronômicas para a proteção das culturas.

No contexto mundial de produção de grãos, a Embrapa é destaque em trabalhos voltados ao controle de doenças e adaptações dos cultivos às variações do clima. Já os pesquisadores do Rothamsted Research, principal centro de pesquisa agrícola do Reino Unido, localizado em Harpenden, na Inglaterra, são pioneiros na geração de conhecimentos científicos sobre fitossanidade, contando com tecnologia de ponta para buscar soluções em problemas com pragas e doenças.
—–
Como minimizar perdas por doenças em plantações florestais
—–
Cereais de Inverno

A produção de cereais de inverno na região sul-brasileira enfrenta dificuldades similares à produção no Reino Unido, com adversidades no clima, cuja umidade resulta na incidência de doenças fúngicas, e com chuvas na colheita, que afetam a qualidade comercial dos grãos. Estas semelhanças trouxeram ao Brasil o Diretor do Rothamsted, Achim Dobermann, ainda em 2015, quando visitou a Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) com o objetivo de fortalecer a parceria entre as instituições de pesquisa em aspectos relativos ao manejo do solo e intensificação sustentável de sistemas de produção envolvendo cereais de inverno. Ele destacou a preocupação em desenvolver estudos voltados à resistência em agentes de controle de insetos, doenças e plantas daninhas.

Desde então, de acordo com a Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento, Ana Christina Sagebin Albuquerque, a Embrapa Trigo vem atuando em trabalhos conjuntos com Rothamsted sobre a tolerância de trigo a afídeos, extremos de temperatura (geada e calor), déficit hídrico, resistência a doenças como giberela e brusone, entre outros.
—–
Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
—–
Recentemente, em março de 2018, o grupo que coordena a cooperação científica Embrapa-Rothamsted, aprovou cinco projetos que deverão direcionar os trabalhos de pesquisa até o próximo ano. Na proteção de doenças no trigo, foram selecionados dois projetos:

– “Investigando alterações na emissão de compostos volateis em trigo, como meio para diagnosticar infecções causadas por doenças fúngicas” (Investigating changes in the volatile profile of wheat crops as a means of diagnosing fungal disease infection), com liderança da Embrapa Trigo; e
—–
Videoaula gratuita: Diagnose de Doenças Florestais – Prof. Acelino Alfenas
—–

– “O uso de novas ferramentas para monitorar doenças de plantas e promover a proteção inteligente de culturas no Brasil” (The use of novel high volume cyclone samplers to monitor airborne inoculum of key plant diseases and foster smart crop protection in Brazil), parceria de pesquisadores da Embrapa Trigo, Embrapa Soja e Embrapa Arroz e Feijão.

Para o pesquisador Fávio Santana, as novas propostas aprovadas permitem dar sequência às atividades realizadas em outros dois projetos, que já trouxeram resultados importantes para o combate a doenças na cultura, sendo o principal deles a internalizaçao de metodologias modernas, por meio de tecnologias de aprendizagem de máquina (machine learning) em projetos da Embrapa Trigo, resultante do trabalho iniciado em 2015 através da parceria com a Universidade de Aberystwyth no País de Gales.

Ainda em desenvolvimento, de 2016 a 2019, o projeto que busca na biotecnologia a identificação de genes de resistência à giberela no trigo. O projeto está sob a liderança do Rothamsted, com a colaboração de diversas instituições de pesquisa do Brasil. Na Embrapa Trigo, a equipe (formada pelos pesquisadores José Mauricio Fernandes, Elene Yamazaki Lau, Casiane Tibola, Maria Imaculada Lima e Ana Lídia Bonato) deverá avaliar as primeiras linhagens de trigo que se mostraram promissoras com o uso de uma nova abordagem biotecnológica chamada silenciamento gênico. “Os testes de campo deverão avaliar as linhagens que apresentam melhor reação à giberela”, conta José Maurício Fernandes. “Estamos otimistas com os resultados alcançados até aqui, vislumbrando a possibilidade de reduzir os problemas com giberela nas lavouras brasileiras e vencer esta doença que desafia a produção de trigo no mundo”, conclui o pesquisador.

Labex

O incentivo ao desenvolvimento de novos projetos entre a Embrapa e o centro de pesquisas Rothamsted é uma ação do Labex Europa – programa da Embrapa de Laboratórios Virtuais no Exterior para aprimorar a cooperação científica internacional – atualmente sob a coordenação do pesquisador Pedro Machado. As propostas de projetos em parceria foram elaboradas durante um workshop, realizado no final de 2017, na Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), que contou com a participação de pesquisadores de diversas áreas. Os projetos aprovados são cofinanciados e contam com aporte direto de recursos provenientes do BBSRC/Newton Fund, destinados a promover a interação entre pesquisadores na investigação de métodos de prevenção e controle de pragas e doenças na produção de grãos.

Fonte: Embrapa Trigo | Joseani M. Antunes

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Conheça empresas que faturam alto criando insetos para a “guerra agrícola”

Impulsionado pela adoção de novas tecnologias, o segmento de controle biológico de pragas cresce 15% ao ano no país. Empresas usam até drones para espalhar minivespas e ácaros sobre as lavouras

Abelha: inseto ajuda setor de agronegócios (Foto: Reprodução)

Por Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Nuvens de insetos sobrevoando plantações costumam significar tempos difíceis para produtores agrícolas. A não ser quando esses mesmos insetos são liberados por aviões para exterminar pragas em lavouras. Conhecida como controle biológico aplicado, a técnica tem crescido exponencialmente no Brasil. “A demanda por alimentos com menos resíduos químicos é a principal razão para a popularização do segmento”, afirma a engenheira agrônoma Amália Borsari.

Atualmente, existem cerca de 50 empresas que oferecem esse tipo de serviço no país. Entre elas, está a BUG. Fundada em 2005, a startup paulista possui uma carteira composta por mais de 300 clientes — a maioria deles agricultores de cana-de-­açúcar. “Comecei a estudar o segmento enquanto fazia um mestrado em entomologia. Percebi que o mercado apresentava grande potencial comercial e ainda era pouco explorado por aqui”, afirma o sócio Diogo Carvalho, 47 anos. A startup deve fechar 2017 com um faturamento de R$ 18 milhões.


Baseadas no uso de insetos e ácaros que se alimentam de ovos e larvas de pragas, soluções de empresas como a BUG vêm sendo adotadas em conjunto com agrotóxicos. O objetivo é reduzir o uso de produtos químicos e os seus impactos sobre o solo e os lençóis freáticos, além de melhorar o grau de salubridade para agricultores e consumidores.

Conheça as técnicas para reduzir o uso de defensivos e aumentar a produção com a pós-graduação a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.

Em tempos de incerteza econômica, a diminuição de custos (agentes biológicos exigem menos aplicações do que defensivos tradicionais) é outra característica que tem ajudado a impulsionar o crescimento do setor.

Segundo Mateus Mondin, gestor da incubadora ESALQTec, especializada em tecnologias para o agronegócio, a popularização dos drones deve dar ainda mais fôlego para empresas da área. “Estamos alterando uma cultura de uso de veneno construída ao longo de cinco décadas. O aprimoramento e o acesso a novas tecnologias tende a derrubar custos e ajudar o mercado de agentes biológicos a crescer ainda mais rapidamente”, afirma Mondin.

Três empresas de controle biológico

Promip
Fundada em 2006 pelos engenheiros agrônomos Marcelo Poletti e Roberto Konno, a empresa paulista aposta em microvespas e ácaros para combater pragas em plantações de tomate, milho e hortaliças. Em 2014, recebeu um investimento de R$ 4 milhões do FIP (Fundo de Inovação Paulista ).

Stoller
A empresa americana opera no mercado brasileiro desde a década de 1970. No ano passado, a Stoller adquiriu a Rizoflora Biotecnologia, startup mineira especializada no controle natural de nematoides (parasitas de formato cilíndrico que atacam as raízes de plantas).

Gênica
Spin-off da FertiAgro, produtora goiana de fertilizantes especiais. A empresa é sediada em Rondonópolis e comercializa sete tipos de produtos.Compostos por fungos e bactérias, seus agentes combatem pragas que atacam lavouras de grãos (soja, milho e algodão).

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Embrapa e Mapa discutem ações para evitar a entrada de 20 pragas quarentenárias ausentes no Brasil

Embrapa e Mapa discutem ações para evitar a entrada de 20 pragas quarentenárias ausentes no Brasil

Reproduzido do site da Emprapa

São pragas consideradas prioritárias pelos danos que podem causar à economia do País, além da proximidade geográfica, entre outros fatores.

Especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se reuniram na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, nos dias 16 e 17 de novembro de 2017 durante o workshop “Levantamento de demandas de pesquisa com pragas priorizadas” para discutir ações de pesquisa, transferência de tecnologia e comunicação para evitar a entrada no Brasil de 20 pragas quarentenárias consideradas prioritárias. Estas pragas foram listadas em conjunto entre as duas instituições em outubro de 2017 e são consideradas prioritárias pelos prejuízos econômicos que podem causar às culturas de milho, soja, mandioca, batata e arroz, além de várias frutas, caso entrem no País. É considerada também a proximidade das áreas onde ocorrem com as fronteiras brasileiras, entre outros fatores.

https://agropos.com.br/pos-graduacao-em-avancos-no-manejo-integrado-de-pragas/

Existem atualmente cerca de 500 pragas quarentenárias – entre fungos, insetos, bactérias, vírus, nematoides e plantas daninhas – oficialmente reconhecidas como ausentes no Brasil. A priorização é importante porque permite desenvolver um trabalho mais específico para evitar a entrada das pragas listadas. Caso não seja possível, auxilia também o País na adoção de medidas para sua erradicação e controle.

Participaram do Workshop além dos pesquisadores da Embrapa envolvidos com a gestão da pesquisa em pragas quarentenárias, representantes do Departamento de Sanidade Vegetal do MAPA e o pesquisador do Centro de cooperação internacional em pesquisa agronômica para o desenvolvimento (CIRAD/França), Michel Dollet, parceiro em projetos de pesquisa com pragas quarentenárias.

Durante o evento, foram discutidas diversas questões relacionadas às pragas quarentenárias, como por exemplo, metodologia e resultado da priorização; importância de monitoramento de cenários relacionados a sua ocorrência; instrumentos de cooperação científica da Embrapa e as demandas de pesquisa, transferência de tecnologia e comunicação para as 20 Pragas quarentenárias ausentes priorizadas para o Brasil. Foi relatado também um exemplo de pesquisa realizada com uma das pragas ausentes, o Amarelecimento Letal do Coqueiro.

Foram definidos ainda os temas e as linhas de demandas que serão levantadas para cada praga, as prioridades e dificuldades para cada linha de pesquisa, potenciais instituições parceiras, financiadores de projetos e especialistas.

Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Marcelo Lopes, durante o evento foi iniciado o levantamento de ações e demandas de pesquisa para algumas pragas, como o Amarelecimento Letal do Coqueiro, Brevipalpus chilensisDitylenchus destructor Boeremia foveata. Posteriormente ao evento, a Embrapa e o MAPA darão continuidade ao trabalho com as demais pragas listadas.

O levantamento de demandas para as pragas priorizadas é de fundamental importância para ações quarentenárias, além de servir de apoio à tomada de decisões pelo MAPA. Terminada esta etapa, o desafio será buscar especialistas e parceiros para proposição de projetos com foco nas pragas priorizadas.

Segundo Marcelo, o tema “pragas quarentenárias” tem aumentado de importância no mundo por duas razões: a primeira, pelo interesse mundial na expansão do comércio de produtos agrícolas que podem enfrentar obstáculos à exportação pelas barreiras fitossanitárias. A outra razão é a introdução de pragas com resistência a diversos métodos de controle, ocasionando impactos econômicos e ambientais significativos nos países. Para o pesquisador, “essas preocupações deixaram de ser exclusivas de agentes de defesa vegetal para se tornarem objetos de pesquisa para os cientistas”.

Saiba quais são as pragas prioritárias:

As 20 pragas quarentenárias ausentes prioritárias são (em ordem alfabética):

African Cassava Mosaic Virus – vírus (mandioca)
Anastrepha suspensa – inseto (goiaba)
Bactrocera dorsalis– inseto (frutíferas)
Boeremia foveata – fungo (batata)
Brevipalpus chilensis – ácaro (kiwi, videira)
Candidatus Phytoplasma palmae – fitoplasma (coqueiro)
Cirsium arvense – planta daninha (trigo, milho, aveia, soja)
Cydia pomonella – inseto (maçã)
Ditylenchus destructor – nematoide (milho, batata)
Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4 Tropical – fungo (banana)
Globodera rostochiensis – nematoide (batata)
Lobesia botrana – inseto (videira)
Moniliophthora roreri – fungo (cacau)
Pantoea stewartii – bactéria (milho)
Plum Pox Virus – vírus (pessegueiro, ameixeira)
Striga spp. – planta daninha (milho, caupi)
Tomato ringspot virus – vírus (frutíferas e tomate)
Toxotrypana curvicauda – inseto (mamão)
Xanthomonas oryzae pv. oryzae – bactéria (arroz)
Xylella fastidiosa subsp. fastidiosa – bactéria (videira)

Fonte: Fernanda Diniz | Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia