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Embrapa lança duas novas tecnologias para a melhoria da aplicação de produtos de controle fitossanitário nas culturas

Embrapa lança duas novas tecnologias para a melhoria da aplicação de produtos de controle fitossanitário nas culturas

Pulverização eletrostática reduz perdas e quantidade de produto aplicado – Foto: Divulgação

A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) lançou na 25ª Agrishow, de 30 de abril a 4 de maio em Ribeirão Preto, SP duas novas tecnologias para a melhoria da aplicação de produtos para controle fitossanitário das culturas. São elas: o acessório de eletrificação de gotas para uso em pulverizadores costais hidráulicos e o acessório de eletrificação de gotas por indução em pulverizadores tratorizados com turbina de ar, para uso em culturas arbustivas e arbóreas, como a fruticultura, incluindo o café.

De acordo com o pesquisador Aldemir Chaim, idealizador das tecnologias, “elas permitirão que a agricultura brasileira se estabeleça em um cenário de controle de pragas e doenças nas lavouras mais tecnológico e eficiente, capaz de promover maior eficiência na aplicação de produtos nas culturas, respondendo à crescente demanda da sociedade por soluções tecnológicas que determinem métodos mais eficientes de produção agrícola”.
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O tamanho da gota ideal para aplicação de defensivos agrícolas
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Com o objetivo de desenvolver sistemas revolucionários de pulverização eletrostática de baixo custo, acessíveis também ao pequeno produtor, a Embrapa desenvolve, desde a década de 90, tecnologias que aprimoram esse tipo de pulverização. Segundo Chaim, a tecnologia já foi testada em diversas culturas, e se comprovou um aumento médio de 60% na deposição de calda nas plantas. “Uma melhor deposição reduz significativamente a quantidade de calda aplicada, traduzindo-se em eficiência no controle das pragas”, salienta ele.

Ainda conforme o pesquisador, “tão importante quanto aplicar o produto correto seguindo as recomendações de um profissional, é garantir que o produto aplicado alcance os alvos biológicos desejáveis na quantidade necessária. A ausência dessa preocupação pode resultar em impactos negativos ao homem, ao meio ambiente e ao produto”.

Patentes

Novas tecnologias de pulverização eletrostática foram patenteadas pela Embrapa e licenciadas para as empresas brasileiras para promoverem os aperfeiçoamentos necessários, visando à disponibilização ao mercado consumidor.

O acessório para eletrificação de gotas para o uso de pulverizadores hidráulicos costais foi licenciado para a empresa Magnojet Indústria e Comércio de Produtos Agrícolas, em Ibaiti, PR. Este acessório vai permitir que pulverizadores hidráulicos comuns passem a operar como eletrostático. A previsão é de que o sistema hidráulico comum, quando convertido, agregue ao processo 30% a 60% de aumento de deposição nas plantas. A empresa Magnojet pretende comercializar o acessório já instalado em seu equipamento hidráulico costal.
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Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
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Chaim acredita que este sistema vai propiciar a democratização da tecnologia de pulverização de ponta, fazendo com que pequenos agricultores também tenham acesso à pulverização eletrostática. “Os pulverizadores costais, que são as tecnologias mais baratas de pulverização de agrotóxicos, são muito empregados em pequenas áreas de cultivo, principalmente em olerícolas e estufas, notadamente por pequenos agricultores da agricultura familiar”, explica o pesquisador.

Já o sistema de eletrificação de gotas por indução para pulverizadores tratorizados com turbina de ar, diferentemente dos sistemas eletrostáticos disponíveis no mercado, foi desenvolvido pela Embrapa em parceria com a FM Copling em Araraquara, SP.

A tecnologia dispõe de bicos leque, fixados fora do circuito do fluxo de ar e as gotas de um conjunto de 4 bicos são eletrificadas por hastes paralelas, submetidas à alta tensão. Isso resulta em redução de número de fontes de alta tensão para alimentação do circuito, além de evitar que o conjunto eletrostático fique sujo ou entre em curto circuito, do sistema de indução eletrostática. Segundo a FM Copling, esse novo tipo de equipamento poderá ser operado com tratores com menor potência do que os antigos pulverizadores.
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Cápsulas biodegradáveis são usadas no controle biológico de pragas
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“O equipamento é rebocado por trator, possuindo ventilador para induzir o ar e otimizar o fluxo de gotas no interior da massa de folhas, proporcionando uma excelente cobertura e distribuição das gotas. Um sistema de sensores reconhece a planta alvo, liberando o fluxo ou interrompendo a pulverização entre uma planta e outra”, explica Chaim.

Resultados de uso e depoimentos de produtores em várias regiões do mundo, indicam que os equipamentos eletrostáticos promovem uma redução do volume de calda utilizada e aumento da deposição do produto nas plantas, podendo em alguns casos proporcionar também uma diminuição das aplicações, ou seja, redução no custo do tratamento fitossanitário.

“O benefício direto do aumento da eficiência de controle de pragas e doenças com a pulverização eletrostática é que ela otimiza a deposição dos defensivos nas plantas e reduz as perdas para o solo, quando comparadas com uma pulverização convencional”, salienta Chaim.

AgroTag e RenovaCalc

Na abertura da Agrishow houve também apresentações de outras duas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Meio Ambiente em 2017 e que estão disponíveis para consulta no estande da Empresa:

O aplicativo AgroTag, já lançado, foi projetado para a coleta de dados e informações das propriedades que, uma vez processadas na base de operações, retornam aos diversos atores da cadeia produtiva ou interessados em agricultura de baixo carbono em forma de informações estratégicas diretamente nos celulares ou tablets. Foi desenvolvido com apoio da Rede ILPF, do Instituto de Pesquisas Eldorado e da Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Plataforma ABC).

A RenovaCalc, a ser lançada em 2018, é uma ferramenta de funcionamento similar a uma calculadora, pela qual as empresas cadastradas no RenovaBio, interessadas em créditos de descarbonização (CBios), deverão detalhar parâmetros técnicos dos processos agrícolas e industriais da sua produção de biocombustíveis que geram emissões de carbono. Foi desenvolvida em parceria com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Agroicone e Unicamp. A calculadora será disponibilizada em consulta pública pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), a partir de maio de 2018.

Fonte: Embrapa Meio Ambiente | Eliana Lima

Gafanhotos e outras pragas ameaçam plantações de caju no RN

Gafanhotos e outras pragas ameaçam plantações de caju no RN

Produtores rurais de Serra do Mel, no Oeste potiguar, enfrentam dificuldades para acabar com a ação de insetos que atacam as plantas. Nem aplicação de veneno resolveu.

Gafanhotos atacam plantações de caju no interior do RN (Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca)

Por Ivanúcia Lopes, Inter TV Costa Branca

Ele voa de uma planta para outra. As vezes em bando, outras de forma solitária. Mas sempre com fome. É o gafanhoto – uma praga que está afetando a produção de caju em algumas comunidades no interior do Rio Grande do Norte. E esse não é o único inseto que ameaça a safra de castanha deste ano.

Na propriedade do agricultor João Cirino, eles têm dado prejuízo. “Essa é a praga que está afetando aqui, que não está deixando nada. A pessoa planta, eles comem. Come até o pasto dos bichos”, diz o agricultor. “Vem da mata, sobe na planta, e só desce quando acaba. Quando acaba, vão pra outra”, complementa.

O terreno de João fica na Vila Rio Grande do Sul, em Serra do Mel. São 20 hectares só com com cajueiros. Nem a planta comum na região escapou da praga. A ação devastadora deve prejudicar a safra de castanha de 2018.
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Saiba como controlar as pragas
Pós-graduação lato sensu a distância em Avanços no Manejo Integrado de Pragas em Culturas Agrícolas e Florestais.
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O agricultor fez até planos para investir em outras culturas, como feijão e melancia, mas não sabe se vale a pena. Nem com as chuvas os gafanhotos vão embora. “Eles procuram um canto pra passar a chuva. Quando passa, eles voltam pro trabalho deles, que é destruir”, reforça.

Nem veneno afastou as pragas das plantações de caju, em Serra do Mel, RN (Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca )

João tentou combater a praga fazendo pulverização com aditivos químicos – um investimento que sai caro, com investimento em veneno e no aluguel do trator, que é feito por hora. Mas não adiantou. Os insetos até se afastaram por uns dias, não para longe. Com pouco tempo, voltaram a atacar.

As pragas também se espalham por outras localidades. Na Vila Rio Grande do Norte, também em Serra do Mel, o produtor rural Antônio Vicente Nunes tem que lidar com percevejos e lagartas, além dos gafanhotos. E o alvo de todos eles é o mesmo: o cajueiro.

“Acaba tudo, não dá uma castanha. As vezes, no final do inverno, sai uma folhinha, mas não tem força pra botar castanha”, explica.

O inseto que mais tira o sono do agicultor é o conhecido na região como bicho-pau ou mané mago. O bicho, que mede cerca de 8 centímetros, se camufla entre as plantas e causa estrago nas folhas. É mais uma das pragas que atingem os cajueiros da propriedade.

“Ele começa a comer as folhas do cajueiro, come a folha todinha. E quando come o olho da planta, ela morre. Ataca muito mais que a mosca branca”, conclui o produtor.

Bicho-pau é outra praga que ameaça safra de castanha no interior do RN (Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca)

Fonte: G1