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O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, depois do trigo, arroz, milho e cevada.

E nos últimos anos, a cultura tem tomado lugar de destaque no Brasil, principalmente no período da safrinha.

Sendo assim, para ampliar seu conhecimento acerca desse cereal, neste texto vamos focar em práticas para a implantação do sorgo, apresentando um pouco das características da cultura.

Confira!

 

Sorgo: aprenda um pouco as características dessa cultura!

 

O que é sorgo?

O sorgo (Sorghum bicolor L.) é um cereal originário da África, que foi domesticado entre 3 mil e 5 mil anos atrás.

A cultura é conhecida por sua utilização na alimentação animal, principalmente nos EUA, América do Sul e Austrália.

Ele também pode ser uma rica matéria-prima para alimento humano, como a farinha de sorgo. Principalmente por ser rico em fibras, ácidos fenólicos e taninos.

A cultura, nos últimos anos, tem apresentado uma expressiva expansão no Brasil, principalmente na sucessão às culturas de verão.

Atualmente o país é o 9º maior produtor mundial, sendo 65% para consumo interno e a maior parte destinada para alimentação animal.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de sorgo esperada nesta safra é de 2,174 milhões de toneladas, sendo os estados de Goiás e Minas Gerais os maiores produtores.

Agronomicamente, o cultivo pode ser classificado em quatro tipos, sorgo granífero, sorgo sacarino, sorgo vassoura e sorgo forrageiro.

 

 

Tipos de sorgo cultivados

 

Sorgo granífero

Esse tipo é constituído por plantas de porte baixo, de até 170cm, com uma panícula na sua extremidade superior, onde ficam os grãos, seu principal produto.

No entanto, após a colheita dos grãos o restante da planta pode ser usada como feno, pastejo ou incorporada ao solo.

 

Sorgo sacarino

São plantas de porte alto, fracas em produção de sementes e com caules muito rico em açúcares, sendo apropriado para silagem e/ou para produção de açúcar e álcool.

Toda cultivar de sorgo sacarino pode também ser utilizada como forrageira.

 

Sorgo forrageiro

O sorgo forrageiro é um tipo de porte alto, com plantas superiores a dois metros, elevada produção de forragem e adaptado principalmente ao Agreste e Sertão de Alagoas e regiões similares.

Este tipo é utilizado principalmente para pastejo, complemento alimentar para gado, fenação e cobertura morta.

 

Sorgo vassoura

Como o nome sugere, esse sorgo é usado na fabricação de vassouras, principalmente na região do Rio Grande do Sul.

A sua principal característica é a panícula em forma de vassoura, mas as outras partes da planta podem ser utilizadas na alimentação animal.

 

Características para a implantação do sorgo

 

Clima

O sorgo possui um sistema radicular profundo e ramificado, o que aumenta a eficiência na extração de água da solução de solo, tornando a cultura bastantes tolerante à seca.

A quantidade de água exigida durante o ciclo da cultura varia de 450 a 500 mm e ocorrendo déficit hídrico a taxa de crescimento da cultura diminui.

A cultura também é resistente a altas temperaturas, possibilitando que se desenvolva em condições consideradas desaforáveis para o cultivo de outros cereais

Na fase de florescimento, o cultivo necessita de temperaturas médias diárias superiores a 18ºC, sendo as melhores condições térmicas entre 26 e 30ºC.

Devido as estas características a cultura se adapta facilmente a locais áridos e com escassez de chuva.

 

Cultivares

A escolha da cultivar é essencial para alcançar elevadas produtividades. Portanto, o produtor deve ser bem criterioso antes de tomar esta decisão.

Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração a finalidade à qual o plantio se destina, se à produção de grãos, à produção de silagem ou ao pastejo dos animais.

Além disso, devem-se considerar também se as cultivares são adaptadas à região onde será realizado o plantio.

 

Plantio

A época de plantio do sorgo depende se o cultivo será de verão ou de safrinha.

No cultivo de verão, a semeadura é realizada no início do período chuvoso. Já no cultivo de safrinha, o mesmo é realizado logo em seguida à colheita da safra normal.

Ele pode ser plantado através de plantio convencional, quando o solo é arado, gradeado e nivelado. Ou através do plantio direto na palhada, com o mínimo de revolvimento do solo.

A semeadura da cultura pode ser feita com o mesmo maquinário usado para soja, arroz, trigo, ou outros grãos.

 

Adubação e nutrição

A adubação de plantio deve ser realizada conforme os resultados da análise do solo, que deve ser realiza antes da implementação da cultura.

A maior exigência nutricional do sorgo é o nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo.

O fósforo e o nitrogênio são quase todos translocados para os grãos. Portanto, a incorporação dos restos culturais da plantação pode devolver ao solo parte dos nutrientes contidos na palhada, como potássio, cálcio e magnésio.

Contudo, mesmo com a manutenção da palhada na lavoura, faz-se necessária a reposição desses nutrientes em cultivos seguinte.

 

Principais doenças do sorgo

O sorgo está sujeito à incidência de várias doenças, das quais podem ser limitantes à produção da cultura.

Dentre as principais doenças que afetam a cultura no Brasil, estão:

  • Antracnose (Colletotrichum graminicola),
  • Míldio (Peronosclerospora sorghi),
  • Helmintosporiose (Exserohilum turcicum),
  • Ferrugem (Puccinia purpurea),
  • Doença açucarada do Sorgo ou ergot (Claviceps africana),
  • Podridão seca (Macrophomina phaseolina).

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Nos últimos anos, a antracnose tem sido a principal doença da cultura no Brasil, gerando perdas na produção que podem ser superiores a 70%.

Já a helmintosporiose tem chegado a causar perdas superiores a 50% da produção, quando ocorre antes da emergência da panícula.

O míldio e a ferrugem do sorgo são doenças que podem ser encontradas em todas as regiões de plantio da cultura no Brasil.

Medidas como rotação de culturas, eliminação de plantas doentes, eliminação de hospedeiros alternativos/invasoras e resistência genética, podem diminuir significativamente a população do patógeno na área de cultivo.

 

Principais pragas do sorgo

O produtor deve estar sempre atento a ocorrência de pragas na cultura do sorgo, pois elas podem ocorrer do plantio até a colheita.

Dentre as pragas que requerem maior atenção do produtor estão:

  • cupins subterrâneos (Heterotermes, Syntermes e Proconitermes),
  • lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda),
  • broca-da-cana (Diatraea saccharalis),
  • pulgão-verde (Schizaphis graminum)
  • lagarta da panícula (Helicoverpa armigera)

Deste modo, é importante visitar com frequência a lavoura para identificar as espécies que estão causando danos e adotar medidas de controle

 

Plantas daninhas do sorgo

O crescimento lento do sorgo nos estádios iniciais torna-o susceptível às plantas daninhas e um dos principais problemas na cultura tem sido o seu controle.

O período crítico para o controle das plantas daninhas na cultura está entre 20 e 42 dias após emergência da plântula.

Se não controladas no momento correto, as plantas daninhas podem ocasionar perdas na produtividade de 30 a 75%.

Portanto, o manejo integrado de plantas daninhas deve ser empregado para permitir a obtenção de produção máxima.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A cultura do sorgo vem ganhando importância em todo mundo nos últimos anos. Sua boa adaptação a ambientes secos, alta produção e sua versatilidade, são fatores que tem contribuído para o aumento da área plantada desta cultura.

No entanto, o planejamento e manejo adequado da cultura, são de grande importância para a obtenção de rendimentos elevados.