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As pragas da cana-de-açúcar podem causar sérios prejuízos, ocasionando até mesmo a perda da lavoura, por isso é de extrema importância realizar o monitoramento e controle dessas pragas. Neste artigo vamos discutir sobre as principais pragas e as diferentes formas de controle.

Não fique de fora, acompanhe!

Conheça as 7 principais pragas da cana-de-açúcar!

 

A cana-de-açúcar é conhecida como cultura que utiliza baixos níveis de defensivos, porém ela sofre com incidência de algumas pragas que se não forem corretamente manejadas podem ocasionar prejuízos econômicos a produção canavieira.

A cana-de-açúcar é um dos principais cultivos do Brasil, e a presença de pragas é uma realidade nos canaviais. Conhecer as pragas e o momento de sua ocorrência é essencial para o sucesso do controle e ganho de produtividade.

Os danos causados pelas pragas reduzem a produção agrícola e afeta a qualidade da matéria-prima a ser industrializada, reduzindo, também, o rendimento dos processos de produção de açúcar e álcool.

Neste artigo vamos citar as principais pragas dos canaviais e os danos causados, além de mostrar os tipos de controle e como realizá-los.

 

As principais pragas da cana-de-açúcar

As principais pragas da cana-de-açúcar são;

1. Broca da cana-de-açúcar – (Diatraea saccharalis)
2. Broca gigante (Castnia licus)
3. Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata)
4. Cupim da cana-de-açucar
5. Formigas saúva (Atta capiguara)
6. Besouros (Migdolus fryanus)
7. Bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis)

Abaixo destacamos mais informações como identificação, cuidados e manejo:

 

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Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)

É a principal praga da cana-de-açúcar as brocas, cientificamente chamadas de Diatraea saccharalis, são larvas de mariposa, e a mais conhecida entre os produtores.

Pode ocorrer em todo o estádio de desenvolvimento e causa prejuízos em seu estágio de larva (lagarta), que se alimenta inicialmente das folhas.

Em estágio mais avançado de desenvolvimento, o inseto penetra no colmo da planta pelas partes mais moles e faz galerias.

Devido a decorrência de sua ampla distribuição pelo país, atingindo as principais regiões produtoras: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

E também pela gravidade de seus danos: para uma produtividade de 80 toneladas por hectare, as perdas ocasionadas pela broca para cada 1% de intensidade de infestação são de 616 quilos de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros de álcool, aproximadamente.

 

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Principais danos

  • Perda do peso do material;
  • Tombamento devido ao broqueamento transversal do colmo;
  • Coração morto, sintoma observado em plantas jovens, levando ao secamento dos ponteiros; enraizamento aéreo e formação de brotação lateral.

Além destes, o orifício deixado pela broca é porta de entrada para fungos patogênicos (Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme) que causam a podridão vermelha, doença que afeta diretamente a produção de açúcar e etanol.

 

Manejo da broca da cana-de-açúcar

Para o manejo da broca, é recomendado o controle químico e biológico. A Cotesia flavipes (uma pequena vespa) é o principal agente de controle biológico utilizado para o controle da broca.

Em relação ao manejo químico, o inseticida Ampligo é comprovadamente um produto seletivo, ou seja, não tem impacto significativo no número e na diversidade das populações de inimigos naturais da broca, como a Cotesia flavipes.

 

Broca gigante (Castnia licus)

Os insetos adultos possuem uma coloração escura, quase preta. Apresentam manchas brancas na região apical, acompanhadas de uma faixa transversal branca na asa anterior. A asa posterior apresenta manchas avermelhadas e uma faixa transversal mais larga.

A oviposição ocorre em touceiras velhas, preferencialmente no meio de detritos e caules cortados. Os ovos inicialmente apresentam coloração rosada, passando a verde-azeitona e alaranjada.

Após a eclosão surgem lagartas apresentando coloração branca, com pintas pardas no pronoto. O período larval varia de 2 a 10 meses, com 5 ínstares.

 

Principais danos

As lagartas abrem galerias verticais no colmo, algumas vezes chegam a destruí-lo completamente, acarretando sérios prejuízos.

Além das galerias, causam o conhecido “coração morto” devido aos danos causados na brotação, comprometendo o poder germinativo e permitindo o aparecimento de podridões.

 

Manejo da broca gigante

Para o manejo da broca-gigante utilizam-se inimigos naturais, manejo cultural e semioquímicos. Essa combinação de métodos, quando bem aplicados, é eficiente, duradoura e seletiva. Mesmo assim, o método mecânico catação manual de lagartas e pupas ainda é utilizado.

 

Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata)

Atualmente, a cigarrinha das raízes está presente em diversas regiões, com elevadas populações no Centro-Sul e em alguns Estados do Nordeste do País, causando danos severos à produtividade e à qualidade da matéria-prima.

O nome da praga está ligado ao seu hábito alimentar: quando jovens, se alimentam das raízes e radicelas das plantas de cana; entretanto, os danos são causados tanto pelas ninfas quanto pelas formas adultas.

O clima apresenta grande influência na dinâmica populacional dessa praga, pois com o início da estação chuvosa ocorre a eclosão dos ovos, aumentando o número de indivíduos.

O ciclo biológico da cigarrinha das raízes apresenta duração média de 60 dias, o que possibilita a presença de cerca de três gerações da praga a cada safra.

A espécie é encontrada com mais facilidade na cana soca, porém, em regiões com alta pressão populacional ou em áreas próximas às pastagens, pode-se encontrar a espécie até mesmo em cana planta.

 

Principais danos

  • Redução de fotossíntese e produtividade;
  • Deterioração do colmo pela perfuração das cigarrinhas; morte dos perfilhos, murchamento do colmo e morte da planta;
  • A Redução da qualidade do açúcar;
  • Redução da pureza do caldo e aumento dos contaminantes.

 

Manejo da cigarrinha-das-raízes

A estratégia de controle da cigarrinha-da-raiz inicia-se com o monitoramento da praga que deverá ser realizado no início do período chuvoso e durante todo o período de infestação, para que se possa acompanhar a evolução ou o controle da praga.

É recomendado o uso de controle biológico através do fungo Metarhizium anisoplie, que irá controlar as ninfas e adultos.

A aplicação deve ser realizada quando forem encontradas populações acima de 3 ninfas por metro linear. Por isso, o monitoramento deve ser constante na lavoura.

 

Cupim da cana-de-açúcar

São insetos sociais que vivem em colônias organizadas. Perdas ocorrem com falhas na brotação das soqueiras e redução da longevidade do canavial.

A maioria das espécies de cupins não é agressiva à cultura, ao contrário é benéfica. Podem reduzir em até 10 t de cana/ha/ano, além de ocasionarem redução da longevidade do canavial.

 

Principais danos

Os principais danos ocorrem na fase inicial da cultura, eles atacam os toletes recém-plantados, danificando as gemas e trazendo, como consequência, falhas na germinação.

 

Manejo dos cupins

A recomendação é que, no momento de implantação da cultura, o produtor utilize inseticidas adequados no sulco de plantio, evitando que os cupins ataquem os toletes recém-plantados, danificando as gemas e trazendo falhas na germinação.

Aconselha-se que, antes de entrar com ferramentas de controle do cupim, deve-se, primeiramente, verificar a necessidade das mesmas, considerando e analisando diversos fatores, como a porcentagem de touceiras atacadas.

É recomendável aplicar o controle químico em locais em que ocorre 40% ou mais de infestação em touceiras quando presentes espécies mais agressivas.

 

Formigas saúva Atta capiguara

As formigas causam desfolhamento, reduzindo a área foliar das plantas por longos períodos e causando atraso e definhamento da cultura. Tem ocorrência praticamente o ano todo.

Saúva Atta capiguara constitui uma séria praga em sistemas agrosilvopastoris. Os ninhos são grandes e formados por várias câmaras. São insetos sociais, com várias castas.

 

Principais danos

Os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras são consideráveis. Atacam quase todas as culturas, cortando folhas e ramos tenros, podendo destruir completamente as plantas.

As formigas operárias causam grande desfolha principalmente em plantas jovens, sendo consideradas pragas secundárias em culturas estabelecidas.

 

Manejo das formigas

O controle das formigas deve ser realizado assim que forem detectadas no canavial. Para isso, utilizam-se inseticidas em formulação com pó seco, iscas tóxicas, ou inseticidas aplicadas via termonebulização.

 

Besouros Migdolus fryanus

No estágio de larva, o besouro Migdolus fryanus ataca o sistema radicular da cana causando falhas na brotação das soqueiras, morte em reboleiras e necessidade de reforma precoce do canavial.

Esta fase dura no mínimo dois anos, podendo chegar a três anos e as larvas são encontradas até a profundidade de cinco metros no solo. Todo ciclo é subterrâneo. Os adultos vêm à superfície apenas por ocasião das “revoadas”.

 

Manejo do besouro- Migdolus fryanus

Os melhores resultados de controle são obtidos com a aplicação de inseticidas por ocasião do preparo do solo, em operação conjunta com a subsolagem (subsolador-aplicador) ou aração (arado de aiveca, com aplicador de inseticida), na época seca, quando se observa maior ocorrência de larvas nas camadas superficiais do solo.

 

Bicudo da cana-de-açúcar

O bicudo do da cana, Sphenophorus levis, é um besouro que na fase larval causa danos nos colmos em desenvolvimento escavando galerias, afetando o stand da cultura e a produtividade.

Reduzem a longevidade dos canaviais, que muitas vezes não passam do segundo corte. A disseminação pelo trânsito de mudas é a hipótese mais provável para explicar a rápida expansão da área infestada, visto que o inseto praticamente não voa e seu caminhamento é lento.

 

Manejo do besouro – Sphenophorus levis

Para o controle da praga é o cultural, que consiste na destruição antecipada das soqueiras com o erradicador de soqueiras.

A seguir a área deverá ser mantida livre de plantas hospedeiras da praga e o próximo plantio deverá ser realizado o mais tarde possível.

As mudas a serem utilizadas no plantio deverão estar isentas da praga, sendo originárias de áreas não infestadas.

 

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Conclusão

Em meio a todo o esforço para manter os canaviais saudável e produtivo, as pragas da Cana-de-açúcar surgem como um pesadelo na rotina dos agricultores.

Silenciosas no começo, chegam sem despertar suspeita, e quando o produtor nota a presença, muitas vezes, já se espalharam pela plantação.

As principais pragas da cana-de-açúcar listadas acima são altamente adaptadas ao sistema agrícola, e de extrema importância econômica e quase sempre de difícil controle.

No caso de ataque dessas pragas em sua lavoura é importante que faça o monitoramento constante e o manejo ideal, em caso de dúvidas é importante que procure um especialista da área.

Escrito por Michelly Moraes.

 

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