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Os Principais Produtos Florestais Obtidos de Nossas Florestas Plantadas

Nesta artigo abordaremos sobre alguns principais produtos florestais não madeireiros. Falaremos sobre conceito de produtos florestais não madeireiros (PFNM), importância econômica, social, manejo dos PFNM. Abordaremos sobre a resina, tanino, óleos essenciais, látex, açaí, palmito, baru, macaúba, e ao longo da disciplina, discutiremos e daremos exemplos de outros produtos florestais não madeireiros

O segmento florestal tem como base o cultivo de árvores para fins industriais. Gerando uma enorme variedade de produtos que chega a quase 5 mil produtos, o que inclui madeira serrada, papel, celulose, pisos e painéis de madeira e carvão vegetal.

Com posição de destaque no desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, as árvores plantadas abastecem diferentes indústrias. O que permitem, por meio de investimentos em pesquisa e inovação, diversificar cada vez mais o uso da madeira de forma sustentável.

Neste texto veremos quais são os principais produtos florestais obtidos através da madeira oriunda de nossas florestas plantadas e o desempenho industrial de tais produtos.

Espécies florestais cultivadas no Brasil

Sabemos que a área total de árvores plantadas no Brasil totalizou 7,83 milhões de hectares em 2018. Os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares desse total, enquanto as áreas com pinus somam 1,6 milhão de hectares, e outras espécies, entre elas seringueira, acácia, teca e paricá, representam cerca de 590 mil hectares.

Florestas Plantadas - Mapa do Brasil com distribuição dos tipos por estado

Um dado muito interessante obtido em 2018, mostra que o atual consumo brasileiro de madeira proveniente de árvores plantadas para uso industrial foi de 220,9 milhões de m3, o que representa aumento de 7,2% em relação ao consumo de 2017.

O desempenho Industrial de nossos produtos florestais

 

Celulose

Em 2018, o Brasil se consolidou como o segundo maior produtor mundial de celulose, atrás apenas dos Estados Unidos. Foram produzidas, considerando tanto fibra curta (eucalipto) como longa (pinus) e a pasta de alto rendimento, 21,1 milhões de toneladas, o que representou um crescimento de 8,0% com relação ao ano de 2017. O volume exportado atingiu 14,7 milhões de toneladas (70% do total), representando um incremento de 11,5% em relação ao ano anterior. Já o volume consumido no mercado interno atingiu 6,5 milhões de toneladas (30% do total), com importação de 180 mil toneladas.

Temos que de 2012 a 2018, a produção nacional de celulose, que é destinada principalmente às exportações, aumentou em 7,1 milhões de toneladas, o que representa uma taxa anual de crescimento de 7,1%. Esse incremento foi acompanhado pelo aumento das exportações para a China e países da Europa, enquanto o consumo interno apresentou pouca variação.

Papel

O Brasil segue no oitavo lugar no ranking mundial dos produtores de papel, com 10,4 milhões de toneladas, uma leve retração de 0,4% frente a 2017. A principal razão desse desempenho foi a retração das exportações, que ficaram 4,6% abaixo do volume registrado em 2017.

 

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A produção nacional de papel, destinada principalmente ao mercado interno, aumentou 2% no total, de 2012 a 2018. Neste período, as exportações se mantiveram estáveis (19% do total) e houve redução das importações.

Painéis De Madeira E Pisos Laminados

O segmento brasileiro de painéis de madeira permanece em 8º lugar no ranking mundial dos maiores produtores. A produção brasileira de painéis de madeira reconstituída foi de 8,2 milhões de metros cúbicos em 2018, um aumento de 2,8% em relação a 2017. As produções de MDF/HDF, de MDP e de HB aumentaram, respectivamente, 2,5%, 3,4% e 0,4%.

Os sinais de melhora da economia brasileira, mesmo que tímidos, ajudaram a impulsionar o consumo no mercado interno. De toda a produção 16% tem como destino a exportação, enquanto 84% são consumidos pelo mercado doméstico.

No Brasil, são 23 unidades produtoras de painéis de madeira reconstituída, sendo a maior parte localizada nas regiões Sul e Sudeste. Já a produção de pisos laminados, produto associado à indústria de painéis, totalizou 11,1 milhões de m2 em 2018, uma redução de 6,7% em relação à produção de 2017.

Produtos Sólidos De Madeira

Em 2018, a produção brasileira de madeira serrada ficou em 9,1 milhões de m³, valor 4,2% superior à produção de 2017. A desvalorização do real frente ao dólar e a melhora do mercado de construção civil norte-americano possibilitaram um aumento de 15,1% das exportações brasileiras deste insumo. Com esse desempenho, o Brasil ocupa o 8º lugar entre os principais países produtores de madeira serrada do mundo.

 

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A melhoria no mercado externo compensou o consumo interno que ficou praticamente estável no último ano, visto que a construção civil, principal consumidor de madeira serrada no País, ainda não mostrou sinais de recuperação.

A estagnação da construção civil brasileira também pressionou o segmento de painéis compensados a partir de árvores plantadas que apresentou uma queda na produção de 1,6% em 2018 em relação a 2017, impactado pela redução de 24,8% no consumo interno, que ficou em 0,7 milhões de m³.

As exportações aumentaram 9,7%, passando de 1,9 milhões de m³ de painéis compensados para 2,1 milhões de m³. Apesar da retração na produção, o Brasil ocupa o 7º lugar entre os principais países produtores de painéis compensados.

Carvão Vegetal

Líder mundial em carvão vegetal, o Brasil é responsável por 11% de todo o carvão vegetal produzido globalmente. Um dos importantes insumos da indústria siderúrgica, o carvão vegetal registrou consumo de 4,6 milhões de toneladas no Brasil, um aumento de 2,5% em relação a 2017, principalmente em função do aumento da atividade do setor.

Do total de carvão consumido em 2018, 91% foi produzido a partir de madeira oriunda de árvores plantadas. Esse é um significativo aumento (5,9%) em relação a 2017, confirmando a tendência de queda no uso de madeira de floresta nativas já apresentada nos últimos anos.

No Brasil, são mais de 130 indústrias que utilizam carvão vegetal no processo de produção de ferro-gusa, de ferro-ligas e de aço. Em 2018, apenas 70% deste total de indústrias estavam operando. Sendo que o principal polo de consumo de carvão vegetal é o Estado de Minas Gerais.

Índice De Preços E Produtos

Os preços nominais dos produtos de base florestal, em sua maioria, apresentaram aumentos em 2018 em relação ao ano de 2017.

A valorização está relacionada com o bom momento das indústrias do setor de celulose e papel e pela desvalorização do real frente ao dólar. O que possibilitou o aumento do volume e do preço da madeira serrada, dos painéis de madeira e compensados brasileiros no mercado externo. Já com relação ao carvão vegetal, o aumento de preço está relacionado com a leve recuperação apresentada pelo setor siderúrgico em 2018.

Fonte: Mata Nativa