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míldio é uma doença causada por fungos da família das peronosporáceas (subdivisão mastigomicotina) que ataca os órgãos das plantas, formando uma camada pulverulenta semelhante à farinha. As hifas do míldio costumam desenvolver-se entre as células das folhas, flores e frutos, onde formam um micélio mais ou menos denso.

Este fungo propaga-se rapidamente com o tempo úmido, causando grandes prejuízos. No princípio do Outono inicia-se a reprodução sexuada; formam-se os órgãos sexuais (oogónios e anterídios), esféricos e com apêndices sinuosos.

Veja as principais características e sintomas dessa doença, além de todas as formas de controle para evitar prejuízos em sua lavoura.

 

Míldio

(Fonte: winechefe, 2018)

 

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO ATAQUE DE MÍLDIO

 

Com a umidade relativa do ar de 95%, bem como chuvas abundantes são consideradas condições favoráveis ao desenvolvimento do patógeno.

Para a germinação de esporângios faz-se necessário que principalmente o mês de agosto apresente temperatura acima de 11 °C coincidindo com dias de chuva ou umidade relativa alta.

O patógeno sobrevive em tecidos vivos durante o ciclo vegetativo da planta e, no inverno por meio de oósporos presentes no interior de tecidos de folhas senescidas sobre o solo e micélios dormentes em gemas, até que sejam disseminados pelo vento ou água. Sob condições favoráveis de ambiente, completa seu ciclo em apenas quatro dias.

 

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SINTOMAS DA DOENÇA

 

Os sintomas de míldio ocorrem principalmente nas folhas, iniciam-se por um encharmento do mesófilo, denominado por “mancha de óleo”, uma mancha pálida, pequena, de bordos indefinidos. Em condições de alta umidade, na face inferior da folha, sob a mancha de óleo, observa-se uma eflorescência branca, densa, de aspecto cotonoso, constituída pelas frutificações do fungo.

Com o passar do tempo, a área infectada necrosa, e as folhas severamente infectadas caem. Esta desfolha reduz o acúmulo de açúcar nos frutos e enfraquece a planta, comprometendo a produção do ano seguinte.

 

 Sintomas do Míldio.

Sintomas do Míldio.

(Fonte: Agroop, 2019)

 

Nas inflorescências infectadas ocorre escurecimento da raquis, podendo ainda haver esporulação do patógeno, seguido pelo secamento e queda dos botões florais.

Em bagas mais desenvolvidas a infecção ocorre através do pedicelo e o patógeno se desenvolve dentro do fruto, tornando escuras, duras, com superfícies deprimidas, provocando a queda das mesmas.

 

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MÍLDIO NA CULTURA DE SORGO

 

O míldio do sorgo é uma doença com ampla faixa de adaptação climática, sendo encontrada em todas as regiões de plantio de sorgo no Brasil.

Em cultivares suscetíveis, os danos à produtividade podem chegar a 80% sob condições favoráveis ao desenvolvimento da doença. Plantas com infecção sistêmica tornam-se estéreis e não produzem grãos.

 

Míldio na cultura do sorgo.

Míldio na cultura do sorgo.

(Fonte: Agronegócio em foco, 2019)

Sintomas

Os sintomas típicos de infecção sistêmica são a formação de estrias paralelas de tecidos verdes alternadas com áreas de tecidos cloróticos.

Em condições de temperatura amena e ambiente úmido, a face abaxial da área foliar clorótica é coberta por uma camada branca, que consiste de conídios (esporângios) e esporangioforos de P. sorghi.

Em estádios mais avançados, a área de tecidos cloróticos torna-se necrótica e é rasgada pela ação do vento, liberando os oósporos no solo através dos quais o patógeno sobrevive na ausência do hospedeiro.

 

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Manejo

Algumas medidas de manejo que você pode utilizar para o manejo do míldio na cultura de sorgo são:

  • Variedades resistentes este é o método mais eficiente para a doença na cultura do sorgo;
  • Rotação de culturas com espécies não-hospedeiras – lembre-se de não utilizar milho na rotação, por ser hospedeiro do patógeno (vamos ver no próximo tópico);
  • Destruição dos restos culturais;
  • Época de semeadura – deve-se antecipar a semeadura em locais de alta incidência da doença;
  • Uso de sementes de boa qualidade.

 

MÍLDIO NA CULTURA DE MILHO

 

Míldio na cultura do milho.

Míldio na cultura do milho.

 

Há vários patógenos que causam míldio na cultura do milho. O mais comumente encontrado no Brasil é o Peronosclerospora sorghi, o mesmo que causa a doença no sorgo e em algumas outras gramíneas.

Esta doença no milho, no caso do Brasil, não causa prejuízos econômicos tão significativos, como ocorre em outros países.

 

Sintomas

A infecção sistêmica da planta causa clorose nas folhas, que ficam com estrias e faixas brancas. Além disso, as folhas das plantas infectadas com míldio apresentam as folhas mais eretas e estreitas, com o colmo mais fino e acamado. A doença também pode ocasionar problemas na formação dos grãos da espiga.

 

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Manejo

As principais medidas recomendadas para o manejo do míldio na cultura do milho são:

  • Utilização de cultivares resistentes;
  • Rotação com culturas não hospedeiras;
  • Enterro dos restos culturais para eliminação de oósporos;
  • Tratamento de sementes com fungicidas à base de metalaxyl.

 

MÍLDIO NA CULTURA DA SOJA

 

Na cultura da soja, o míldio pode ocorrer em qualquer região produtora do país, sendo causada pelo oomiceto Peronospora manshurica. Estima-se que os prejuízos decorrentes desta doença estão entre 8 e 14% quando ocorre em cultivares suscetíveis.

As condições que favorecem a ocorrência desta doença são elevados períodos de molhamento foliar (12 horas) e temperaturas entre 20 e 22 ºC durante qualquer estágio fenológico da cultura.

 

Míldio na cultura da soja.

Míldio na cultura da soja.

(Fonte: Clobal Crop Protection, 2018).

Sintomas

Os sintomas da doença são bem característicos, com manchas de coloração verde-claras até amareladas, localizadas na face adaxial das folhas.

Na parte inferior da folha, nessas lesões aparecem estruturas de aspecto cotonoso (aspecto de algodão) de coloração cinza, que são estruturas de frutificação do fungo. A doença pode se desenvolver na vagem, podendo ficar com redução do grão ou deteriorada.

 

Dano causado pela ferrugem da soja.

 

Manejo

Algumas medidas de manejo para o míldio na cultura do da soja podem ser feitas, como:

 

MÍLDIO DA VIDEIRA

 

No Brasil, o míldio é considerado a doença mais importante da videira, causada por Plasmopara vitícola é uma das principais doenças podendo infectar todas as partes verdes da planta, com danos maiores ocorrendo em flores e frutos.

 

Míldio da videira

Míldio da videira

(Fonte: Rural Pecuária, 2018).

 

Condições que favorecem o desenvolvimento da doença tendem a ser diferentes nas regiões produtoras brasileiras e o manejo demandará maior atenção em alguns locais.

 

Sintomas

Os sintomas iniciais da doença nas folhas são a formação de manchas mais ou menos circulares, com aspecto oleoso, levando à descoloração do tecido colonizado pelo patógeno e que após, com a evolução da doença, se torna pardo-avermelhado.

Já na face inferior da folha, ocorre a formação de esporulação de coloração branca. Os sintomas nas inflorescências são semelhantes aos observados nas folhas, resultando na formação de esporulação sobre as mesmas, além de escurecimento da ráquis, evoluindo para secamento e queda dos botões florais.

 

Manejo

Para se evitar grandes prejuízos, o controle do míldio deve ser feito preventivamente. Além do controle químico, cultivares resistentes podem ser utilizados.

Para que se tenha condição de umidade menos favorável ao desenvolvimento do fungo e um melhor arejamento do cultivo são recomendados podas bem constituídas e um bom espaçamento.

O controle preventivo deve começar no início da brotação com o uso de fungicida sistêmicos intercalado com produtos de contato à base de cobre. Dentre estes, a cauda bordalesa é um dos mais antigos, porém eficiente no controle do míldio. Usar produtos registrados para a cultura.

 

CONCLUSÃO

 

Neste artigo vimos os sintomas e manejo do Míldio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade.

Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

 

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