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A mancha alvo é uma das principais doenças da cultura da soja e o aumento de sua incidência nas áreas de cultivo tem preocupado os produtores brasileiros. Neste post vamos abordar tudo sobre esse assunto.

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Mancha alvo da soja: conheça os sintomas e manejo!

 

A mancha-alvo, doença causada pelo fungo Corynespora cassiicola que ataca mais de 500 espécies de plantas pelo mundo, se tornou uma das piores ameaças para a agricultura, especialmente nos climas tropicais.

No Brasil, é uma das principais doenças dos cultivos de soja e algodão na atualidade, o fungo que ocorre em diversos cultivos é disseminado através das sementes e sobrevive nos restos culturais na entressafra.

Após a instalação dos novos cultivos e sob condições ambientais favoráveis, o fungo pode infectar praticamente todas as partes das plantas. Os sintomas mais importantes ocorrem nas folhas, com lesões necróticas com centro mais escuro, semelhantes a um alvo.

 

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Afinal, o que é mancha alvo da soja?

A mancha-alvo (Corynespora cassiicola) é uma doença fúngica, comumente encontrada em lavouras de soja de toda a região do Brasil. Ela pode incidir sobre a cultura em todo o seu ciclo, por isso é preciso uma atenção maior.

A sobrevivência deste patógeno depende de dois pontos principais: restos culturais e sementes.

No caso dos restos culturais, o patógeno pode sobreviver, principalmente em áreas sob sistema de plantio direto, afinal, esses restos favorecem diversos fungos e um deles é o da mancha-alvo.

E o outro ponto a ser observado são as sementes. Elas são o principal meio de disseminação da mancha-alvo. Elas precisam, portanto, ser de boa procedência e qualidade.

 

Ciclo e condições favoráveis

O fungo pode sobreviver na forma de clamidósporos por mais de uma safra no solo, pode sobreviver em restos culturais de plantas hospedeiras e pode também ser transmitido por sementes infectadas.

Chuvas e ventos contribuem para a dispersão do inóculo inicial até as folhas inferiores da cultura, onde inicia a doença. A partir do surgimento das primeiras lesões, esporos são produzidos sobre as lesões e poderão ser dispersos e dar origem a repetidos ciclos da doença (policíclica).

Períodos chuvosos, com molhamento foliar elevado e umidade relativa do ar (acima de 80%) são altamente favoráveis.

Menores espaçamentos e alta população de plantas podem favorecer a formação de microclima e favorecerem a doença. Períodos secos desfavorecem o desenvolvimento da doença.

 

Distribuição geográfica da mancha alvo

O fungo causador da mancha-alvo apresenta ampla distribuição geográfica, principalmente nos trópicos, sendo observado em mais de 350 plantas hospedeiras, em mais de 80 países, parasitando folhas, flores, caules e raízes de vegetais.

No algodoeiro, o fungo foi relatado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1959, no Alabama. Foi anunciado na Bolívia em 1994 e no Brasil em 1995, no estado de Mato Grosso.

Epidemias frequentes da mancha-alvo têm sido observadas em diferente regiões produtoras do Cerrado, constituindo preocupação constante de produtores e técnicos.

 

 

Sintomas da mancha alvo

Os sintomas da mancha-alvo nas folhas começam por pontuações pardas, com halo amarelado, evoluindo para manchas circulares, de coloração castanho-claro a castanho-escuro.

Normalmente, as manchas apresentam uma pontuação no centro e anéis concêntricos de coloração mais escura, advindo daí o nome de mancha-alvo.

Dependendo da reação da cultivar, as lesões podem atingir até 2cm de diâmetro ou permanecer pequenas (1mm a 3mm), mas em maior número.

Também podem ocorrer manchas nos pecíolos, hastes, nervuras das folhas e vagens, sendo muitas vezes confundidas com antracnose.

Cultivares suscetíveis podem sofrer desfolha precoce. Algumas cultivares apresentam boa tolerância à desfolha e a presença da doença só é notada nas folhas inferiores.

 

Impactos na sociedade

O cultivo de soja é uma das mais importantes atividades agrícolas do Brasil. O grão, que pode ser utilizado pela indústria, como fonte de proteína para a criação animal, produção de óleo vegetal ou até mesmo na produção de biocombustíveis.

Esses fatos entre outros, fazem da soja uma cultura amplamente difundida, responsável por alavancar o PIB do país, em conjunto com as demais cadeias do agronegócio.

Tem-se observado em diversas áreas produtoras, que as doenças são responsáveis pela redução na renda do agricultor e, em determinados casos, podem ser causa impeditiva dessa atividade.

Portanto, é imprescindível que nas áreas de cultivo sejam adotadas práticas adequadas de manejo para que a atividade algodoeira se mantenha sustentável.

 

Manejo de mancha alvo

Para a não ocorrência da mancha-alvo nas lavouras de soja, ou a menor incidência das mesmas, algumas estratégias podem e devem ser tomadas.

 Assim, o risco de comprometimento da produtividade da lavoura diminui. São eles:

  • Uso de cultivares resistentes;
  • Seleção  sementes sadias e de boa procedência (como mencionado, a principal incidência da doença vem de sementes infectadas);
  • Tratamento de sementes;
  • Rotação e sucessão de culturas como milho ou outras gramíneas;
  • Uso de fungicidas.

Como pode perceber, o manejo existe desde a escolha da cultivar, passa pelo tratamento de sementes para evitar a incidência mas, também há manejo caso a doença já esteja instalada.

É importante lembrar que ao adotar o controle químico, deve-se fazer a rotação de fungicidas com diferentes modos de ação. Isso permite que a doença não se torne resistente a algum produto.

 

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Conclusão

A mancha alvo da soja é uma doença fúngica causada pelo patógeno Corynespora cassiicola e que ataca culturas de interesse agronômico, como a soja.  Os principais sintomas são visíveis nas folhas: lesões e desfolha precoce.

O manejo da mancha alvo no algodoeiro inclui ações combinadas, de modo a preservar a sanidade da lavoura e evitar ou retardar a disseminação da doença na área.

Em caso de dúvidas, o ideal é consultar um especialista na área.

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