(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br

As lagartas se encontram entre as principais pragas da cultura da soja, ameaçando a sojicultura do Brasil.

Aprender a identificá-las e manejá-las, é a maneira mais eficaz de controlá-las e evitar prejuízos.

Portanto, neste artigo daremos destaque para as principais lagartas que atacam a cultura da soja e como manejá-las.

Identificar cada uma das espécies de lagartas e prever os prejuízos que podem causar na lavoura é uma tarefa de extrema importância e que exige um pouco mais de conhecimento.

As lagartas são a fase jovem das Mariposas e borboletas, que pertencem a ordem Lepidoptera, são elas as principais responsáveis por causar injurias na lavoura de soja.

 

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

 

Desde a semeadura até a colheita a cultura da soja está sujeita ao ataque de diversas espécies de lagartas.

Algumas das lagartas que hoje estão entre as principais ameaças à produtividade da soja são:

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis),
  • Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens),
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon),
  • Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens),
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera),

Agora vamos conhecer melhor cada uma delas!

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

É uma das espécies de lagarta desfolhadora mais comum no Brasil. Alimentam-se de toda a folha causando grandes áreas recortadas ou consumindo-as completamente.

Elas apresentam inicialmente coloração verde com três listras longitudinais brancas no dorso e as patas abdominais ainda não se desenvolveram completamente, fazendo-as serem confundidas com a lagarta falsa-medideira.

Quando maiores, as lagartas podem continuar verdes ou ficarem escuras, no entanto, as três linhas longitudinais claras no dorso permanecem.

 

Lagarta falsa-madeira (Chrysodeixis includens)

A falsa-medideira também é uma das principais lagartas desfolhadoras da cultura da soja. São chamadas assim porque andam em movimentos do tipo “mede-palmo”.

Apresentam coloração verde clara e listras longitudinais esbranquiçadas com pontuações pretas no dorso.

Essa lagarta alimenta-se de uma grande variedade de plantas, como por exemplo o algodão, o que facilita o seu crescimento populacional, sendo possível encontrá-la em vários estádios de desenvolvimento em uma mesma região.

Inicialmente, as lagartas apenas raspam as folhas. Com o seu crescimento, passam a se alimentar do limbo foliar, deixando as nervuras, o que causa um aspecto rendilhado nas folhas.

 

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

A lagarta-elasmo ou Broca do colmo apresenta coloração marrom ou verde com listras e anéis vermelhos no corpo.

Elas alimentam-se e do caule e das folhas das plântulas, resultando no enfraquecimento, tombamento e até a morte da planta.

O ataque é mais prejudicial ocorre na fase inicial da cultura, uma vez que as plantas jovens são facilmente predadas e apresentam menor capacidade de recuperação

 

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A lagarta-rosca é lisa, robusta, podendo atingir até 5 cm de comprimento e de coloração variável, porém com dominância do cinza escuro ou marrom.

Possuem esse nome por apresentarem como principal característica de se enrolar quando perturbada.

Ela possui hábito noturno, ficando escondida no solo durante o dia, normalmente próximo das plantas das quais vão alimentam.

As principais perdas causadas por essa lagarta ocorrem na fase inicial da cultura, pois ela pode se alimentar das sementes recém-germinadas e da haste das plantas.

Os danos que podem ser observados em campo são reboleiras, plantas murchas e tombadas.

 

Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens)

A lagarta-das-maçãs, é de grande importância na cultura do algodão, no entanto, se tornou muito polífaga, atacando também lavouras de soja.

Apresentam coloração que pode variar de creme, verde ou amarela, mas sempre com pintas escuras pelo corpo.

Em sua fase inicial de desenvolvimento elas ficam escondidas nas flores e vagens, dificultando o monitoramento.

O ataque ocorre principalmente nas fases finais do ciclo da cultura, gerando danos às flores, vagens e grãos.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera spp.)

A ocorrência de lagartas do gênero Spodoptera tem crescido na cultura da soja. As espécies mais comuns são S. cosmioides, S. eridania, S. frugiperda.

As espécies possuem características morfológicas distintas, o que pode dificultar a correta identificação.

S. frugiperda cortam plantas rentes ao solo com sintomas semelhantes ao ataque da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), ela também pode na fase vegetativa, causando uma desfolha acentuada.

As espécies S. eridania e S. cosmioides, causam danos diretos às vargens, além da desfolha.

As lagartas do gênero Spodoptera possuem grande importância econômica devido à sua voracidade.

 

Como manejar as lagartas na soja?

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), é a maneira mais eficiente de controlar as lagartas da soja na lavoura e assim evitar prejuízos.

O MIP é composto de várias medidas de controle que aplicadas em conjunto atuam diretamente no controle das lagartas e também diminuem a resistência dos insetos.

O primeiro passo para iniciar o MIP é o monitoramento, a partir de então vem a tomada de decisão para o controle.

Vários métodos de controle podem ser utilizados como controle cultura, genético e químico.

Vamos aprender melhor cada um deles!

 

Controle cultural

A rotação de culturas é uma boa estratégia para o controle de várias pragas e doenças. No entanto, as lagartas são muito polífagas e esta medida pode não ser eficiente.

Apesar disso outras medidas como: eliminação de hospedeiros alternativos, destruição dos restos culturais, tratamento de sementes e plantio na época correta, podem ajudar na diminuição do ataque dessas pragas.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Controle genético

A biotecnologia tem sido uma importante ferramenta no manejo de pragas, proporcionando variedades de soja modificadas geneticamente, como a soja Intacta RR2 PRO®.

As tecnologias com a proteína Bt (Bacillus thuringiensis) conferem proteção contra às principais lagartas da soja que atacam a cultura.

É importante lembrar que com o plantio de cultivares de soja geneticamente modificadas, também é necessário o plantio de uma área de refúgio, para evitar a seleção de insetos resistentes.

 

Controle químico

A aplicação de inseticidas para combater as lagartas da soja pode se tornar necessária, no entanto deve ser utilizada de forma consciente.

Visando retardar o desenvolvimento de resistência de insetos aos inseticidas é recomendado que se utilize produtos com diferentes modos de ação.

Utilize sempre produtos registrados para a cultura, e de acordo com as recomendações da bula ou consulte um Engenheiro Agrônomo.

 

Controle biológico

O controle biológico pode ser natural, com organismos presentes na lavoura, ou aplicados de forma inundativa, com organismos adquiridos em empresas especializadas na produção desses inimigos naturais.

Podem ser utilizados por exemplo, insetos que se alimentam de ovos, ou fungos que parasitam as lagartas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O ataque de lagartas da soja pode causar grandes prejuízos ao produtor, no entanto a identificação e a correta utilização de um programa de Manejo Integrado de Pragas, pode auxiliar o produtor no controle das mesmas.

 

Pós-graduação Fitossanidade