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A lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, é a principal praga da cultura do milho no Brasil.

Ela apresenta ocorrência em todas as regiões produtoras, tanto nos cultivos de verão como nos cultivos safrinha.

A lagarta do cartucho apresenta um dano econômico muito significativo nas lavouras de milho, onde, é notável a importância do manejo fitossanitário adequado para seu controle.

Mais detalhes sobre a praga você confere nesse artigo.

Boa leitura!

 

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

 

Mas afinal o que é a lagarta do cartucho?

A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), é um inseto que ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas, porém nos últimos anos tem acometido outras culturas, como a cultura de algodão, causando grandes prejuízos.

Os danos econômicos causados na cultura do milho são estimados em mais de US$ 400 milhões, anualmente.

Especialmente na cultura do milho, os prejuízos contabilizados não estão relacionados à falta de tratamento fitossanitário, onde, vários fatores são considerados para explicar os danos crescentes na lavoura.

Um deles refere-se à aplicação de maneira incorreta, como a não utilização de jato dirigido de defensivos fitossanitários.

Porém, o que preocupa os produtores é o desenvolvimento de populações da lagarta resistentes a produtos químicos. Como também, já se nota em algumas regiões, a diminuição sensível da diversidade de agentes de controle biológico, em consequência do uso de maneira errada de agrotóxicos.

Por isso que, estabelecer o equilíbrio ecológico dentro do sistema de produção é muito importante, como também a adoção de um programa de manejo integrado de pragas, pensando no sistema como um todo.

 

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Identificação da lagarta do cartucho

A mariposa fêmea, apresenta coloração acinzentada, com cerca de 25 mm de tamanho, ela tem a capacidade de pôr cerca de cem ovos a cada vez.

Em temperaturas média de 25°C, as lagartas do cartucho eclodem em três dias. Os insetos recém-nascidos geralmente permanecem juntos nas primeiras horas de vida.

Sua primeira refeição são as cascas dos próprios ovos, posteriormente, raspam as folhas da planta hospedeira, causando um sintoma bem caraterístico da praga.

Quando as larvas atingem o segundo ínstar, começam a migrar para outras plantas.

Posteriormente, dirigem-se, em menor número, para a região do cartucho, onde se alimentam das partes mais novas da planta.

 

A importância e formas de controle da lagarta do cartucho

Segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o monitoramento semanal à lavoura para reconhecer e controlar a quantidade de pragas, em cada parte da planta, permite decidir sobre o controle no momento correto, evitando danos, perdas e prejuízos na produção.

Para isso é muito importante conhecer o comportamento da praga e seu controle. Vejamos a seguir algumas maneiras de determinar o aumento e/ou redução da ocorrência de pragas na lavoura, dependendo das práticas agronômicas, como:

 

  • Plantio direto

Como já abordamos em outros momentos, o plantio direto traz muitos benefícios para a conservação do solo e retenção de umidade, mas, não revolver o solo favorece a sobrevivência dos insetos que passam pelo menos uma de suas fases nele.

Uma vez que, a lagarta do cartucho na fase de pupa, passa essa fase em galerias dentro do colmo das gramíneas.

Dessa forma, no sistema de plantio direto, o monitoramento das pragas deve ser constante.

 

  • Manejo das plantas daninhas

O manejo propício das plantas daninhas e a realização da dessecação controlada, reduz o potencialmente de infestação inicial, evitando a utilização precoce de inseticida na área, o que facilita o estabelecimento de inimigos naturais da praga na lavoura.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

  • Rotação de cultura

A rotação de culturas é outro assunto que sempre falamos aqui e já sabemos a sua importância, nesse tipo de manejo há uma formação de um mosaico com diferentes espécies, podendo diminuir a infestação, reduzindo o uso de inseticidas e o custo de produção.

 

  • Tratamento de sementes

O tratamento de sementes, além de controlar as pragas que as danificam, controla várias espécies que atacam as plantas logo após a emergência.  Diminuindo a demanda por pulverização precoce na lavoura, consequentemente diminuindo os custos.

 

  • Controle biológico

Para o controle biológico dos ovos podem ser utilizadas as vespinhas Trichogramma. O seu uso, além da ação direta sobre a praga permite a interação de outros insetos benéficos como das espécies de parasitóides (Chelonus, Campoletis, Eiphosoma) e de predadores como as tesourinhas, joaninhas e percevejos, que atuam também no controle de outras pragas na cultura do milho.

Produtos microbianos, como o Bacillus thuringiensis e produtos à base de extratos de planta como o óleo de nim podem ser também utilizados para o controle da lagarta do cartucho.

 

  • Uso de feromônio:

Os feromônios são semioquímicos (sinalizadores químicos) de atuação entre indivíduos da mesma espécie.

Na agricultura os feromônios são utilizados no manejo de insetos-pragas, no monitoramento com armadilhas.

O monitoramento através da captura de insetos nas armadilhas com feromônios é possível determinar ausência, presença ou flutuação populacional de determinada espécie praga na área monitorada, o que auxilia o produtor na tomada de decisão sobre o manejo adequado.

 

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Por fim, o manejo integrado de pragas (MIP), quando utilizado de forma correta, evita a aplicação de agrotóxicos sem necessidade, preservando a produtividade e os inimigos naturais das pragas, fechando o ciclo cultural com menos aplicações.

 

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9 erros comuns no manejo de pragas na lavoura

Vou te apresentar agora, erros que você talvez anda cometendo e que aumentam a população ou favorecem a ocorrência de pragas na lavoura, são eles:

  1. Não utilizar o manejo integrado de pragas.
  2. Não adoção da rotação de culturas, ou seja, o plantio da mesma espécie, na mesma área, por vários anos consecutivos.
  3. O desrespeito ao vazio sanitário (período em que a lavoura deve ficar sem plantio).
  4. Aplicação de forma errada de produtos químicos.
  5. O uso de cultivares altamente suscetíveis a pragas.
  6. A presença de plantas hospedeiras na entressafra e nas proximidades da lavoura.
  7. O manejo inadequado de plantas daninhas.
  8. As aplicações de agrotóxicos sem antes realizar o monitoramento.
  9. A não realização do rodízio do princípio ativo do inseticida.

 

Mas afinal qual o ponto na tomada de decisão?

O ponto de decisão para qual método de controle da lagarta do cartucho utilizar, vai depender do nível do seu monitoramento da praga.

A aplicação de inseticidas não deve ser imediata e sim dez dias após a coleta das três primeiras mariposas nas armadilhas, por isso a importância do monitoramento da lavoura.

Nessa ocasião, a lagarta pode ser controlada antes de provocar danos irreversíveis e ainda estão bem suscetíveis aos inseticidas.

Também dentro do período considerável, os ovos e as lagartas de primeiros ínstares poderão ser reduzidos pelos principais inimigos naturais.

A utilização do método de amostragem baseado na infestação de lagartas pode confirmar a necessidade real da aplicação química. Obviamente a seletividade do produto químico deve ser sempre considerada.

Por fim, a atuação eficiente do controle biológico natural, aplicação de inseticida químico ou uso de todas as técnicas disponíveis pelo MIP, são de suma importância para controle da praga e consequentemente menos perda e maior lucratividade da lavoura.

 

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