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Para que não ocorra grandes prejuízos, o monitoramento e conhecimento sobre as doenças do milho é de suma importância.

Conduzir um determinado cultivo não é uma tarefa fácil, são muitos os fatores que a serem analisados e muitas decisões a serem tomadas.

E com o milho não é diferente, principalmente quando falamos nas doenças que acometem a cultura.

Quer saber mais sobre as principais doenças do milho?

Então, vamos lá!

 

doenças do milho

 

Por que conhecer as doenças do milho?

A importância no cultivo do milho se dá na indústria, alimentação humana e animal. Sendo um vegetal de fácil propagação e um dos maiores impulsionadores da economia do país e do mundo.

A safra de milho 2019/2020 do Brasil foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas.

Dessa forma, conhecer quais são as principais doenças do milho e suas formas de controle é de suma importância na hora da tomada de decisão e garantir maior produtividade da sua lavoura.

Confira comigo!

 

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Principais doenças do milho

Uma das grandes preocupações e atenção que os produtores de milho devem ter, são as doenças que acometem a cultura.

Mesmo com todas as tecnologias disponíveis, para atingir a alta produtividade da lavoura, é necessário percorrer um longo caminho entre o plantio até a colheita.

Uma vez, que a ocorrência de doenças no milho, podem gerar grandes prejuízos econômicos. Dessa forma, é de extrema importância o conhecimento das suas características para manter uma lavoura prevenida e livre de infestações.

As doenças do milho, podem ser causadas por microorganismos (fungos, bactérias, vírus), como também, por fatores ambientais, como temperatura, luz e umidade.

Assim como, é toda alteração que ocorre no desenvolvimento fisiológico da planta ou na sua estrutura.

Entre as doenças do milho mais comuns, destacam-se 8, como principais, veja:

  1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
  2. Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)
  3. Ferrugem
  4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
  5. Mosaico na cultura do milho
  6. Antracnose na cultura do milho
  7. Mancha branca (Bipolaris maydis)
  8. Enfezamentos na cultura do milho

 

1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)

A cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) é uma das mais importantes doenças do milho, não apenas pelo seu potencial em causar danos, mas também pela sua ampla distribuição nas regiões de cultivo do Brasil.

Havendo perda de área foliar fotossintética, especialmente das folhas medianas e superiores, que contribuem com 70% a 90% dos fotoassimilados utilizados no enchimento de grãos.

Desse modo, a perda de área foliar leva à redução no número de grãos por espiga, redução na massa de grãos, consequentemente, redução da produtividade.

Seu controle pode ser realizado com o plantio de cultivares resistentes, como também, evitar a permanência de restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu, e quebra do ciclo da doença com realização da rotação de culturas.

 

2. Mancha branca (Phaeosphaeria maydis)

A mancha branca, é uma das doenças do milho de ampla distribuição pelo territó­rio brasileiro.

As perdas podem chegar até 60% em condições favoráveis e com o plantio de híbridos suscetíveis.

O plantio tardio beneficia o aparecimento da doença na lavoura, como também, a ausência de rotação de culturas, cul­tivo safrinha e presença de restos culturais no solo.

Seu controle pode ser realizado com cultivo de cultivares resistentes, aplicação de fungicidas, realização da rotação de culturas e retirada dos restos culturais.

 

3. Ferrugem

Para realizar o manejo da ferrugem de forma mais assertiva, é importante saber qual tipo de ferrugem você tem na lavoura.

Vejamos a seguir cada uma delas separadamente!

 

Ferrugem comum

Das três ferrugens que ocorrem como doenças do milho, a ferrugem comum é a menos severa, devido ao melhoramento genético que levou a seleção adequada para resistência.

A doença caracteriza-se pela presença de manchas elípticas e alongadas, em ambas faces da folha.

Temperaturas baixas e alta umidade relativa favorecem o desenvolvimento da doença.

Seu controle pode ser realizado através de cultivares resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento da doença

 

Ferrugem polissora (Puccinia polysora)

Das três, a ferrugem polissora, pode ser considerada a mais deletéria, podendo representar danos econômicos de até 65% nas lavouras.

Temperaturas mais altas e umidade relativa do ar não tão alta como na ferrugem comum, são fatores favoráveis ao aparecimento da doença.

A principal medida de controle para a polissora tem sido a resistência genética do híbrido e o uso de fungicidas.

 

Ferrugem tropical ou ferrugem branca (Physopella zeae)

Os sintomas da ferrugem tropical ocorrem em ambas as faces da folha, as manchas dispostas em pequenos grupos, paralelos às nervuras de cor amareladas a castanho.

O fungo é altamente destrutivo, podendo causar grandes danos econômicos quando a planta é afetada antes do florescimento.

O desenvolvimento da doença do milho é favorecido por ambiente úmido e quente, sendo que, a luminosida­de é também um fator importante.

E o uso de fungicidas em aplica­ção foliar após o aparecimento das primei­ras manchas pode ser uma prática eficiente, como também, plantio de híbridos resistentes.

 

4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

O fungo que causa a doença do milho é Exserohilum turcicum, causando lesões primeiramente nas folhas mais velhas da cultura.

As perdas podem chegar até 50% em ataques antes do período de floração, em cultivo do milho safrinha.

Os sintomas da doença são lesões necróticas e elípticas com coloração do tecido necrosado, tendo variações na coloração de verde-cinza a marrom.

O controle da doença pode ser realizado pelo plantio de cultivares com resistência genética.

 

5. Mosaico na cultura do milho

O mosaico é uma virose importante na cultura do milho, causando prejuízos na produção.

Fator importante que contribui para o aumento da incidência do mosaico no milho é que o vírus Sugarcane mosaic virus (SCMV), agente causal da doença, infecta também outras gramíneas cultivadas e plantas daninhas.

O vetor do mosaico comum são várias espécies de afídeos, sendo o mais comum o pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis).

Os sintomas são áreas verde-claras a amareladas entremeadas com áreas de coloração normal da planta (mosaico), podendo chegar no nível de necrose nas folhas.

O principal método de controle é realizado pelo uso de variedades resistentes a doença.

 

6. Antracnose na cultura do milho

A antracnose, provocada pelo fungo Colletotrichum graminicola, pode reduzir a produção do milho em até 40%, quando utilizadas cultivares suscetíveis e as condições de umidade forem favoráveis à enfermidade.

O fungo é bem agressivo, uma vez, que é capaz de infectar praticamente todas as partes da planta.

O emprego de materiais geneticamente resistentes à doença é uma das principais estratégias para o correto manejo, sendo que, o uso de adubação equilibrada pode ser uma medida de grande ajuda no controle da doença.

 

7. Mancha branca (Bipolaris maydis)

A mancha branca é uma das doenças do milho que ocorre em todo o território brasileiro.

O sintoma inicial é o aparecimento de manchas aquosas de aspecto encharcado e bem escuras, de acordo com evolução da doença as manchas vão clareando até atingir um tom bem claro.

A sobrevivência do patógeno ocorre em restos culturais infectados e em grãos remanescentes na área após a colheita.

O plantio de cultivares resistentes e a rotação de culturas são as principais medidas recomendadas para o manejo dessa doença, como também, a ocorrência de longos períodos de seca e de dias com muito sol.

 

8. Enfezamentos na cultura do milho

Há dois tipos de enfezamento na cultura do milho, o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho.

Essas doenças do milho são mais comuns em regiões quentes, podendo atingir um dano de 70% na produção da lavoura.

Primeiramente, uma grande dificuldade é a distinção da doença, até porque, os agentes que causam os enfezamentos (espiroplasma e o fitoplasma) podem ser transmitidos simultaneamente.

Uma vez, que ambos são transmitidos pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis).

Devido ao difícil controle químico, a opção é o uso de um manejo integrado da doença.

Neste manejo incluem-se operações em que se deve considerar a multiplicação e o desenvolvimento tanto do inseto vetor como do fitoplasma ou espiroplasma.

As principais medidas que podem ser adotadas são o uso de cultivares resistentes, adequação da época de plantio, evitar plantios consecutivos e eliminar plantas voluntárias no campo que possam servir de hospedeiras.

Vejamos a caracterização de cada um dos enfezamentos separadamente.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Enfezamento pálido

O enfezamento pálido é caudado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii).

Seus sintomas são aumento do número de espigas, com pouco ou nenhum grão e o encurtamento dos internódios da planta.

O enfezamento pálido inicialmente apresenta a clorose (cor esbranquiçada ou pálida) na base foliar e depois se estende por toda a folha.

 

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Enfezamento vermelho

Esta doença do milho é causada por um fitoplasma (Candidatus Phytoplasma asteris).

Os sintomas dessa doença são avermelhamento das folhas. Inicialmente com clorose marginal e seguida do avermelhamento das pontas das folhas, que se manifesta na fase de produção do milho.

Nas plantas doentes, você pode observar maior número de espigas.

Mas, essas espigas produzem poucos ou nenhum grão e também há um encurtamento dos internódios das plantas.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Primeiramente, para o controle eficaz das doenças do milho é o conhecimento da época que elas ocorrem. Desse modo, facilitando seu monitoramento.

Confira abaixo, o calendário da ocorrência de algumas das principais doenças do milho abordadas nesse artigo.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Fonte: Agronomia – DuPont Pioneer

 

Monitoramento X controle de doenças do milho

As doenças do milho é um fator importante quando medimos a produtividade da lavoura, podendo gerar grandes prejuízos ao produtor.

Neste artigo conhecemos as principais doenças que acometem a cultura, sintomas e formas de controle.

Porém, é bom lembrar a importância da consulta de um profissional da área qualificado para identificar corretamente a doença, antes de utilizar qualquer produto químico ou realização de algum tipo de controle.

Por fim, para evitar e eliminar o aparecimento de doenças na plantação de milho. É fundamental realizar o monitoramento constante, desde o plantio até a colheita.

Espero que com essas dicas você consiga ótimos resultados no controle das doenças do milho e aumente ainda mais a produção da sua lavoura.

Escrito por Juliana Medina.

Pós-graduação Fitossanidade