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Da mesma forma que já não conseguimos pensar numa vida pessoal sem usar facilidades como as oferecidas pela internet e smartphones, é impossível imaginar uma vida profissional sem as facilidades que hoje estão disponíveis ao sistema florestal.

Nos últimos anos diversas novidades vêm sendo apresentadas. A tecnologia está aliada a estes lançamentos que trazem agilidade e inovação ao mercado florestal, especialmente aos inventários florestais que absorveram rapidamente estas novidades. Estas inovações, além de tornar os trabalhos de inventários mais rápidos e precisos, representam uma boa economia de recursos financeiros, tanto para as indústrias como para os profissionais autônomos.

Vejamos a seguir quais são algumas destas inovações e como elas podem nos ajudar no dia a dia de trabalho no inventário florestal.

Inovações tecnológicas no Inventário Florestal

Neste tópico são listadas cinco tecnologias que hoje já permitem que os inventários florestais sejam realizados de forma mais ágil e eficiente, são eles:

  • Tablets na coleta de dados em campo: diversas empresas florestais utilizam tablets ao invés da tradicional prancheta. Atualmente existem no mercado tablets robustos como o Tab Active 2 da Samsung, que possuem maior durabilidade em campo, baterias com mais capacidade e resistência à quedas, exposição ao sol, chuva, lama e poeira.
  • Aplicativos para coleta de dados: os aplicativos de coleta ajudam a prevenir erros pois são otimizados para interpretar os dados que são inseridos pelos operadores, visto que são considerados os valores das medições anteriores para que não seja possível a inserção acidental de medidas absurdas. Desta forma, o sistema “aprende” baseado nas informações da população qual o range de dados esperado, evitando ainda no campo, que dados errados sejam coletados. Um exemplo deste tipo de aplicativo é o Mata Nativa Móvel.
  • Inteligência artificial: com um banco de dados digital da floresta como base para cálculo, algoritmos de aprendizado de máquina combinam diversas operações matemáticas e estatísticas para obter estimativas de características da floresta, como o volume ou a taxa de mortalidade. Esses mecanismos evoluem conforme vão sendo usados e a base de dados florestal cresce, sendo um aliado no planejamento e na análise da floresta.
  • Sensores: boa parte da tendência tecnológica consiste na utilização de sensores de diversos tipos, colocados no campo e conectados com a internet. Também usa-se drones e até dados de satélites para obter informações da floresta. Essas tecnologias funcionam de maneira autônoma, ou podem ser controladas remotamente, e ainda possuem taxas de atualização da informação muito maiores, com dados semanais, diários e, em certos casos, diversas vezes no mesmo dia.
  • Sistemas de Monitoramento Online: integram diversas ferramentas, como as citadas acima, numa plataforma para acompanhamento online. Esses sistemas podem combinar dados de maneira a criar uma visão geral do ativo florestal para que o gestor possa monitorar o andamento das equipes que estão em campo, o desenvolvimento das árvores, gerar relatórios técnicos, planejar intervenções, entre outras atividades, sem a necessidade de se locomover até a floresta.

As ferramentas citadas beneficiam tanto a um gestor quanto um operário em campo, que tem acesso a uma ferramenta digital para agilizar seu trabalho, como por exemplo ao reduzir trajetos que fazem para chegar ao ponto de medição. Já o gestor, munido com esse arsenal tecnológico, pode tomar decisões de forma mais segura, tendo em vista as informações que tem em mãos sobre a floresta que administra.

Benefícios para o Inventário Florestal

Ainda que reconhecida como importante, a execução contínua de Inventários é considerada onerosa por muitos investidores, pois o sistema tradicional é intensivo de mão de obra, já que a coleta de dados é feita de forma extensiva, ainda que amostral, e exige de grandes empresas a constituição de departamentos dedicados à interpretação desses inventários. Assim, este mercado busca inovações tecnológicas que tornem esta atividade mais atrativa.

Desta maneira, o uso de softwares, drones, de sensoriamento remoto e de algoritmos e cálculos matemáticos por exemplo ajuda a reduzir o trabalho em campo e também melhorar a precisão dos resultados, com economia de dinheiro e de tempo.

Especialistas afirmam que mesmo investindo em equipamentos e tecnologias, os custos da medição do inventário acabam ficando entre 20% e 50% mais baratos que o método convencional devido a agilidade que se consegue alcançar no inventário florestal.

Exemplo de aplicação destas inovações no Inventário Florestal

Eldorado Brasil é uma indústria que tem adotado modernas práticas de mercado ao usar inteligência artificial no inventário florestal. Há pouco tempo, a companhia iniciou testes com a tecnologia de Redes Neurais Artificiais (RNA) no inventário florestal, permitindo estimativas quantitativas e qualitativas das árvores de eucalipto, de maneira mais eficiente e precisa.

Desenvolvido pela Eldorado a partir de um convênio com alunos de doutorado e pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa, a empresa está utilizando RNA para três aplicações principais: redução de tempo na medição da altura de árvores, da forma das árvores e no número de parcelas de inventário por área de plantio. Com isso diminuíram o custo na coleta de informações e melhoraram a assertividade das estimativas geradas.

Para a estimativa convencional da altura das árvores, para a Eldorado por exemplo, é necessário medir o diâmetro e a altura de 14 árvores em cada parcela de inventário (400 m²). Com a tecnologia, é preciso obter o diâmetro e a altura de apenas três árvores por parcela e uma única rede neural faz os cálculos em função de variáveis numéricas (diâmetro, idade, altura dominante) e categóricas (fazenda e material genético). Depois de modeladas com um banco de dados, as redes neurais fazem cálculos para prever o comportamento de uma determinada área. Os resultados obtidos pela empresa com o uso das redes neurais tem sido mais precisos, com redução de 78% das medições realizadas em campo.

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A companhia também usa veículos aéreos não tripulados (Vants) de forma operacional e em larga escala. Os plantios de eucalipto são monitorados por imagens fornecidas pelos equipamentos. A capacidade tecnológica dos drones permite que o trabalho que antes seria realizado de dois a três dias, seja feito em apenas oito horas, visto que cada Vant faz em média dez voos por dia e registra cerca de 230 hectares.

A inovação a nosso favor

Vimos que o uso das mais diferentes inovações tecnológicas permite a melhoria contínua da qualidade da informação e é fundamental para a gestão dos plantios, a valoração do ativo biológico e o planejamento estratégico e tático da floresta.

Todas essas inovações trazem a “Era da Informação” às técnicas de inventário florestal, resultando em operações mais ágeis a partir da obtenção de informações muito mais precisas, consolidando o Inventário Florestal de Precisão.

 

Por: Mata Nativa