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Arborização urbana é a atividade de plantar árvores em áreas urbanas. Arborização Urbana é um termo que vem sendo utilizado com muita frequência nos últimos tempos. E que, em um primeiro momento, nos remete a uma simples interpretação: plantio de árvores no meio urbano.

Porém, por trás desta básica definição, existe uma grande área de estudo que ainda é pouco conhecida pela maioria. Área esta que possui princípios bem consolidados. E que vem trazendo muitas vantagens para nossas vidas. Nas cidades, as árvores desempenham um papel muito importante na melhoria da qualidade de vida da população e do meio ambiente.

A arborização das cidades, além da estratégia de amenização de aspectos ambientais adversos. É importante sob os aspectos ecológico, histórico, cultural, social, estético e paisagístico. Contudo, este trabalho não deve ser feito de forma aleatória. Já que só será realmente efetivo quando realizado um bom planejamento de arborização.

 

Arborização Urbana

 

O que é arborização urbana?

A arborização urbana, definida como toda vegetação que compõe o cenário ou a paisagem urbana. É um dos componentes bióticos mais importantes das cidades. Tecnicamente, a arborização urbana é dividida em áreas verdes (parques, bosques, praças e jardinetes) e arborização de ruas (vias públicas).

Conhecida também como florestas urbanas, engloba os diversos espaços no tecido urbano passíveis de serem trabalhados com o elemento árvore. Tais como arborização de rua, praça, parque, jardim, lote, terreno baldio, quintal, talude de corte e aterro, estacionamento, canteiro central de ruas e avenidas e margens de corpos d’água.

A arborização de vias públicas, refere-se às árvores plantadas linearmente nas calçadas ao longo de ruas e avenidas. Trata-se da vegetação mais próxima da população urbana. E, também, da que mais sofre com a falta de planejamento dos órgãos públicos e com a falta de conscientização ambiental.

Devido à falta de planejamento e ausência de profissionais capacitados e responsáveis. Não é difícil enxergar situações conflituosas entre falhos projetos de arborização que encontram equipamentos urbanos como barreiras (como fiações elétricas, muros, postes de iluminação e etc).

Por isso, é de extrema importância que todo o projeto seja realizado por uma empresa capacitada e responsável. Que entenda do assunto, esteja ciente das normas de regulamentação e disponível para dialogar com outros órgãos, como Prefeitura, Departamento de Iluminação Pública, entre outros.

 

Paisagismo e Arborização Urbana

 

Quais são os benefícios da arborização urbana?

Os benefícios proporcionados pelas árvores são geralmente classificados como benefícios ecológicos, estéticos, econômicos e sociais.

Os benefícios ecológicos referem-se à melhoria microclimática. Ou seja, as árvores, por intermédio de suas folhas, absorvem radiação solar que diminui a reflexão e proporciona sombra. Reduzem ou aumentam a velocidade dos ventos e aumentam a umidade atmosférica que refresca o ar das cidades.

Também amenizam a poluição atmosférica e acústica e protegem o solo e a fauna.

 

Arborização Urbana

 

Já os benefícios estéticos referem-se à adição de cores ao cenário urbano com as flores, as folhas e os troncos; a promoção de modelos de paisagens e identidade local, através das espécies; anulação da monotonia de pavimentos e alvenaria; introdução de elementos naturais e linhas suaves e orgânicas no meio urbano composto de materiais artificiais e de linhas geométricas; a adição de dinamismo à paisagem urbana através dos aspectos de mudança de cor, queda e brotação das folhas, floração e frutificação.

Outro importante benefício se dá pela oportunidade de educação ambiental à população: as pessoas aprendem sobre o meio ambiente ao notar a clara diferença entre as áreas arborizadas e as áreas construídas.

É preciso lembrar que para a arborização cumprir com os seus benefícios é necessário investimento. Assim como em qualquer outro serviço de utilidade pública. Principalmente, no plantio, sempre com mudas de alta qualidade, e nas operações de poda.

Pelo alto investimento destinado à arborização de ruas, as árvores são consideradas um patrimônio público. Enquanto a maioria dos bens públicos deprecia com o tempo. O valor das árvores aumenta desde seu plantio até a sua maturidade.

 

Paisagismo muito além da estética!

 

Planejamento da arborização urbana

Planejamento da arborização deve passar pela gestão pública em sua mais ampla concepção. O órgão gestor da arborização deve trabalhar em acordo com políticas comprometidas com um manejo que reconheça não somente a importância da presença das árvores na cidade, mas que efetivamente respalde as práticas necessárias à sua boa condução.

Nesse contexto, a previsão orçamentária tem que dar suporte ao recrutamento de profissionais capacitados em todos os níveis, do comando técnico aos funcionários executores das diferentes tarefas operacionais e a garantia da aquisição de materiais e equipamentos apropriados às diversas etapas do ciclo de vida das árvores.

Para melhor entendimento dos processos envolvidos com o planejamento, a arborização pode ser dividida em dois componentes principais: as áreas verdes e a arborização viária. Para cada uma delas, o planejamento e o manejo devem ser diferenciados

 

Áreas verdes

São áreas distribuídas no espaço urbano como parques, praças e jardins. O planejamento para estas áreas exige a elaboração de projetos paisagísticos, de implantação e manejo, muitas vezes específicos para cada unidade.

 

Arborização viária

A arborização viária é composta pelas árvores plantadas nas calçadas das ruas da cidade e nos canteiros separadores de pistas de avenidas.

 

canteiros separadores de pistas

 

O manejo da arborização urbana implica o gerenciamento, com eficiência e habilidade, dos procedimentos necessários para o cultivo de cada árvore, assim como do conjunto da arborização da cidade.

Portanto, o planejamento da arborização ou do cultivo de árvores no meio urbano exige um processo cuidadoso que preveja os procedimentos desde sua concepção até sua implantação e manutenção.

Para o correto manejo da arborização, é necessária e muito importante a disponibilidade de informações do número e qualidade das árvores existentes no local de interesse, seja um canteiro, uma rua, um bairro ou uma cidade inteira.

Para tanto, duas ações devem ser adotadas: realizar um inventário da arborização existente para que se conheça o patrimônio arbóreo com o qual se está trabalhando e uma avaliação do sistema de manejo da arborização utilizado.

 

Estes diagnósticos deverão indicar:

  • Distribuição quantitativa e qualitativa da arborização existente.
  • Existência de espaços livres para novos plantios.
  • Análise das demandas e tecnologias empregadas na manutenção – plantio, poda, supressão, destoca e controle sanitário.
  • Avaliação do sistema de manutenção – rotina, programas e resposta às solicitações.
  • Avaliação das prioridades de acordo com as necessidades.
  • Análise do volume e da distribuição do trabalho e dos recursos necessários.
  • Avaliação da satisfação da população – tempo de atendimento e qualidade do serviço.

No passado, com o crescimento das cidades brasileiras houve uma diminuição gradativa de espaços arbóreos.

Hoje há uma preocupação com a falta desses espaços em grandes centros urbanos e em pequenas cidades, já que as mesmas têm grande importância no bem-estar da população que vive em meio a tanta poluição cotidiana.

 

Arborização urbana no Brasil

Atualmente, estima-se que o Brasil possua um índice de população urbana superior ao registrado no mundo e na América Latina.

O índice de população urbana mundial é de 67%, enquanto na América Latina representa cerca de 80%. Já no Brasil este índice chega a 83% (SECRETARIAT OF THE CONVENTION ON BIOLOGICAL DIVERSITY, 2012; ANGEOLETTO et al. 2016; CRETELLA; BUENGER, 2016).

Tendo em vista os altos índices de expansão urbana presenciados no Brasil nas últimas décadas. É prioritário criar alternativas que propiciem que este crescimento ocorra de forma mais sustentável. Representando um menor prejuízo à qualidade ambiental e consequentemente à qualidade de vida urbana.

Portanto, os serviços ecossistêmicos da arborização urbana podem ser utilizados como forma de compensação da perda de qualidade ambiental ocorrida no processo de produção do espaço.

 

A implantação de arborização urbana

Incrementar a arborização urbana no Brasil ainda pode ser considerado um desafio a ser superado. Visto que a implantação de arborização de vias públicas só começou a popularizar-se a partir da segunda metade do século XIX (VIGNOLA JUNIOR, 2015).

Tendo em vista, que a arborização urbana é uma prática relativamente nova no Brasil. Sua implantação geralmente ocorre de forma empírica, fora de um contexto técnico-científico na maior parte das cidades brasileiras (SILVA, 2013).

A falta de iniciativas voltadas a orientar o incremento da arborização urbana, planejada de acordo com os serviços ecossistêmicos desejados, adaptada às especificidades locais e necessidades atuais, faz com que a arborização urbana ainda seja vista como um elemento meramente estético na paisagem urbana.

Entretanto, para se chegar a estes objetivos é necessária uma maior compreensão sobre as realidades locais para a elaboração de propostas adaptadas à estas realidades.

A partir do último Censo Demográfico, o IBGE passou a pesquisar algumas características do entorno das residências, dentre elas a arborização urbana.

Estes dados são de suma importância para auxiliar na compreensão da realidade atual da arborização urbana em cada região do país. E a partir desta compreensão refletir sobre as oportunidades relativas à melhoria da qualidade ambiental urbana.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Entender arborização urbana não só como plantar árvores mas também defender, cuidar e pensar as árvores e as florestas no meio urbano. Desta forma é preciso promover políticas de parques e jardins com função social e urbanística, não meramente decorativa.

Temos de ter uma hierarquia de necessidades urbanísticas e de gestão transversal com prioridades como: arborizar as cidades; criar, melhorar e dar uso para parques urbanos; promover esportes, convívio, lazer nos mesmos; profissionalizar e tecnificar as diretorias e equipes da área – com pensamento estratégico, empreendedor e transversal.

Escrito por Michelly Moraes.

Paisagismo e Arborização Urbana