(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br

Foto: Rio Formoso/Semagro

Desde o final do ano passado, reportagens vem trazendo à tona o drama ambiental que está acontecendo em Bonito, destino que mais atrai turistas no Mato Grosso do Sul. O lugar que é famoso por suas águas cristalinas tem agora um dos seus rios, o Rio da Prata, ameaçado por um turbilhão de lama que não se sabe ao certo de onde vem. Tudo indica, no entanto, que só a confluência de fatores explica a situação.

Em novembro de 2018, o Rio da Prata ganhou um tom marrom-escuro. Naquele mês, segundo reportagem do UOL, a Polícia Ambiental do estado afirmou que a lama era oriunda do cultivo de soja da região. Após fortes chuvas, os sedimentos teriam escorrido até o rio. Inclusive, a secretaria do meio ambiente notificou duas fazendas que não haviam feito barreiras de contenção adequadas -, ambas suspeitas de serem responsáveis pela lama.

Na noite do último domingo (7), o programa Fantástico exibiu uma reportagem onde mostra que o caso está longe de ter uma solução e é muito mais grave do que uma situação isolada. As condições dos rios no entorno de Bonito estão preocupantes e eles têm ficado turvos com mais frequência nos últimos anos. Não só uma, mas uma série de intervenções humanas vêm ocorrendo na região.

Possíveis causas

Segundo apuração do programa dominical, drenos foram escavados por agricultores para escoar áreas alagadas, dando lugar ao plantio. Aliás, o Ministério Público afirma que somente um agricultor possui 46 quilômetros de drenos em sua propriedade, sendo mais da metade sem licença ambiental. O produtor em questão foi multado em mais de R$ 10 milhões. Existe ainda uma discussão se a área seria ou não de preservação permanente, a chamada APP, mas o caso ainda corre na Justiça.

Outro problema, é a falta de normas sobre o uso do solo. Somente no último mês de março é que o estado, por meio de decreto, estipulou que “as ações mecanizadas de preparo do solo nas propriedades rurais localizadas nos municípios de Bonito e Jardim apresentem à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) um projeto técnico de manejo e conservação do solo e água antes de serem executados”.

Ainda foi apontado que novas estradas de terra abertas, algumas construídas na beira de rios, estão mais movimentadas. Elas também podem contribuir para o lamaçal que está virando as águas de Bonito.

A última matéria no site da prefeitura de Bonito sobre questões ambientais traz a história de uma fazenda que quer captar ilegalmente águas do Rio Formoso, outro rio importante da região, veja aqui. Após a exibição do caso no Fantástico nenhum órgão oficial se pronunciou.

Fonte: CicloVivo