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Startup quer salvar bananas de pragas e torná-las mais resistentes com edição genética

Startup quer salvar bananas de pragas e torná-las mais resistentes com edição genética

Imagem: reprodução UOL

O CRISPR já demonstrou ter vários usos potenciais, e o mais novo deles pode nos ajudar a preservar uma das frutas mais populares do mundo: a banana. Pesquisadores de uma startup britânica chamada Tropic Bioscences estão usando a ferramenta de edição genética para criar bananas melhores, mais à prova de pragas do que as atuais, além de tentarem aprimorar grãos de café também, dois produtos, além de populares, importantes para a economia de diversos locais no mundo.

A empresa anunciou no dia 13 que levantou US$ 10 milhões para comercializar suas bananas e grãos de café desenvolvidas com o uso do CRISPR. A ferramenta de edição genética pode ser usada neste caso para editar com precisão o DNA, possibilitando a retirada de uma pequena porção do código genético, por exemplo, sem falar em outras técnicas de edição de gene. E isso se mostra importante neste momento porque, mais uma vez, a banana se vê sob risco de ser atingida por pragas e doenças e afetar a indústria no mundo todo.

Depois de dizimar uma variedade anterior e mais saborosa de banana, um fungo voltou a ameaçar a fruta, com uma nova estirpe letal que vem se espalhando pela África Oriental e apodrecendo bananas.

As bananas são criadas clonando outras árvores, portanto, isso significa que se uma árvore é suscetível à praga, as outras também são. Gilad Gershon, CEO da Tropic Biosciences, em entrevista à Fast Company, explica que isso “cria muita exposição para a indústria, porque uma doença que mata uma banana pode acabar com toda a indústria. Um besouro que ataca uma banana pode atacar todas elas”.

“Como a criação tradicional não é uma opção, a edição de genes faz muito sentido”, completa Gershon, afirmando também que a genética é o único caminho atual para se alterar bananas.

Outra vantagem apontada pelo CEO da Tropic Biosciences seria a possível diminuição de custos na produção das bananas. Gershon afirma que cerca de um quarto dos custos de produção de bananas hoje em dia vai para fungicidas e que, se as bananas forem mais resistentes, o uso de agroquímicos poderia diminuir.

A Tropic Biosciences trabalha também para prolongar o prazo de validade da banana usando a técnica de edição de genes sem envolver métodos de organismos geneticamente modificados. “Estendendo o prazo de validade, você pode reduzir significativamente o desperdício”, disse Gershon.
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Quanto ao café, a startup já conseguiu editar geneticamente uma variedade de grão naturalmente sem cafeína. No momento, o comum na indústria é remover a cafeína em um processo de encharcar e vaporizar os grãos, o que é custoso e até agressivo, diz Gershon, afetando também a nutrição e o sabor do café. “Se você cultivar o feijão sem a cafeína ou com uma quantidade menor de cafeína em primeiro lugar, então pode obter um produto final mais próximo do sabor do café normal e pode manter um conteúdo maior dos compostos mais saudáveis que são naturalmente encontrados no café.”

É de se imaginar que alimentos geneticamente modificados enfrentem alguma resistência de início por parte do consumidor médio, mas o número de testes por parte de diferentes empresas pelo mundo tem crescido.

Fonte: Fast Company | reproduzido de GIZMODO/UOL